O dia de hoje está cheio de coisas pra resolver, minha cabeça não está nada tranqüila, mas quero pelo menos parar um pouco pra fazer um balanço do ano, fazer a já tradicional listinha de favoritos de 2003 e destacar algumas coisas. Em comparação com 2002, esse ano foi fraco. Não tivemos obras-primas do naipe de CIDADE DOS SONHOS e FALE COM ELA, mas ainda assim muitas coisas boas surgiram. Então, vamos começar pelo top 20 de 2003, os filmes que mais mexeram comigo, os que mais me impressionaram.
TOP 20
1. A ÚLTIMA NOITE, de Spike Lee
2. CARANDIRU, de Hector Babenco
3. GANGUES DE NOVA YORK, de Martin Scorsese
4. O HOMEM QUE COPIAVA, de Jorge Furtado
5. SOBRE MENINOS E LOBOS, de Clint Eastwood
6. FEMME FATALE, de Brian DePalma
7. AS INVASÕES BÁRBARAS, de Denys Arcand
8. O SENHOR DOS ANÉIS: O RETORNO DO REI, de Peter Jackson
9. O CHAMADO, de Gore Verbinski
10. KAMCHATKA, de Marcelo Piñeyro
11. O PIANISTA, de Roman Polanski
12. DEIXE-ME VIVER, de Peter Kosminky
13. IDENTIDADE, de James Mangold
14. PREMONIÇÃO 2, de David R. Ellis
15. A VIAGEM DE CHIHIRO, de Hayao Miyazaki
16. AMARELO MANGA, de Cláudio Assis
17. AS PANTERAS DETONANDO, de McG
18. SAMSARA, de Pan Nalin
19. SIMPLESMENTE AMOR, de Richard Curtis
20. TIROS EM COLUMBINE, de Michael Moore
Pela relação, vemos que meu fraco por dramas sensíveis continua em alta, ao mesmo tempo que o meu carinho pelo gênero horror também cresce. No campo dos melodramas, o que mais me fez chorar foi AS INVASÕES BÁRBARAS, de Arcand. Esse ficaria em primeiro lugar no ano no quesito lágrimas por minuto. Ou seria CARANDIRU, que foi também catalisador de lágrimas pra mim? Um drama delicado e esquecido pelo público e pela crítica e que merece ser descoberto por quem não viu é DEIXE-ME VIVER, com a Michelle Pffeifer, cada vez mais linda. Também destaco outros filmes que mexeram com o meu coração como O HOMEM QUE COPIAVA, KAMCHATKA, SAMSARA e SIMPLESMENTE AMOR. Já o horror está bem representado em O CHAMADO, PREMONIÇÃO 2 e IDENTIDADE.
Por falar em ótimas continuações, nada como ver AS PANTERAS DETONANDO e esquecer dos problemas da vida. Cinema pipoca de primeira. Se for pra lembrar dos problemas, tem que ser com estilo. E isso Cláudio Assim tem de sobra em sua estréia no cinema no chapante AMARELO MANGA.
Os grandes cineastas também estão presentes. Spike Lee e seu retrato da vida de um homem após o 11 de setembro o elevou ao topo no meu ranking desse ano. O grande Scorsese também fala do 11 de setembro e da natureza violenta dos EUA no épico grandioso GANGS DE NOVA YORK. O tema da violência e a atual situação americana também é destaque em SOBRE MENINOS E LOBOS e no documentário TIROS EM COLUMBINE. Brian DePalma enche de auto-referências o delicioso FEMME FATALE. O homem pode. E quem é fã do seu trabalho fez a festa.
No terreno da fantasia o grande destaque é mesmo O SENHOR DOS ANÉIS: O RETORNO DO REI e suas magníficas imagens da Terra Média de Tolkien. Sem esquecer de A VIAGEM DE CHIHIRO, do Miyazaki, que nos transporta para um mundo totalmente novo a cada filme seu. Além do mais, o filme pode representar o início da chegada da animação japonesa em grande escala no mercado brasileiro. Tomara.
ATRIZ REVELAÇÃO
Nesse ano eu destaco principalmente a jovem atriz Alison Lohman que brilhou em DEIXE-ME VIVER e em OS VIGARISTAS, do Ridley Scott. Espero que a carreira dela vingue.
GRANDES ATRIZES
Não vou destacar grandes atores. Pra mim, a arte de interpretar é mesmo feminina. A minha preferida nesse ano foi a argentina Cecilia Roth, maravilhosa em KAMCHATKA. (Na tela pequena também tive a oportunidade de vê-la no ótimo UMA NOITE COM SABRINA LOVE, de Alejandro Agresti.) Também destaco: a gostosíssima Monica Bellucci, pela interpretação sofrida em IRREVERSÍVEL; Dira Paes pelo ousado papel em AMARELO MANGA; e Juliane Moore, pelo sirkiano LONGE DO PARAÍSO. Mas Juliane Moore botando pra foder nem é mais novidade, não é mesmo?
O ANO DIGITAL
Esse foi o ano que eu comecei a ver filmes na telinha do pc. Tanto que vou fazer aqui um top 10 só de filmes vistos em divx. Tive a ajuda de amigos que de uma forma ou de outra me possibilitaram ver esses filmes. Agradeço aos chapas Renato, Fábio, Herbert e Marcelo pela bela ajuda. Por causa deles, tive a chance de ver filmes ainda inéditos no cinema e em vídeo no Brasil. Eis o top 10 divx:
1. HERO, de Zhang Yimou
2. ANYTHING ELSE, de Woody Allen
3. NAUSICAÄ DO VALE DOS VENTOS, de Hayao Miyazaki
4. MAY, de Lucky McKee
5. VISITOR Q, de Takashi Miike
6. IRREVERSÍVEL, de Gaspar Noe
7. CABIN FEVER, de Eli Roth
8. MEZZO FORTE, de Yasuomi Umetsu
9. ONLY YESTERDAY, de Isao Takahata
10. BLOOD: THE LAST VAMPIRE, de Hiroyuki Kitakubo
Pelo visto, tem muita coisa japonesa. Do Japão, eu conheci tanto o mangá quanto o longa-metragem UZUMAKI; tanto o mangá quanto a série NEON GENESIS EVANGELION. Do Japão conheci o louco de pedra do Takashi Miike. Aliás, o filme mais violento que já vi na vida é ICHI THE KILLER, desse maluco. Também destaco o novo horror americano que apareceu em filmes como WRONG TURN, MAY, HOUSE OF 1000 CORPSES e CABIN FEVER.
