segunda-feira, maio 22, 2006
O CÓDIGO DA VINCI (The Da Vinci Code)
Impressionante a quantidade de salas que está exibindo O CÓDIGO DA VINCI (2006). Os executivos estão apostando mesmo no êxito comercial do filme. Também pudera: o livro vendeu mais de 45 milhões de exemplares em todo mundo e quem não leu já ouviu falar da polêmica. O filme, então, vai alcançar muito mais pessoas - no Brasil, são 500 salas exibindo. E se o livro de Dan Brown já era picareta e oportunista, o filme, então, nem se fala. Enquanto assistia ao filme e me sentia um tanto aborrecido, comecei a pensar que o problema talvez se devesse ao fato de eu já ter lido o livro e já saber tudo que iria acontecer. Mas aí lembrei de O SENHOR DOS ANÉIS e do quanto eu curti ver aquele filme, mesmo tendo lido a obra literária antes. Logo, o problema de O CÓDIGO DA VINCI se encontra principalmente na direção de Ron Howard e no roteiro mal amarrado de Akiva Goldsman.
Se tem uma coisa que o filme tem de vantagem em relação ao livro - além da possibilidade de se acompanhar tudo em pouco mais de duas horas - são as seqüências de ação. A cena da perseguição no carro de Sophie Neveu (Audrey Tautou) é um dos melhores exemplos. Como o mais importante do filme está nas teorias sobre o Santo Graal, Maria Madalena, os Templários etc., Howard tenta a todo custo dar agilidade às cenas em que os personagens dão a sua aula de história e religião. Não é dado aos personagens sequer uma linha de diálogo que dê um pouco de naturalidade ao filme. O resultado é que em nenhum momento o filme aparenta ser algo crível, jogando por água abaixo um assunto tão sério e interessante. E olha que o livro, com aquele jeitão de obra descartável, quase conseguiu isso também.
O melhor do filme é Ian McKellen, que é quem confere vivacidade e entusiasmo ao seu personagem. Jean Reno, como o policial que persegue o casal de heróis, também está bem. Mas os protagonistas, tanto Tom Hanks quanto Audrey Tautou, parece que pularam de pára-quedas no filme. Suas caracterizações são rasas e sem graça. Os flashbacks que tratam do passado dos dois chegam a ser irritantes. Paul Bettany, outro ator que faz um personagem importante, ficou parecendo mais um serial killer de filme de terror de segunda.
Se fosse uma obra séria, eu até me animaria para falar um pouco sobre religião, tema que muito me interessa e que é um dos eixos de O CÓDIGO DA VINCI, mas depois de um filme desses é melhor deixar a teologia de lado e vê-lo apenas como um thriller mal realizado e feito com o objetivo único de ganhar dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário