LUGAR NENHUM DA ÁFRICA (Nirgendwo in Afrika)
Acabei de chegar da sessão desse bonito drama alemão ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2003. Trata-se de um filme difícil de não gostar. As duas horas e vinte minutos que passamos durante a projeção do filme são prazerosas.
LUGAR NENHUM DA ÁFRICA (2001) conta a história da família de judeus alemães que se viram obrigados a sair do clima de opressão que se instalava na Alemanha de Hitler. Na verdade, o casal e a filha tiveram sorte de terem saído do país na hora certa. Conseguiram escapar de serem enviados para os campos de concentração. Por outro lado, tiveram que se adaptar a um mundo totalmente diverso do seu. Tiveram que aprender uma língua diferente, viver num país miserável (Quênia), perder o status que tinham na Europa (o personagem principal, Walter, por exemplo, era juiz de direito na Alemanha).
O filme tem um estilo de narrativa clássico, sem pretensões de se criar uma obra-prima, mas é contado com uma habilidade e uma delicadeza que encantam. Muito bem trabalhado no filme o relacionamento da família com o cozinheiro, o afeto que ele cria com a garotinha. As duas atrizes que fazem a garotinha Regina são ótimas, encantadoras.
Pode parecer piegas, mas LUGAR NENHUM NA ÁFRICA nos mostra que devemos tratar bem as pessoas, sem ligar para status social; mostra que devemos respeitar as culturas estranhas à nossa, e agir com a espontaneidade da garotinha Regina, que tinha um profundo respeito pelas crenças africanas; mostra que por mais que odiemos um lugar, vai chegar a hora que nós vamos nos apegar a ele e amá-lo até mais do que o nosso lugar de origem.
O filme está sendo lançado em DVD e VHS esse mês, mas parece que a distribuidora está lançando apenas em fullscreen. Uma pena, já que a fotografia em scope do filme é belíssima.
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