A MOSTRA DE CINEMA DE SÃO PAULO
Esse foi o ano que eu pude sentir um gostinho do que é um dos mais importantes eventos culturais do Brasil. A viagem relâmpago para São Paulo foi o melhor momento pra mim desse ano. Pena que durou pouco e só pude ver um filme. Mas foi bom demais assim mesmo conhecer o Renato, a Rosângela e o Tiago pessoalmente. Quem sabe em 2004 eu conheço a Fer, o Fabrício e o Thomaz lá em Porto Alegre?
COMPRAS INTERNACIONAIS
Nesse ano, fiz minha estréia comprando DVDs importados. De Hong Kong, adquiri AUDITION, obra chocante de Takashi Miike. Dos EUA, peguei uma promoção imperdível da Deep Discount e realizei um sonho meu: possuir a primeira temporada de TWIN PEAKS, a cultuada série de David Lynch e Mark Frost.
EDIÇÕES ESPECIAIS EM DVD
Esse ano, tive a chance de rever três obras-primas que tiveram edições especialíssimas no Brasil. OS PÁSSAROS e PSICOSE, de Hithcock, e A NOITE AMERICANA, de Truffaut. Do Kubrick, pude finalmente ver alguns de seus primeiros filmes. O cara era gênio desde cedo mesmo.
O VELHO VHS
Acho que ainda vou ser adepto do velho vhs por um bom tempo. Através do vhs e da camaradagem de amigos pude conhecer no início desse ano as obras-primas de Dario Argento. SUSPIRIA e A MANSÃO DO INFERNO já estão na minha lista de melhores filmes de horror de todos os tempos.
Do Buñuel, vi os sensacionais TRISTANA e O FANTASMA DA LIBERDADE.
Do Tarkovski, vi o viajante SOLARIS.
Do DePalma, o hitchcockiano IRMÃS DIÁBOLICAS.
De Olivier Assayas, o impressionante IRMA VEP.
Do Khouri, o atmosférico ESTRANHO ENCONTRO.
Do Takahata, o maravilhoso CEMITÉRIO DE VAGALUMES.
Sem falar no NEON GENESIS EVANGELION, que um dia eu quero rever em DVD.
2004
É isso aí. Espero que 2004 seja melhor ainda. Principalmente nos campos financeiro e sentimental, que pra mim andam em crise desde 2001.
Um feliz 2004 para todos nós!
terça-feira, dezembro 30, 2003
segunda-feira, dezembro 29, 2003
CABIN FEVER
Mais um belo exemplar do novo horror americano. Eli Roth estréia com pé direito com este CABIN FEVER, um trabalho que lembra filmes como O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA, AMARGO PESADELO e QUADRILHA DE SÁDICOS, mas que tem personalidade própria. O terror vem através de um vírus carnívoro que ameaça um grupo de jovens que vem passar uns dias numa cabana no campo. Não há muito o que comentar a respeito da história. Bom mesmo é ver o filme, que é ótimo, de dar gosto. Os atores são bem esforçados e convincentes na trama e uma das meninas tira a roupa.
Angelo Badalamenti participa de parte da trilha sonora. (Uma pequena parte apenas) Interessante que basta saber disso que se identifica fácil em que parte do filme ele "aparece". Quem viu TWIN PEAKS vai perceber logo. Por falar em TWIN PEAKS, o diretor Eli Roth passou 6 anos num projeto com David Lynch e Badalamenti. CABIN FEVER tem algumas diálogos e climas que lembram Lynch.
No final do filme, há uma homenagem a Lynch. Ou será a Richard Kelly?? Agora fiquei na dúvida. Se ele estiver homenageando Lynch é por causa da referência a RABBITS (2003), a série de curtas que Lynch fez pra internet, em que atores se vestem com roupas de coelhos. Se o homenageado for Kelly, basta lembrar que em DONNIE DARKO, um coelho gigante aparece para o protagonista. Além do mais, Kelly é o roteirista do próximo filme de Roth, chamado THE BOX. Dizem que Tarantino já viu esse filme e gostou bastante.
DOIS SUBMARINOS
O tempo está correndo. Tenho vários filmes vistos pra comentar e quero fazer isso até 30/12. E ainda estou querendo colocar aqui um ranking de melhores de 2003, bem como uma espécie de balanço do ano. Mas por enquanto, vou enviando uns reviews de filmes que eu estou devendo pra mim mesmo há tempos.
Recentemente vi dois "filmes de submarino". É um sub-gênero que eu não conheço muito bem. Nem cheguei a ver CAÇADA AO OUTUBRO VERMELHO (1990) e nem O BARCO: INFERNO NO MAR (1981). O único que tinha visto era o meia-boca MARÉ VERMELHA (1995). Por isso, tive certa reserva em ver esses dois filmes no cinema. Além do mais, os títulos dos filmes com esses números e letras não são tão atraentes assim. Mas que pena que eu fiz isso. Deixei de ver esses dois filmaços na telona do cinema. Os dois filmes foram dirigidos por dois grandes cineastas do gênero ação, que fizeram filmes dignos, emocionantes, empolgantes. Comento rapidamente os dois filmes.
U-571: A BATALHA DO ATLÂNTICO (U-571)
Esse trabalho de Jonathan Mostow, diretor dos ótimos BREAKDOWN (1997) e EXTERMINADOR DO FUTURO 3 (2003), é um filme à moda antiga, que destaca valores meio "ultrapassados" como a bravura e o companheirismo. U-571 (2000) traz Mathew McConaughey (odeio escrever o nome desse sujeito, sempre tenho que "pescar" no imdb) como um oficial da marinha que tem como objetivo capturar uma maquininha chamada Enigma, que está de posse dos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. No elenco também estão Harvey Keitel, Bill Paxton e Jon Bon Jovi. Inclusive, nos comentários em áudio que vêm no dvd, o diretor elogiou o cantor pela ausência de ego, por não se incomodar em fazer um personagem de pouca importância para a trama. Foda é que no filme, ele morre logo no começo, perdendo a cabeça no meio do mar. Quem odeia Bon Jovi deve ter delirado. Hehehee. O filme empolga até o fim. Interessante que no começo, dá uma sensação desagradável de ver tantos homens naquele aperto no meio do mar. Mas, com o tempo, a gente vai se habituando, à medida que vamos conhecendo os personagens e suas fraquezas. Grande interpretação do Keitel nesse filme. O dvd vem com vários extras, inclusive mini-documentários e comentários em áudio do Mostow. Comprei numa banca por 12 pilas em outubro. Valeu a pena.
