segunda-feira, março 22, 2004

CONTO DE PRIMAVERA (Conte de Printemps)



Hoje estou elétrico. O dia hoje está agitadíssimo por conta de uma pequena viagem que apareceu pra mim. Pra tentar manter a calma, vou tentar falar um pouco de CONTO DE PRIMAVERA (1990), de Eric Rohmer, que vi no último sábado.

Não sei se por causa das noites mal dormidas que me deixaram com sono durante a sessão, mas o fato é que achei esse o mais fraco dos filmes de Rohmer sobre as estações. Acho que por isso, que os organizadores deixaram por último: pra não assustar os espectadores que iriam ver os outros filmes. O filme antecipa muito do que viria a ser mostrado nos contos seguintes.

As conversas filosóficas estão presentes (inclusive até descobri que quem criu o mito do anel que deixa a pessoa invisível foi Platão e não Tolkien), mas de uma maneira diferente da vista em CONTO DE INVERNO (1992). Aqui o papo é de professor pra professor e o espectador leigo em certo momentos fica voando quando os personagens falam sobre filosofia transcendental. Dá pra comparar com o realismo dos papos sobre agricultura de CONTO DE OUTONO (1998). Mas ainda assim achei interessante. Mas prefiro a conversa sobre almas gêmeas do CONTO DE INVERNO.

O filme inicia a proposta de mostrar personagens em busca do amor. Em alguns dos filmes, o encontro entre os dois amantes acontece meramente por obra do acaso. Em outros casos, como nesse filme e em CONTO DE OUTONO, o amor nasce a partir da intervenção astuta de um cupido. Em CONTO DE PRIMAVERA, vemos Jeanne, uma professora de filosofia que conhece numa festa uma garota chamada Natacha, que arma pra que seu pai se separe de sua atual namorada e fique com Jeanne.

Acho que o problema é que a partir da segunda metade o filme vai ficando monótono, chato. Não seria um filme indicado pra quem está iniciando no cinema de Rohmer. Pra quem está começando a acompanhar a filmografia dele é melhor começar vendo o jovial CONTO DE VERÃO(1996) ou o romântico CONTO DE INVERNO. A cópia do filme também não era das melhores, cheia de falhas. Mas isso é normal, já que o filme é de 1990. Além do mais, essa cópia já rodou durante um tempão várias cidades do Brasil até chegar aqui em Fortaleza.

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