sexta-feira, março 03, 2006

O MENINO DOS CABELOS VERDES (The Boy with Green Hair)



O MENINO DOS CABELOS VERDES (1948) é mais um bem vindo lançamento da distribuidora Aurora, que está dando de dez nas concorrentes especializadas em clássicos. A quantidade de ótimos filmes que esse selo vem trazendo é de dar gosto. Melhor que isso, só se os DVDs fossem mais baratos para venda direta. Como os preços são tão salgados quanto os DVDs das majors, resta torcer para que as locadoras comprem os títulos. Eu, pelo menos, ando louco pra encontrar nas prateleiras daqui os títulos ALMAS PERVERSAS, de Fritz Lang, CURVA DO DESTINO, de Edgar G. Ulmer, FOI DEUS QUEM MANDOU, do Larry Cohen, O ASSASSINO DA FURADEIRA, de Abel Ferrara, e PAIXÕES QUE ALUCINAM, de Samuel Fuller.

Quanto ao filme de Joseph Losey, confesso que me decepcionei um pouco. Não que o filme não seja bom. O negócio é que minha primeira e única experiência com o cinema do diretor havia sido com o excepcional O ASSASSINATO DE TROTSKY (1972), que saiu em DVD no Brasil pela ClassicLine. Acho que o que me incomodou um pouco em O MENINO DOS CABELOS VERDES foi o sabor de "sessão da tarde" que ele tem. O que para muitos pode trazer boas recordações, pra mim nem tanto. Sempre achei as tardes enfadonhas. Quando criança, eu não via muita graça em filmes que não fossem do Jerry Lewis, dos Trapalhões ou do Simbad.

Na trama, um menino com a cabeça raspada é encontrado vagando e levado para uma delegacia de polícia. Ele conta a um médico a incrível história de quando ele acordou e seus cabelos estavam verdes. O jogo publicitário do filme na época era: "não conte pra ninguém porque os cabelos do menino ficaram verdes." O garotinho do filme é Dean Stockwell, que já era um astro mirim antes desse filme.

O MENINO DOS CABELOS VERDES foi a estréia de Losey em longa-metragem. A carreira do diretor é basicamente dividida em dois momentos: antes e depois do exílio. Ele foi uma das vítimas do macarthismo que assolou o cinema americano dos anos 50. Seu primeiro filme produzido fora dos EUA foi O HOMEM QUE O MUNDO ESQUECEU (1952), título que até poderia ser aplicado ao diretor se sua carreira na Europa não fosse muito bem sucedida.

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