K-19: THE WIDOWMAKER
Esse filme de Kathryn Bigelow, a melhor diretora de filmes de ação de Hollywood, é fantástico. Impressionante mesmo. Consegue ser ainda melhor que U-571. Foi feito dois anos depois e tem várias similaridades com o filme do Mostow: mostra o submarino vazando água, tem cenas externas pra mostrar que existe um submarino de verdade e não apenas maquetes ou cenas de estúdio, é um filme que valoriza a bravura e o companheirismo e, assim, como U-571, esse é um filme de homens. Praticamente não existem mulheres em ação. E é estranho ver um filme assim tão cheio de testosterona dirigido por uma mulher. Grande Kathryn. Harrison Ford tem um grande papel, se recuperando da canastrice de REVELAÇÃO (2000). Ele faz um capitão russo super linha dura que trata com mão de ferro a tripulação de um submarino que carrega armas nucleares no auge da guerra fria (1961). Liam Neeson é o segundo capitão e, ao contrário de Ford, trata a tripulação com mais gentileza. O filme ganha dimensões trágicas quando começa um vazamento no reator nuclear. Caso não seja feito alguma coisa, haverá uma explosão maior que a de Hiroshima. O mais impressionante é que isso aí é uma história real. Isso aconteceu mesmo e o mundo já esteve à beira de uma terceira guerra mundial. No dvd, há comentários em áudio, mas eles não condizem muito com cada cena. No dvd há também vários mini-documentários destacando o making of, a maquiagem, o trabalho com maquetes etc. Filmaço!
SHOW LOS HERMANOS
O final de semana pra mim teria sido um tédio se não fosse por uma coisa: o show de ontem à noite do Los Hermanos, no Off Road Club. Aliás, o show funcionou como um remédio pra mim, que passei o fim de semana deitado na cama, gripado, com o corpo mole e sentindo até umas certas tonturas provenientes da fraqueza. Tudo que eu fazia era dormir, comer, ver televisão, dormir, comer, ver televisão e assim por diante. Logo, foi coragem de minha parte ter me esforçado pra sair domingo à noite pra esse show. Como que por um milagre, assim que a banda começou a tocar, ganhei fôlego novo, como se eu estivesse precisando mesmo de algo que me entusiasmasse.
A banda abriu com a canção que mais eles estão usando pra abrir os seus shows: "O Vencedor". E foi um prazer ver o povo cantando junto, ver tanta empolgação e retribuição à já famosa gentileza dos porta-vozes da banda Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante. O público cantava junto, cada um à sua maneira, às vezes de maneira teatral, conforme a dramaticidade da letra.
Poucas faixas de VENTURA ficaram de fora do show. Do primeiro disco só tocaram três canções: "Quem sabe" (sempre poderosa ao vivo), "Descoberta" e "Tenha Dó". "Anna Julia" acabou ficando de fora e eu confesso que senti falta. Mas parece que o público não reclamou. A minha irmã acha que o povo tem vergonha de pedir pra eles tocarem "Anna Julia". Hehehe.. Não sei se isso é verdade.
Eu aplaudi todas as canções, exceto "Sentimental", que me deixa sempre hipnotizado. Curiosamente uma das canções que mais ficou legal ao vivo foi "De onde vem a calma". Puxa, aquilo ficou lindo, hein. Já tinha visto eles tocando essa canção no programa do Jô Soares. Hoje de manhã quando acordei foi a primeira música que quis ouvir. E olha que ela nem era uma das minhas favoritas do disco novo. Agora é.
Rodrigo Amarante dedicou "Do sétimo andar" a todos os "fuleragem" que ele conhece aqui em Fortaleza. O termo chulo foi usado com carinho, é claro. Hehehe. O cara tem muitos amigos aqui na cidade. Sua interpretação de "Um par" ficou excelente. Inclusive, acho essa faixa muito interessante. A idéia é sair do lugar comum, mostrar a dificuldade de relacionamento entre pai e filho, mas pelo ponto de vista do pai. Genial. Acho que o Amarante esqueceu a letra de "O último romance", hein, mas ficou bonito a parte instrumental. Hehehhee.
Como eles estavam aqui no Ceará, não podia deixar de faltar "A palo seco", do Belchior. O show fechou com a dramática "A flor" e deixou a gente com gostinho de quero mais.
Na volta pra casa, de taxi com as minhas irmãs, ainda testemunhamos dois ladrões querendo tomar a carteira de um casal. Como a gente não era super-homem, ficamos só olhando. Susto mesmo foi ver uma van parar no meio da estrada e vem um cara com um revolver e começa a atirar no bandido que corria desesperado. Isso não tem nada a ver com o show, mas quis deixar registrado. E não tenho intenção de provocar nenhuma discussão acerca da violência na cidade não. Hehehe
O final de semana pra mim teria sido um tédio se não fosse por uma coisa: o show de ontem à noite do Los Hermanos, no Off Road Club. Aliás, o show funcionou como um remédio pra mim, que passei o fim de semana deitado na cama, gripado, com o corpo mole e sentindo até umas certas tonturas provenientes da fraqueza. Tudo que eu fazia era dormir, comer, ver televisão, dormir, comer, ver televisão e assim por diante. Logo, foi coragem de minha parte ter me esforçado pra sair domingo à noite pra esse show. Como que por um milagre, assim que a banda começou a tocar, ganhei fôlego novo, como se eu estivesse precisando mesmo de algo que me entusiasmasse.
A banda abriu com a canção que mais eles estão usando pra abrir os seus shows: "O Vencedor". E foi um prazer ver o povo cantando junto, ver tanta empolgação e retribuição à já famosa gentileza dos porta-vozes da banda Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante. O público cantava junto, cada um à sua maneira, às vezes de maneira teatral, conforme a dramaticidade da letra.
Poucas faixas de VENTURA ficaram de fora do show. Do primeiro disco só tocaram três canções: "Quem sabe" (sempre poderosa ao vivo), "Descoberta" e "Tenha Dó". "Anna Julia" acabou ficando de fora e eu confesso que senti falta. Mas parece que o público não reclamou. A minha irmã acha que o povo tem vergonha de pedir pra eles tocarem "Anna Julia". Hehehe.. Não sei se isso é verdade.
Eu aplaudi todas as canções, exceto "Sentimental", que me deixa sempre hipnotizado. Curiosamente uma das canções que mais ficou legal ao vivo foi "De onde vem a calma". Puxa, aquilo ficou lindo, hein. Já tinha visto eles tocando essa canção no programa do Jô Soares. Hoje de manhã quando acordei foi a primeira música que quis ouvir. E olha que ela nem era uma das minhas favoritas do disco novo. Agora é.
