quinta-feira, março 18, 2010

ENTRE IRMÃOS (Brothers)























Foi uma sessão agradável, a de ENTRE IRMÃOS (2009). O diretor, Jim Sheridan, ainda que com filme cheio de problemas, mostra-se capaz de manter a atenção da audiência sem aborrecer e com boa fluidez narrativa. A presença luminosa de Natalie Portman sempre ajuda e o filme ainda conta com uma belíssima fotografia. O diretor de fotografia é Frederick Elmes, parceiro de Ang Lee em alguns de seus melhores trabalhos. Mas talvez eu só tenha me deleitado com as imagens projetadas pelo fato de ter visto uma projeção tosca em digital no dia anterior (a de DIREITO DE AMAR). Por isso, quando cheguei lá no cinema do Iguatemi e vi aquela belezura em scope, foi de dar gosto.

A trajetória de Sheridan é curiosa. Estreou com um grande filme, o intenso MEU PÉ ESQUERDO (1989), que rendeu o primeiro Oscar para Daniel Day-Lewis. Depois, veio com um bom drama político muito íntimo de seu país, a Irlanda, EM NOME DO PAI (1993). Sheridan perdeu o prestígio a partir do fraco O LUTADOR (1997). Não vi os dois trabalhos seguintes dele. Dizem que TERRA DOS SONHOS (2002) é muito bom e não tive a mínima vontade de ver FIQUE RICO OU MORRA TENTANDO (2005), que me parece um trabalho que o desvincula de suas raízes e o tornou definitivamente um diretor de encomenda em Hollywood.

O primeiro problema de ENTRE IRMÃOS já começa pela falta de necessidade de se fazer um remake de uma obra tão recente - BROTHERS (2004), de Susanne Bier. Que eu não vi, mas a julgar pela apreciação do ótimo DEPOIS DO CASAMENTO, de Bier, já me arrependi de não ter conferido quando passou nos cinemas daqui. Mas não adianta mais ficar reclamando de refilmagens. Outro problema está no deslocamento do elenco, principalmente Tobey Maguire, no papel do capitão do exército americano que é dado como morto na guerra do Afeganistão e quando volta desconfia que sua esposa (Natalie Portman) o está traindo com o seu irmão (Jake Gyllenhaal). Maguire não convence, ainda que se mostre esforçado fazendo olhar de louco. A trama tinha tudo para causar grande impacto emocional, mas infelizmente falhou nesse aspecto. E ainda pode estragar um pouco o prazer de ver o filme original.

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