terça-feira, março 02, 2010
NINE
Tempos estranhos esses. O mundo anda louco. Terremotos, maremotos, calor ao extremo por essas bandas. E, pra completar, eu gostei de um filme do Rob Marshall! CHICAGO (2002) e MEMÓRIAS DE UM GUEIXA (2005) estão entre os piores filmes que eu já vi. Mas o que NINE tem de bom? Antes de mais nada, tem Daniel Day-Lewis. Que é um ator que sempre me impressiona, que enche a tela com sua força extraordinária. Em NINE ele me pareceu mais magro e corcunda, mais estranho. E ainda que os melhores números musicais não sejam dele, mas das mulheres, nos momentos dramáticos, nas pausas constantes entre um número musical e uma cena falada, ele está lá com alguma mulher bonita, ou com um par de óculos escuros bonito ou um carrão bonito, dentro de um cenário italiano bonito. Aliás, tudo parece tão bonito que às vezes fica meio brega. Mas só às vezes. Marshall faz um mix do estilo usado em CHICAGO - mais de simples transposição da peça da Broadway - e adiciona outros recursos, mais estilosos e cinematográficos. Afinal, se a peça queria homenagear 8 E 1/2, de Fellini, o filme deveria fazer isso com muito mais propriedade, não é?
Quanto às canções e interpretações, nenhuma supera a de Marion Cotillard. De longe, a minha favorita de todas as musas mostradas no filme. Ela interpreta a esposa de Guido (Day-Lewis), o cineasta que se encontra numa crise criativa, mas que tem a cara de pau de anunciar um filme de título bem ambicioso: "Itália". Perguntado numa entrevista coletiva se o título não seria por demais pretensioso, ele afirma que o cinema é uma arte muito cara; é preciso ser pretensioso mesmo. Não tiro a sua razão. Mas voltando a Marion Cotillard, além de ela estar linda em todos os momentos, as melhores canções são cantadas por ela.
As outras musas a tornarem o filme atraente até para quem não gosta de musicais são: Nicole Kidman (parecendo muito com certa musa italiana dos anos 60); Penélope Cruz, que tem os momentos mais próximos do erótico do filme, com a câmera se aproximando bastante de seu corpo; Fergie, num número interessante que usa o preto e branco e forte vermelho; Kate Hudson, um pouquinho acima do peso, mas ainda assim linda, cantando a mais lembrada do filme, "Cinema Italiano"; Judi Dench, bem mais simpática do que o normal; e Sophia Loren funcionando mais como uma figura mítica, mas também quase como uma peça de museu. Assisti o filme uma poltrona à frente de um crítico de cinema de um jornal local e ele bateu palmas sozinho em certa cena com Sophia.
NINE foi indicado a quatro Oscar: atriz coadjuvante (Penélope Cruz); direção de arte; figurino; e canção original. A canção escolhida foi "Take it all", cantada, adivinhem por quem? Marion Cotillard. Torcendo pra que seja ela a cantar na cerimônia. Confiram o clipe.
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