Rodrigo Amarante dedicou "Do sétimo andar" a todos os "fuleragem" que ele conhece aqui em Fortaleza. O termo chulo foi usado com carinho, é claro. Hehehe. O cara tem muitos amigos aqui na cidade. Sua interpretação de "Um par" ficou excelente. Inclusive, acho essa faixa muito interessante. A idéia é sair do lugar comum, mostrar a dificuldade de relacionamento entre pai e filho, mas pelo ponto de vista do pai. Genial. Acho que o Amarante esqueceu a letra de "O último romance", hein, mas ficou bonito a parte instrumental. Hehehhee.
Como eles estavam aqui no Ceará, não podia deixar de faltar "A palo seco", do Belchior. O show fechou com a dramática "A flor" e deixou a gente com gostinho de quero mais.
Na volta pra casa, de taxi com as minhas irmãs, ainda testemunhamos dois ladrões querendo tomar a carteira de um casal. Como a gente não era super-homem, ficamos só olhando. Susto mesmo foi ver uma van parar no meio da estrada e vem um cara com um revolver e começa a atirar no bandido que corria desesperado. Isso não tem nada a ver com o show, mas quis deixar registrado. E não tenho intenção de provocar nenhuma discussão acerca da violência na cidade não. Hehehe
sexta-feira, dezembro 26, 2003
ENIGMA DO PODER (New Rose Hotel)
Que filme é esse?? Que tipo de drogas Abel Ferrara estava usando quando filmou? O que de fato acontece? Asia Argento sumiu? Morreu? Por que Christopher Walken se joga pra se espatifar todo no chão? Que tipo de conclusões Willem Dafoe pode ter tirado no final? Quem sou eu??
Um monte de perguntas pipocam na cabeça da gente ao ver esse filme. O ENIGMA DO PODER (1998) é talvez o filme mais odiado de Abel Ferrara. Mesmo a maioria dos fãs do diretor detesta esse trabalho. O filme tem um clima parecido com ALPHAVILLE (1965), de Godard. Um mundo futurista estranho e que não mostra muita coisa (o filme é de baixo orçamento), ao mesmo tempo que tem um clima sonolento e enebriante, além de uma trama complexa e complicada. Resta a dúvida: ENIGMA DO PODER é mesmo um filme mal feito, com problemas de edição e roteiro, ou é um trabalho genial e que vai além de nossa compreensão?
O fato é que eu não consigo desgostar desse filme. Gostei de várias coisas nele. A cena inicial no bar com Asia Argento cantando de maneira sexy é um dos destaques do filme. Ela está especialmente boa nesse filme. Talvez se o filme não tivesse a moça, eu não teria gostado tanto.
A trama não saberia contar aqui, mas é mais ou menos assim: Willem Dafoe e Christopher Walken pretendem ficar milionários através de um golpe em cima de um poderoso empresário japonês. Eles contratam Asia Argento, uma bela prostituta para que ela seduza o tal japonês. (A coisa não é tão simples assim, mas é mais ou menos por aí.) Acontece que a Asia é cheia de mistérios e Dafoe está apaixonado por ela. Não arriscaria falar mais nada da história sob pena de contar algo totalmente diferente do que consta no filme. Hehehe..
Achei o conto original de William Gibson na internet. Lendo o conto em que o filme se inspira, talvez entenda melhor o filme. Ou não. Pra pegar o conto, basta clicar aqui.
Pra ver a Asia Argento em fotos sensuais, aqui e aqui.
Que filme é esse?? Que tipo de drogas Abel Ferrara estava usando quando filmou? O que de fato acontece? Asia Argento sumiu? Morreu? Por que Christopher Walken se joga pra se espatifar todo no chão? Que tipo de conclusões Willem Dafoe pode ter tirado no final? Quem sou eu??
Um monte de perguntas pipocam na cabeça da gente ao ver esse filme. O ENIGMA DO PODER (1998) é talvez o filme mais odiado de Abel Ferrara. Mesmo a maioria dos fãs do diretor detesta esse trabalho. O filme tem um clima parecido com ALPHAVILLE (1965), de Godard. Um mundo futurista estranho e que não mostra muita coisa (o filme é de baixo orçamento), ao mesmo tempo que tem um clima sonolento e enebriante, além de uma trama complexa e complicada. Resta a dúvida: ENIGMA DO PODER é mesmo um filme mal feito, com problemas de edição e roteiro, ou é um trabalho genial e que vai além de nossa compreensão?
O fato é que eu não consigo desgostar desse filme. Gostei de várias coisas nele. A cena inicial no bar com Asia Argento cantando de maneira sexy é um dos destaques do filme. Ela está especialmente boa nesse filme. Talvez se o filme não tivesse a moça, eu não teria gostado tanto.
A trama não saberia contar aqui, mas é mais ou menos assim: Willem Dafoe e Christopher Walken pretendem ficar milionários através de um golpe em cima de um poderoso empresário japonês. Eles contratam Asia Argento, uma bela prostituta para que ela seduza o tal japonês. (A coisa não é tão simples assim, mas é mais ou menos por aí.) Acontece que a Asia é cheia de mistérios e Dafoe está apaixonado por ela. Não arriscaria falar mais nada da história sob pena de contar algo totalmente diferente do que consta no filme. Hehehe..
Achei o conto original de William Gibson na internet. Lendo o conto em que o filme se inspira, talvez entenda melhor o filme. Ou não. Pra pegar o conto, basta clicar aqui.
Pra ver a Asia Argento em fotos sensuais, aqui e aqui.
O SENHOR DOS ANÉIS: O RETORNO DO REI (The Lord of the Rings: The Return of the King)
Estou aqui baqueadíssimo da gripe e acredito que piorei por causa da maratona de ontem pra ir ver O RETORNO DO REI. Ontem liguei pro Ernando e combinamos pra ir ver o filme no Iguatemi. Lá ainda encontramos com o Hilano, outro colega do Cultura Britânica. Chegando lá, às 13 horas, nos monitores já constavam que as primeiras sessões estavam todas esgotadas. E ainda nem tinham aberto a bilheteria. A sessão seguinte seria só às 18 hs. Acontece que faltou energia elétrica e, somando com outros problemas técnicos que ocorreram, a sessão só foi começar mesmo às 19 hs. A essa altura já estava duvidando da minha capacidade de ficar alerta e não dormir pelo cansaço do dia no shopping. Mas sobrevivi no final e ainda curti o filme pra caramba.
