quarta-feira, julho 20, 2005

KUNG-FUSÃO (Gong Fu / Kung Fu Hustle)



Uma maravilha ter a chance de ver um filme desses no cinema. Qual foi a última vez que foi possível ver uma comédia chinesa de artes marciais na tela grande? Talvez nos anos 70. Infelizmente a gente ainda depende da performance do filme nas bilheterias americanas. Se KUNG-FUSÃO (2004) não tivesse feito sucesso nos EUA, provavelmente não teria chegado às telas brasileiras via Columbia.

KUNG-FUSÃO (não me acostumo com esse título brasileiro) é uma mistura de filme de kung fu, com filme de gângsters, com desenhos da Warner, estilo Papa-Léguas e Pernalonga, com AMOR, SUBLIME AMOR, com LUZES DA CIDADE, de Charles Chaplin. Ainda tem uma citação a MATRIX, mas todos sabem que o filme dos irmãos Wachowski já era um poço de referências orientais. Mesmo com todas essas referências mais ou menos familiares, o que se vê na tela é algo totalmente diferente do que se está acostumado a ver.

O personagem que mais se aproxima de um protagonista é o desastrado Sing, vivido pelo ator e diretor Stephen Chow, de KUNG FU FUTEBOL CLUBE (2001). Esse filme anterior de Chow, eu ainda não assisti, apesar de tê-lo em divx há meses, mas pretendo ver em breve. De qualquer maneira, dizem que KUNG-FUSÃO é um salto em sua carreira - como diretor ele começou em 1994, mas como ator, Chow está em atividade desde os anos 80.

Sing é um zé ninguém que anda ao lado de seu amigo gordo fingindo que faz parte da temida Gangue do Machado. A cena mais engraçada do filme é quando ele chama pra briga os moradores do Chi-Queiro (o nome do cortiço onde boa parte da história se passa), mas não vou contar aqui pra não estragar a surpresa. Além do mais, como se trata de um humor essencialmente visual, nem dá pra contar sem perder a graça. Além de Sing, há outros personagens quase tão importantes quanto ele, como o casal de proprietários do Chi-queiro e um adolescente que vive com a bunda de fora.

Para se curtir o filme é preciso se desligar do mundo real. Em KUNG-FUSÃO, as leis da física não se aplicam. Para isso, Stephen Chow se utiliza da melhor tecnologia em efeitos especiais para que em alguns momentos os personagens possam voar, correr feito um desenho animado, levar um soco e ficar com a cara amassada etc. Só cansei um pouco do filme depois de uma hora de duração. Vai ver eu preciso de mais violência para ficar bem desperto com cenas de luta. E como violência está mais ligada ao plano físico e não a cartoons, esse filme pode ser visto por toda a família. Mesmo assim, faço questão de dizer que se trata de uma chance imperdível ver um filme desses na telona. Quem não for ver logo, vai dançar. São poucas as sessões disponíveis.

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