segunda-feira, março 15, 2004

EMANUELLE IN AMERICA



Depois de anos de curiosidade, pude finalmente conferir esse filme, tão comentado entre os cinéfilos antenados em cinema underground. Porém, EMANUELLE IN AMERICA (1977) me decepcionou bastante. Primeiro porque eu estava esperando um filme mais centrado na trama dos snuff movies, além de excitantes cenas de sexo. Mas não é bem isso que encontrei: a trama sobre os snuffs só acontece no final do filme, depois de muita enrolação, e as mulheres não são bem o exemplo de beleza estética, o que prejudica o fator paudurescente do título. Acho que o problema é que eu me acostumei com o padrão de beleza atual, em que as mulheres aparecem na mídia sem celulite, com corpos perfeitos. Nos anos 70, não havia toda essa obsessão pelo corpo como há hoje. Há poucas mulheres bonitas no filme, destaque para aquela que masturba o cavalo.

Aliás, a cena do cavalo é um dos pontos altos do filme. A mulher tira a roupa e vai lá acariciar o imenso cacete do bicho e ele fica lá relinchando. Hehehe.. As cenas de sexo explícito são normais, nada de extraordinário ou mesmo excitante. Laura Genser, a Emanuelle negra, não protagoniza nenhuma das tais cenas explícitas. Tudo fica a cargo das profissionais do gênero.

Na história, Emanuelle é uma repórter fotográfica que investiga o submundo do sexo entre milionários excêntricos. Até que certo dia, ela flagra uma fita contendo uma mulher sendo agredida e assassinada sadicamente em frente às câmeras. A seqüência do filme snuff é o ponto alto, acordando um pouco do torpor que permeia quase todo o filme.

O espírito libertário (ou libertino, depende de quem o vê) dos anos 70 nem sempre é fácil de ser assimilado pelas novas platéias (me considero uma dessas novas platéias). Como eu já havia falado aqui quando comentei sobre SWEET MOVIE, do Makajev, é preciso entrar no clima da época pra apreciar certos aspectos do filme. Mas apenas certos aspectos, já que o filme como um todo é bem picareta, no pior sentido do termo. Claro, trata-se de um produto exploitation, sensacionalista, feito mesmo pra chamar a atenção de quem vai atrás de ver mulher pelada e cenas violentas. Não me incomodo com esse tipo de filme. Até gosto. Mas quando o resultado é, pelo menos, satisfatório. Filme sobre snuff, prefiro MORTE AO VIVO, do Amenábar, e até mesmo 8 MM, do Schumacher (podem jogar pedras à vontade. Hehehe).

A cópia que eu consegui com o Herbert, apesar de ter uma imagem ótima, ripada do DVD, está com um problema de sincronia do áudio com a imagem a partir da metade. E a culpa nem é da dublagem em inglês não. Valeu ter conhecido o filme, mas chamar de "a obra-prima de Joe D'Amato" é o mesmo que dizer que o cara só fazia porcaria (o que pode até ser verdade). Ainda hoje tenho vontade de ver o pornô MARQUÊS DE SADE (1995), dirigido pelo D'Amato e protagonizado pelo Rocco Sifredi. Dizem que esse pornô é beem hardcore.

Bom mesmo é Tinto Brass...

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