O RETORNO DO REI é o mais fiel à obra de Tolkien dos três filmes. As cenas de batalha são o grande destaque. Pra quem se decepcionou com as cenas um pouco artificiais da batalha no Abismo de Helm em AS DUAS TORRES, pode dizer um "ah, agora sim", vendo a força das cenas desse terceiro filme. O que eu achei mais impressionante foram aquelas cenas em que os trolls arremessavam pedras gigantescas na cidade de Gondor. As pedras pareciam mesmo de verdade, com um peso fora do comum. Assutador aquilo. É o ponto mais forte da já grandiosa seqüência de batalha.
Por outro lado, a laracna não ficou tão assustadora quanto, por exemplo, os insetos gigantes de TROPAS ESTELARES, mas é com certeza muito bem feita. O trabalho de computação gráfica está perfeito, deixando no chinelo a turma de George Lucas e de Matrix.
O que quase todo mundo não gostou foi do epílogo, muito esticado e quase interminável. E olha que Peter Jackson nem quiz filmar as cenas da invasão no condado e a última batalha dos hobbits, que consta no final do livro. Melhor assim. Essa cena no filme seria peixe pequeno na frente de todo o sofrimento e luta que passaram nossos heróis na gigantesca batalha do anel.
A personagem de Arwen (Liv Tyler) continua sendo quase que insignificante. Só existe mesmo pra no final o rei Aragorn ficar com alguma gostosa. Hehehe. O drama de perder a imortalidade por amor acabou não sendo bem explorado. Falando em emoção, tenho impressão que a amizade de Frodo e Sam no livro é muito mais emocionante, mas a cena de Sam chegando pra lutar contra a laracna é mesmo de arrepiar.
Já a cena da senda dos mortos, achei que ia ficar mais escura e assustadora, mas mesmo assim ficou boa. Os personagens de Gimli e Legolas tiveram bem menor destaque nesse filme. O grande destaque ficou por conta mesmo de Frodo, Sam, Gollum, Aragorn e Gandalf, que pra um velhinho de barba branca luta feito um demônio. Hehehe. Interessante o drama dos outros dois hobbits, que se acham quase inúteis diante da grandeza da batalha e do tamanho dos homens, mas mesmo assim querem lutar.
Talvez o maior problema seja mesmo a longa duração pra um filme tão barulhento. Pra mim, que já estava gripado, a dor de cabeça foi inevitável. Restam as boas recordações das belas imagens da câmera de Jackson. Difícil imaginar que ainda haverá um projeto tão grandioso quanto esse um dia.
Estou aqui baqueadíssimo da gripe e acredito que piorei por causa da maratona de ontem pra ir ver O RETORNO DO REI. Ontem liguei pro Ernando e combinamos pra ir ver o filme no Iguatemi. Lá ainda encontramos com o Hilano, outro colega do Cultura Britânica. Chegando lá, às 13 horas, nos monitores já constavam que as primeiras sessões estavam todas esgotadas. E ainda nem tinham aberto a bilheteria. A sessão seguinte seria só às 18 hs. Acontece que faltou energia elétrica e, somando com outros problemas técnicos que ocorreram, a sessão só foi começar mesmo às 19 hs. A essa altura já estava duvidando da minha capacidade de ficar alerta e não dormir pelo cansaço do dia no shopping. Mas sobrevivi no final e ainda curti o filme pra caramba.
O RETORNO DO REI é o mais fiel à obra de Tolkien dos três filmes. As cenas de batalha são o grande destaque. Pra quem se decepcionou com as cenas um pouco artificiais da batalha no Abismo de Helm em AS DUAS TORRES, pode dizer um "ah, agora sim", vendo a força das cenas desse terceiro filme. O que eu achei mais impressionante foram aquelas cenas em que os trolls arremessavam pedras gigantescas na cidade de Gondor. As pedras pareciam mesmo de verdade, com um peso fora do comum. Assutador aquilo. É o ponto mais forte da já grandiosa seqüência de batalha.
Por outro lado, a laracna não ficou tão assustadora quanto, por exemplo, os insetos gigantes de TROPAS ESTELARES, mas é com certeza muito bem feita. O trabalho de computação gráfica está perfeito, deixando no chinelo a turma de George Lucas e de Matrix.
O que quase todo mundo não gostou foi do epílogo, muito esticado e quase interminável. E olha que Peter Jackson nem quiz filmar as cenas da invasão no condado e a última batalha dos hobbits, que consta no final do livro. Melhor assim. Essa cena no filme seria peixe pequeno na frente de todo o sofrimento e luta que passaram nossos heróis na gigantesca batalha do anel.
A personagem de Arwen (Liv Tyler) continua sendo quase que insignificante. Só existe mesmo pra no final o rei Aragorn ficar com alguma gostosa. Hehehe. O drama de perder a imortalidade por amor acabou não sendo bem explorado. Falando em emoção, tenho impressão que a amizade de Frodo e Sam no livro é muito mais emocionante, mas a cena de Sam chegando pra lutar contra a laracna é mesmo de arrepiar.
Já a cena da senda dos mortos, achei que ia ficar mais escura e assustadora, mas mesmo assim ficou boa. Os personagens de Gimli e Legolas tiveram bem menor destaque nesse filme. O grande destaque ficou por conta mesmo de Frodo, Sam, Gollum, Aragorn e Gandalf, que pra um velhinho de barba branca luta feito um demônio. Hehehe. Interessante o drama dos outros dois hobbits, que se acham quase inúteis diante da grandeza da batalha e do tamanho dos homens, mas mesmo assim querem lutar.
Talvez o maior problema seja mesmo a longa duração pra um filme tão barulhento. Pra mim, que já estava gripado, a dor de cabeça foi inevitável. Restam as boas recordações das belas imagens da câmera de Jackson. Difícil imaginar que ainda haverá um projeto tão grandioso quanto esse um dia.
terça-feira, dezembro 23, 2003
SEGUNDA-FEIRA AO SOL (Los Lunes al Sol)
No fim de semana que passou o único filme que vi no cinema foi SEGUNDA-FEIRA AO SOL, filme que representou a Espanha na categoria de Filme Estrangeiro na última edição do Oscar. Muita gente ficou admirada por não terem indicado FALE COM ELA, uma obra-prima de Pedro Almodóvar. Mas pelo que eu entendi, os espanhóis não curtem muito Almodóvar. Será que o provérbio que diz que santo de casa não faz milagre é verdade? No Japão, Akira Kurosawa também não era muito considerado pelos japoneses, mas era idolatrado no resto do mundo.
