Hoje estou de cama. Uma virose me pegou e me deixou arrebentado. Mas como já dormi um bocado e estou suando em bicas, vou tentar escrever alguma coisa para o blog para não deixá-lo parado. Falemos então de um filme que é um verdadeiro alien na cinematografia americana: FASTER, PUSSYCAT! KILL! KILL! (1965), o cultuado B-movie de Russ Meyer. Bom, não sabia muito sobre o filme e assim que ele começou, eu imaginei que se tratava de um filme leve e despretensioso sobre mulheres peitudas dançando e dirigindo em alta velocidade. Aos poucos é que vi que se tratava de um filme de suspense, mas um suspense bem diferente do que a gente está acostumado a ver. Uma coisa é certa: esse Russ Meyer é mesmo um autor. E olha que eu só vi esse filme dele.
Na trama, três bad girls (Tura Satana, Lori Williams e Haji, sendo que a loira nem é tão malvada assim) encontram no deserto um jovem casal e passam a disputar uma corrida de automóveis. Depois de um grave desentendimento por causa da malvadeza das mulheres, o rapaz tem o seu pescoço quebrado por uma delas e morre. A partir desse momento, o filme muda de tom, vai ficando mais pesado. As coisas começam a se complicar quando as quatro vão parar numa fazenda onde vivem um velho paralítico e seus dois filhos, um deles deficiente mental.
O filme é bastante representativo da década de 60, quando o rock n' roll e a contracultura imperavam, embora o cinema mainstream americano tenha demorado um pouco a se desvincular da caretice. Por isso os filmes mais ousados da época eram produções de baixo orçamento, como os filmes do Russ Meyer, os westerns vanguardistas de Monte Hellman ou as picaretagens do bem de William Castle.
No caso de FASTER, PUSSYCAT! KILL! KILL!, Meyer inova ao mostrar os homens como vítimas e as mulheres como perversas e perigosas. Os seios grandes são o equivalente ao pênis masculino, dando à mulher a sensação de estar armada e poderosa.
Parece que Hollywood vai fazer um filme sobre a vida de Russ Meyer, chamado BIG BOSOMS AND SQUARE JAWS. Pena que o diretor cotado é Rob Cohen, cineasta sem personalidade alguma. Tenho vontade de ver os filmes seguintes do diretor, bem mais generosos no quesito erotismo.
Filme visto em divx.
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