domingo, junho 08, 2008

SEX AND THE CITY - O FILME (Sex and the City)



A primeira impressão que eu tive assim que saí da sessão de SEX AND THE CITY - O FILME (2008) foi a de que o filme parecia final de novela da Globo, mas que, mesmo assim, valeu ter visto, foi divertido. Sabemos que a maior parte das séries de tv americanas têm mesmo essa cara de telenovela, mas SEX AND THE CITY, a série (1998/2004), nem sempre se apoiava em ganchos e continuidade, mas em temas, pelo pouco que pude assistir. Antes de ver o filme, como não havia visto as últimas temporadas, pedi para alguns amigos me passarem um rápido resumão do que aconteceu no final da série, mas depois vi que isso não chegou a ser necessário, já que os fatos mais importantes são mencionados no filme. Mesmo assim, ainda acho que ter visto a série, ou pelo menos alguns poucos episódios, e entrar em contato com as personagens e suas distintas personalidades, ajuda bastante a apreciar o filme, que, assim como a série, foca sua atenção em Carrie (Sarah Jessica Parker, praticamente a dona do projeto). Quanto à minha favorita da turma, Charlotte (Kristin Davis, que na vida real provou que não era tão "santinha" quanto na série, tendo em vista os escândalos recentes), acabou se casando com um sujeito que se parece com o Dr. Evil, o inimigo de Austin Powers. Felizmente, o filme deu pouco espaço para ele, pois cada vez que ele aparecia, eu ficava esperando surgir também o Mini-Me.

E já que eu mencionei o marido de Charlotte, falemos então de como a série deixou suas personagens e de como o filme começa. Carrie passou a viver junto com o carismático Big (Chris Noth), mas dessa vez numa relação bem mais estável; Charlotte, casou com o "Dr. Evil", digo, com um sujeito bem sucedido financeiramente, adotou uma garotinha japonesa e vive, como sempre, feliz da vida; Samantha (Kim Cattral) mora em Los Angeles com um rapaz boa pinta, modelo de sucesso, mas como não gosta muito de "Lost Angeles" vive sempre pegando um vôo para Nova York, para visitar as amigas; e Miranda (Cynthia Nixon) acabou se casando com o persistente Steve. E é assim que encontramos o quarteto. Como o filme tem 140 minutos de duração, alguma coisa tem de acontecer que não seja apenas as quatro conversando sobre roupas e sexo, certo? Então, o eixo principal do filme gira em torno do casamento de Carrie com Big, um sujeito cuja boa parte do charme está em não conseguir ser sentimental, por mais que saibamos o quanto ele ama Carrie. O fato é que depois de dois casamentos frustrados, Big ficou com trauma de casamentos. Embora não recebam o mesmo espaço na trama que sua amiga escritora, as outras três mulheres lidam com os seus próprios problemas, mas o filme acaba arranjando sempre boas desculpas para reuní-las.

O problema do filme está em ser, vez ou outra, excessivamente "de mulherzinha", se é que você me entende. Por exemplo, a cena em que Carrie faz uma espécie de desfile de moda para as amigas, como um bota-fora das roupas velhas e fora de moda de seu guarda-roupa antes de se mudar para o novo apartamento, chegou a me deixar constrangido. Eis uma cena que eu cortaria sem dó nem pena da edição final. Mas como o filme é feito mais para as mulheres do que para os homens, não sou eu quem tem que decidir isso. No mais, as coisas não são muito diferentes da série, que por ser da HBO já era bem liberal nos quesitos sexo e nudez. O que diferencia e dá o que pensar quando saimos da sessão é a questão da idade das protagonistas. Se na série, ver quatro trintonas (ou quarentonas, no caso de Samantha) independentes e bem sucedidas já era novidade, no filme, ver, por exemplo, Samantha completando 50 anos e ainda tendo o mesmo gás e tesão por tudo quanto é homem, é algo para se refletir nesse novo mundo em que vivemos. Um mundo em que as pessoas vivem mais. Os 50 anos de hoje são os 40 de ontem. Apesar de não ser um mundo fácil de se viver, a expectativa de vida aumentou e as pessoas endinheiradas têm como conseguir manter uma aparência jovem com mais facilidade - embora o excesso de botox e cirurgias plásticas possa tornar às vezes algumas dessas pessoas em pequenos monstros. Mas o que eu achei mais bonito no filme foi justamente essa demonstração de vitalidade das personagens, principalmente de Charlotte, que com seus gritinhos de menina adolescente mostrou que não é preciso necessariamente se comportar de acordo com a idade que a sociedade lhe impõe. Os tempos são outros. No mais, por mais que alguém também possa se incomodar com o excesso de interesse das personagens por marcas de bolsas, de vestidos, de sapatos, de desfiles de moda etc, a intenção da série é mostrar, sem julgamento, o mundo em que aquelas pessoas vivem.

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