Comparar SEGUNDA-FEIRA AO SOL com FALE COM ELA é até covardia. O filme de Fernando León de Aranoa (pouco conhecido no Brasil) não chega aos pés do filme do Almodóvar, um primor não só de linguagem narrativa como também de imagens inspiradas. SEGUNDA-FEIRA AO SOL é apenas um bom filme com boas interpretações e um tema comovente, mas nem tanto.
O grande destaque do filme é mesmo Javier Bardem. O cara está barrigudo, calvo e com aspecto desgastado, tornando o seu papel bem convincente e comprovando a sua versatilidade na arte de interpretar. Só pra lembrar, Bardem já foi cafajeste em OVOS DE OURO (1993), paraplégico angustiado em CARNE TRÊMULA (1997), viciado em sexo em ENTRE AS PERNAS (1999) e homossexual em ANTES DO ANOITECER(2000), entre outros papeis interessantes, inclusive em JAMÓN, JAMÓN (1992), quando fez bizarras cenas envolvendo touradas. Futuramente ele vai ser visto no cinema em dois esperados filmes: ele vai interpretar o traficante Pablo Escobar no esperado KILLING PABLO, de Joe Carnahan (NARC), além de ser o protagonista do próximo filme de Alejandro Almenábar chamado MAR ADENTRO. Esse deve causar polêmica, já que fala sobre o sujeito que fazia campanha a favor da eutanásia.
SEGUNDA-FEIRA AO SOL trata da vida de pessoas desempregadas e que tem dificuldade de conseguir emprego, entregando-se à bebedeira ou passando o dia vadiando, tomando sol e tentando reagir de alguma maneira à baixa auto-estima reinante. O personagem de Bardem, o Santa, é o mais engraçado do grupo de desempregados. Ele é o que menos se esforça pra mudar de vida, apesar das incontáveis dívidas que lhe aparecem. Mas há também no grupo o cara que sustenta suas esperanças jogando na loteria enquanto é sustentado pela mulher, o homem que foi abandonado pela esposa e se entrega ao álcool e o sujeito que sofre por já ter cabelos brancos e aparência de velho, não conseguindo encontrar emprego num mercado de trabalho que só quer pessoas jovens.
Achei o filme com um andamento bem preguiçoso. Talvez pra deixar o filme com clima de segunda-feira com sol quente e nada pra se fazer.
No fim de semana que passou o único filme que vi no cinema foi SEGUNDA-FEIRA AO SOL, filme que representou a Espanha na categoria de Filme Estrangeiro na última edição do Oscar. Muita gente ficou admirada por não terem indicado FALE COM ELA, uma obra-prima de Pedro Almodóvar. Mas pelo que eu entendi, os espanhóis não curtem muito Almodóvar. Será que o provérbio que diz que santo de casa não faz milagre é verdade? No Japão, Akira Kurosawa também não era muito considerado pelos japoneses, mas era idolatrado no resto do mundo.
Comparar SEGUNDA-FEIRA AO SOL com FALE COM ELA é até covardia. O filme de Fernando León de Aranoa (pouco conhecido no Brasil) não chega aos pés do filme do Almodóvar, um primor não só de linguagem narrativa como também de imagens inspiradas. SEGUNDA-FEIRA AO SOL é apenas um bom filme com boas interpretações e um tema comovente, mas nem tanto.
O grande destaque do filme é mesmo Javier Bardem. O cara está barrigudo, calvo e com aspecto desgastado, tornando o seu papel bem convincente e comprovando a sua versatilidade na arte de interpretar. Só pra lembrar, Bardem já foi cafajeste em OVOS DE OURO (1993), paraplégico angustiado em CARNE TRÊMULA (1997), viciado em sexo em ENTRE AS PERNAS (1999) e homossexual em ANTES DO ANOITECER(2000), entre outros papeis interessantes, inclusive em JAMÓN, JAMÓN (1992), quando fez bizarras cenas envolvendo touradas. Futuramente ele vai ser visto no cinema em dois esperados filmes: ele vai interpretar o traficante Pablo Escobar no esperado KILLING PABLO, de Joe Carnahan (NARC), além de ser o protagonista do próximo filme de Alejandro Almenábar chamado MAR ADENTRO. Esse deve causar polêmica, já que fala sobre o sujeito que fazia campanha a favor da eutanásia.
SEGUNDA-FEIRA AO SOL trata da vida de pessoas desempregadas e que tem dificuldade de conseguir emprego, entregando-se à bebedeira ou passando o dia vadiando, tomando sol e tentando reagir de alguma maneira à baixa auto-estima reinante. O personagem de Bardem, o Santa, é o mais engraçado do grupo de desempregados. Ele é o que menos se esforça pra mudar de vida, apesar das incontáveis dívidas que lhe aparecem. Mas há também no grupo o cara que sustenta suas esperanças jogando na loteria enquanto é sustentado pela mulher, o homem que foi abandonado pela esposa e se entrega ao álcool e o sujeito que sofre por já ter cabelos brancos e aparência de velho, não conseguindo encontrar emprego num mercado de trabalho que só quer pessoas jovens.
Achei o filme com um andamento bem preguiçoso. Talvez pra deixar o filme com clima de segunda-feira com sol quente e nada pra se fazer.
segunda-feira, dezembro 22, 2003
MEZZO FORTE
Assisti ontem MEZZO FORTE (2001) e adorei!! É um anime com muita violência e sexo explícito. Mas o engraçado é que ao invés de soar pesado, a violência, o sexo e o jeitão bem humorado com que a trama é contada, deixa uma sensação prazeirosa de estranha leveza. É um pouco como um cruzamento de dois filmes do Takashi Miike: o FUDOH: THE NEW GENERATION (1996), pela violência entre gangs carregada de humor negro e situações inusitadas (garotos jogando bola com uma cabeça humana, mulher que atira dardos pela vagina); como lembra também a leveza de VISITOR Q (2001) em meio a tanta violência gráfica. Lembra também um pouco o MISSÃO: IMPOSSÍVEL (1996) do Brian DePalma no começo, por causa das cenas de espionagem.
Mas lembrando, é claro, que estamos falando de um desenho animado. Interessante é que o desenho é mesmo um tesão. Não sei se porque eu estou virando mesmo um pervertido (hehehe), mas eu fiquei animado logo no começo do filme, quando vi uma das personagens só de biquini e com um belo decote. Já dá pra ir imaginando o que pode rolar nas cenas hardcore. E as tais cenas não decepcionam. Pelo contrário: até surpreendem pela ousadia.
