segunda-feira, dezembro 07, 2009
ATIVIDADE PARANORMAL (Paranormal Activity)
E eis que a moda dos mockumentaries, que já parecia até um pouco gasta, ganha mais um exemplar de peso. Talvez o sucesso desse tipo de produção esteja no perfil do público atual, já mais acostumado a reality shows e vídeos do youtube e em busca de um terror mais próximo do real. Mas que traga, claro, o conforto de saber que aquilo ali é apenas um filme. E o cinema é o lugar perfeito para nos permitirmos ser enganados, pagarmos por isso e esperarmos o melhor resultado possível, no caso, sustos, arrepios e quem sabe até a promessa de uma noite mal dormida. Feito para repetir o sucesso de A BRUXA DE BLAIR, inclusive na estrutura, no baixo orçamento e no marketing promocional, ATIVIDADE PARANORMAL (2009) é uma bela surpresa. E em tempos de vacas magras, de poucos filmes de horror que realmente assustam, a produção, que custou apenas quinze mil dólares e está arrecadando milhões, é bem eficiente.
Por mais que digam por aí que é besta quem paga pra ver filme com imagem ruim, parecida com a do youtube, eu digo justamente o contrário. Vale muito a pena ver o filme no cinema. De preferência em salas equipadas com uma aparelhagem de som dolby de ótima qualidade. Na sala que eu vi, nas cenas dos passos, eu poderia jurar que eram passos de verdade, isto é, de alguém andando pela sala. E levando em consideração toda a tensão que o filme provoca, detalhes como esse são bastante significativos.
O ponto de partida da trama é incrivelmente simples: casal que vive atormentado por supostas assombrações sobrenaturais resolve filmar a si próprios durante a noite enquanto dormem, a fim de flagrarem algo. O resultado é perturbador. Não dá pra falar muita coisa, sob o risco de estragar um pouco as várias surpresas que o filme provoca. Inclusive, vale dizer que quem já viu o filme pela cópia da internet ainda poderá ver um final diferente nos cinemas. Vi os dois finais e diria que gosto mais do final do cinema. Achei mais impactante, embora seja mesmo menos realista que o original. Dizem que o final original foi mudado por sugestão de Steven Spielberg. Se é que o final original é o da versão que caiu na rede.
Dá até pra se sentir um pouco como em dez anos atrás, na sessão de A BRUXA DE BLAIR. Inclusive com a reclamação de parte da audiência quanto à forma do filme. Um senhor ao meu lado, por exemplo, reclamava que não acontecia nada, que ele estava ficando com sono. Mas é justamente a expectativa do que vai acontecer, por mais frustrante que seja, que torna o nível de tensão bem elevado. O fato de que aquilo que está perturbando o casal não ser exatamente um espírito, mas um demônio, também ajuda a tornar o filme mais apavorante ainda. E tem aquela velha máxima de que o que você não vê é mais assustador do que o que você vê. Mas claro que é tudo questão de não criar muita expectativa, não ler muito sobre o filme antes de vê-lo e deixar-se levar por sua atmosfera perturbadora.
Quanto ao trailer veiculado para promover o filme, pareceu-me uma picareta imitação do trailer do espanhol [REC].
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