quinta-feira, janeiro 20, 2005
O FILHO DE CHUCKY (Seed of Chucky)
Quase deixava passar esse filme, mas depois de ler os comentários elogiosos de Diogenes César e de Leandro Caraça na lista Canibal Holocausto, fiquei com vontade de vê-lo. O FILHO DE CHUCKY (2004), de Don Mancini, roteirista dos outros filmes da série, dá seguimento à série de horror cômico iniciada com BRINQUEDO ASSASSINO (1988). O filme anterior, A NOIVA DE CHUCKY (1998), dirigido com estilo por Ronny Yu, já tinha optado mais pela comédia doentia do que pelo horror, mas esse novo filme leva esse tipo de humor às últimas conseqüências. E isso é um elogio em se tratando desse tipo de filme.
A presença do diretor John Waters, o mestre do cinema escatológico, fazendo o papel de um paparazzo não é em vão. O humor do filme até lembra MAMÃE É DE MORTE, um dos últimos de Waters que assisti. É um tipo de humor que geralmente não me leva às gargalhadas, mas que eu acho no mínimo interessante. É mais fácil eu rir do humor involuntário dos filmes de Ed Wood, do que do humor "voluntário" dos filmes de Waters.
Por falar em Ed Wood, o pior diretor do mundo é homenageado num momento chave do filme: o filho de Chucky tem um sexo indefinido. O pai quer que ele seja um menino, de nome Glenn; a mãe quer que seja uma menina, de nome Glenda. Uma homenagem explícita a um dos filmes mais famosos de Wood. Outros filmes citados são O ILUMINADO, de Stanley Kubrick, A CASA DO ALÉM, de Lucio Fulci, e PSICOSE, de Alfred Hitchcock.
A seqüência inicial do filme é muito boa, com a câmera do ponto de vista do boneco, deixando a gente curioso pra ver o aspecto do tal boneco feio. Entre outras cenas memoráveis, temos a cena de Chucky se masturbando com uma revista Fangoria; ou a cena em que a noiva de Chucky corta a barriga de Redman, deixando um monte de tripas no chão.
Jennifer Tilly está excelente fazendo o papel dela mesma e brincando com sua decadência nas telas - o seu maior orgulho é ter feito LIGADAS PELO DESEJO (1996), dos irmãos Wachowsky - ou com o fato de estar bem acima do peso. A trilha sonora do filme é do grande Pino Donaggio, que já fez temas maravilhosos para filmes de Brian DePalma.
Talvez o problema do filme esteja só com a história, meio mal-contada, e com o final, mas quando o filme termina ao som de um bom rock e apresenta todos os atores em algumas das melhores cenas, vemos que o resultado como um todo foi bem satisfatório. É talvez o melhor filme da série.
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