O diretor Yasuomi Umetsu ficou famoso no universo dos hentais ao dirigir o festejado KITE (1998), um anime também cheio de garotinhas angelicais e gostosas fazendo sexo, e com uma história recheada de muito sangue e violência. Curiosamente, no currículo de Umetsu, consta que ele foi animador da obra-prima CEMITÉRIO DE VAGALUMES (1988), de Isao Takahata. Lembrando que o filme do Takahata é seríssimo e não tem nada dessas sacanagens dos filmes do Umetsu. Hehehhee.
A qualidade dos desenhos e da animação é de dar gosto. Assim como a qualidade da cópia que o Marcelo conseguiu pra mim. (Thanx, again, buddy!!!) O Marcelo foi quem me indicou esse anime, quando eu estava querendo negociar com ele algum hentai de qualidade. E realmente ele acertou na mosca.
A história do filme é meio confusa, como também são vários dos filmes orientais que mostram conflitos de gangues, mas depois que a gente se acostuma com o ritmo e o clima do filme, fica tudo beleza. Mas resumindo um pouco: Mikura é uma assassina que trabalha com um grupo a fim de matar um chefão da máfia local. Esse chefão também tem uma filha diabólica, que mata pessoas a fim de satisfazer o seu desejo. As cenas de luta também são ótimas, hein! E o sangue e o esperma espirram exageradamente, o que fica até graficamente bem bonito.
O único problema é que o filme é curtinho. Menos de 1 hora. E olha que é a director's cut, com as cenas x-rated incluídas. Existe também uma versão sem as cenas de sexo. MEZZO FORTE, na verdade, trata-se de um OVA de dois episódios que juntos formam um filme. Até achei que tivesse uma continuação, mais episódios, mas não tem. Fiquei com vontade de ver agora o KITE.
Assisti ontem MEZZO FORTE (2001) e adorei!! É um anime com muita violência e sexo explícito. Mas o engraçado é que ao invés de soar pesado, a violência, o sexo e o jeitão bem humorado com que a trama é contada, deixa uma sensação prazeirosa de estranha leveza. É um pouco como um cruzamento de dois filmes do Takashi Miike: o FUDOH: THE NEW GENERATION (1996), pela violência entre gangs carregada de humor negro e situações inusitadas (garotos jogando bola com uma cabeça humana, mulher que atira dardos pela vagina); como lembra também a leveza de VISITOR Q (2001) em meio a tanta violência gráfica. Lembra também um pouco o MISSÃO: IMPOSSÍVEL (1996) do Brian DePalma no começo, por causa das cenas de espionagem.
Mas lembrando, é claro, que estamos falando de um desenho animado. Interessante é que o desenho é mesmo um tesão. Não sei se porque eu estou virando mesmo um pervertido (hehehe), mas eu fiquei animado logo no começo do filme, quando vi uma das personagens só de biquini e com um belo decote. Já dá pra ir imaginando o que pode rolar nas cenas hardcore. E as tais cenas não decepcionam. Pelo contrário: até surpreendem pela ousadia.
O diretor Yasuomi Umetsu ficou famoso no universo dos hentais ao dirigir o festejado KITE (1998), um anime também cheio de garotinhas angelicais e gostosas fazendo sexo, e com uma história recheada de muito sangue e violência. Curiosamente, no currículo de Umetsu, consta que ele foi animador da obra-prima CEMITÉRIO DE VAGALUMES (1988), de Isao Takahata. Lembrando que o filme do Takahata é seríssimo e não tem nada dessas sacanagens dos filmes do Umetsu. Hehehhee.
A qualidade dos desenhos e da animação é de dar gosto. Assim como a qualidade da cópia que o Marcelo conseguiu pra mim. (Thanx, again, buddy!!!) O Marcelo foi quem me indicou esse anime, quando eu estava querendo negociar com ele algum hentai de qualidade. E realmente ele acertou na mosca.
A história do filme é meio confusa, como também são vários dos filmes orientais que mostram conflitos de gangues, mas depois que a gente se acostuma com o ritmo e o clima do filme, fica tudo beleza. Mas resumindo um pouco: Mikura é uma assassina que trabalha com um grupo a fim de matar um chefão da máfia local. Esse chefão também tem uma filha diabólica, que mata pessoas a fim de satisfazer o seu desejo. As cenas de luta também são ótimas, hein! E o sangue e o esperma espirram exageradamente, o que fica até graficamente bem bonito.
O único problema é que o filme é curtinho. Menos de 1 hora. E olha que é a director's cut, com as cenas x-rated incluídas. Existe também uma versão sem as cenas de sexo. MEZZO FORTE, na verdade, trata-se de um OVA de dois episódios que juntos formam um filme. Até achei que tivesse uma continuação, mais episódios, mas não tem. Fiquei com vontade de ver agora o KITE.
domingo, dezembro 21, 2003
ANYTHING ELSE
Graças à junção camaradagem + comunicação, consegui ver hoje em divx, o novo e ainda inédito no Brasil ANYTHING ELSE (2003), de Woody Allen. Eu achei uma delícia o filme. Muito melhor que DIRIGINDO NO ESCURO (2002), que realmente decepciona um pouco. Allen pode não estar tão genial quanto em DESCONSTRUINDO HARRY (1997), mas nesse caso a intenção é fazer mesmo um filme despretensioso, como tem sido a marca desses filmes produzidos pela Dreamworks de Steven Spielberg. Parece que esse é o último filme dessa parceria e Allen deve voltar para a produção independente.
O mais gostoso de ANYTHING ELSE é ver uma renovação, um rejuvenescimento nos filmes de Woody. Refiro-me principalmente ao elenco jovem e à bela história de amor e separação dos jovens Jason Biggs e Christina Ricci. (Ah, a juventude!) De certa forma, alguns dos diálogos soaram meio deslocados, afinal, ver uma jovem de vinte e poucos anos que admira Humphrey Bogart e Cole Porter não é muito comum (ainda que não seja impossível). Mas é que fica claro que é Allen mais uma vez prestando homenagem aos seus ídolos. Em se tratando de diálogos esse filme é maravilhoso. Quem é fã do homem sabe que ele é brilhante nesse quesito. E como o filme não tenta forçar risadas como no caso do anterior, acaba fluindo muito melhor.
A história do filme mostra Biggs como um aspirante a comediante que é apaixonado pela complicada Christina Ricci, tem um mentor espiritual (Woody Allen), um empresário pouco confiável (Danny DeVito) e que freqüenta um consultório de psicanálise regularmente para exorcizar suas neuras. Esse é o mais romântico filme de Allen desde TODOS DIZEM EU TE AMO (1996), ainda que o romantismo seja sempre associado ao desencanto, à dificuldade de manter um relacionamento, mesmo quando se dá tudo de si.
