quarta-feira, junho 23, 2004

TRÊS WESTERNS

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Pena que no tempo em que mais passava western na tv, eu não assistia muito por puro preconceito e ignorância. Mas nunca é tarde para conhecer os filmes dos mestres. Dessa vez eu vi dois westerns americanos e um italiano de diretores prestigiados. Comentarei brevemente, o que não implica que os filmes valham pouco, faço questão de frisar.

O HOMEM DO OESTE (Man of the West)

Se esse filme de Anthony Mann não é tão genial quanto E O SANGUE SEMEOU A TERRA (1952) ou WINCHESTER 73 (1950), ele chega perto. O HOMEM DO OESTE (1958) tem como protagonista Gary Cooper, que tem a típica feição do americano de bem, careta, o homem em que as pessoas confiam. A trama do filme é lindamente narrada com segurança por Mann. Gary Cooper é o homem que pega um trem com o objetivo de encontrar uma professora para ensinar na sua cidade, mas o trem é assaltado por um grupo de ladrões e ele acaba ficando no meio do caminho, junto com uma mulher e um homem. As coisas esquentam quando os três vão parar acidentalmente na cabana dos bandidos. Há uma seqüência de briga de Cooper com um dos bandidos que é de deixar o sangue ferver, pelo misto de emoções que essa cena carrega. O fim do filme deixa a gente em dúvida e serve pra mostrar que caras como Mann sabiam trabalhar no sistema e ainda assim fazer coisas ousadas. Visto em fita selada da Warner.

ALVAREZ KELLY

Esse filme de Edward Dmytryk é mais um desses westerns que servem como aula de história, além de entreter muito bem. William Holden é Alvarez Kelly, um mexicano que trabalha de "tocador de gado", levando o gado para regiões distantes durante a Guerra Civil Americana. Ele faz negócio tanto para os ianques quanto para os confederados. A história envolve roubo de gado dentro desse cenário de guerra em que os sulistas já estavam perto da derrota. ALVAREZ KELLY (1966) lembra um pouco esses filmes de roubo tipo UMA SAÍDA DE MESTRE. O que muda aqui é o cenário. E o charme que os filmes mais modernos não têm na mesma quantidade. Gravado da TNT.

O SILÊNCIO DA MORTE / O VINGADOR SILENCIOSO (Il Grande Silenzio / The Great Silence)

Esse é o melhor western spaghetti não dirigido por Sergio Leone que eu já tive o prazer de assistir. O último exemplar do gênero, KEOMA, de Enzo G. Castellari, me decepcionou um pouco. O SILÊNCIO DA MORTE (1968) é um filmaço dirigido por Sergio Corbucci, diretor de DJANGO (1966). Nessa obra-prima, Jean-Louis Trintgnant é Silêncio, o pistoleiro mudo que mata os cruéis caçadores de recompensa de uma cidade cercada por bandidos. Klaus Kinski é o malvado Loco, um sujeito que carrega os cadáveres de suas vítimas amarrados em cima das carruagens, como se fossem pedaços de carne. A violência é um destaque, com belo uso do sangue ultra-vermelho sobre o branco da neve. A trilha sonora é do grande maestro Ennio Morricone. E o final é um dos mais amargos que eu já vi. Simplesmente não acreditei que o filme terminava daquele jeito. Visto em DVD da Classic Line. A imagem está cristalina e em widescreen, ainda que não no seu formato devido.

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