Uma das cenas mais bonitas está no começo do filme, quando Biggs espera por Ricci na chuva, para comemorarem o seu aniversário com um jantar. Ela se atrasa e ele fica ensopado e ainda tem de pagar o taxi. Ele fala que ela está linda e ela diz: “não, eu estou gorda.” Christina Ricci está bem bonita no filme, ainda que seja uma beleza fora dos padrões. Eu particularmente gosto daquela rosto redondo e daqueles olhos grandes que parecem saídos de uma animação japonesa. E ela tem uma sensualidade natural, que pode ser conferida no filme.
O personagem de Allen apesar de secundário é muito interessante. Eu adoraria ter um mentor daqueles, passear no parque com o Woody Allen conversando sobre assuntos diversos seria um barato. No elenco também está Stockard Channing, como a mãe de Christina Ricci. Ela faz uma bela cena cantando e tocando uma canção de jazz no piano. Também há uma cena com Diana Krall num bar. Mas as melhores canções do filme são mesmo as cantadas por Billie Holiday. Em especial “Easy to Love” de Cole Porter. Uma das mais belas canções de abertura e encerramento dos filmes de Allen.
Aliás, quem curte Allen já fica com um sorriso todo estampado no rosto sempre que vai começar um filme dele. Mesmo os menos brilhantes. Aquela tela preta apenas com os créditos iniciais e o jazz ao fundo é uma marca do cineasta, que ele não abre mão de jeito nenhum.
Entre as auto-citações, há uma espécie de homenagem à ANNIE HALL (1977), já que Jason Biggs fala freqüentemente para a câmera sempre que se sente frustrado e quer dividir com a gente esse sentimento. Quem viu esse clássico, não esquece da famosa cena da fila do cinema.
O diretor de fotografia do filme é o iraniano Darius Khondji, que fez a fotografia de DELICATESSEN, BELEZA ROUBADA, ALIEN: RESSURREIÇÃO, SEVEN, O ÚLTIMO PORTAL, O QUARTO DO PÂNICO, entre outros. Confirma mais uma vez a preferência de Allen em trabalhar com fotógrafos não-americanos.
O próximo projeto de Woody Allen, ainda sem título, tem no elenco as beldades Amanda Peet e Radha Mitchel, além da garota-polêmica Chlöe Sevigny. É esperar pra ver.
Graças à junção camaradagem + comunicação, consegui ver hoje em divx, o novo e ainda inédito no Brasil ANYTHING ELSE (2003), de Woody Allen. Eu achei uma delícia o filme. Muito melhor que DIRIGINDO NO ESCURO (2002), que realmente decepciona um pouco. Allen pode não estar tão genial quanto em DESCONSTRUINDO HARRY (1997), mas nesse caso a intenção é fazer mesmo um filme despretensioso, como tem sido a marca desses filmes produzidos pela Dreamworks de Steven Spielberg. Parece que esse é o último filme dessa parceria e Allen deve voltar para a produção independente.
O mais gostoso de ANYTHING ELSE é ver uma renovação, um rejuvenescimento nos filmes de Woody. Refiro-me principalmente ao elenco jovem e à bela história de amor e separação dos jovens Jason Biggs e Christina Ricci. (Ah, a juventude!) De certa forma, alguns dos diálogos soaram meio deslocados, afinal, ver uma jovem de vinte e poucos anos que admira Humphrey Bogart e Cole Porter não é muito comum (ainda que não seja impossível). Mas é que fica claro que é Allen mais uma vez prestando homenagem aos seus ídolos. Em se tratando de diálogos esse filme é maravilhoso. Quem é fã do homem sabe que ele é brilhante nesse quesito. E como o filme não tenta forçar risadas como no caso do anterior, acaba fluindo muito melhor.
A história do filme mostra Biggs como um aspirante a comediante que é apaixonado pela complicada Christina Ricci, tem um mentor espiritual (Woody Allen), um empresário pouco confiável (Danny DeVito) e que freqüenta um consultório de psicanálise regularmente para exorcizar suas neuras. Esse é o mais romântico filme de Allen desde TODOS DIZEM EU TE AMO (1996), ainda que o romantismo seja sempre associado ao desencanto, à dificuldade de manter um relacionamento, mesmo quando se dá tudo de si.
Uma das cenas mais bonitas está no começo do filme, quando Biggs espera por Ricci na chuva, para comemorarem o seu aniversário com um jantar. Ela se atrasa e ele fica ensopado e ainda tem de pagar o taxi. Ele fala que ela está linda e ela diz: “não, eu estou gorda.” Christina Ricci está bem bonita no filme, ainda que seja uma beleza fora dos padrões. Eu particularmente gosto daquela rosto redondo e daqueles olhos grandes que parecem saídos de uma animação japonesa. E ela tem uma sensualidade natural, que pode ser conferida no filme.
O personagem de Allen apesar de secundário é muito interessante. Eu adoraria ter um mentor daqueles, passear no parque com o Woody Allen conversando sobre assuntos diversos seria um barato. No elenco também está Stockard Channing, como a mãe de Christina Ricci. Ela faz uma bela cena cantando e tocando uma canção de jazz no piano. Também há uma cena com Diana Krall num bar. Mas as melhores canções do filme são mesmo as cantadas por Billie Holiday. Em especial “Easy to Love” de Cole Porter. Uma das mais belas canções de abertura e encerramento dos filmes de Allen.
Aliás, quem curte Allen já fica com um sorriso todo estampado no rosto sempre que vai começar um filme dele. Mesmo os menos brilhantes. Aquela tela preta apenas com os créditos iniciais e o jazz ao fundo é uma marca do cineasta, que ele não abre mão de jeito nenhum.
Entre as auto-citações, há uma espécie de homenagem à ANNIE HALL (1977), já que Jason Biggs fala freqüentemente para a câmera sempre que se sente frustrado e quer dividir com a gente esse sentimento. Quem viu esse clássico, não esquece da famosa cena da fila do cinema.
O diretor de fotografia do filme é o iraniano Darius Khondji, que fez a fotografia de DELICATESSEN, BELEZA ROUBADA, ALIEN: RESSURREIÇÃO, SEVEN, O ÚLTIMO PORTAL, O QUARTO DO PÂNICO, entre outros. Confirma mais uma vez a preferência de Allen em trabalhar com fotógrafos não-americanos.
O próximo projeto de Woody Allen, ainda sem título, tem no elenco as beldades Amanda Peet e Radha Mitchel, além da garota-polêmica Chlöe Sevigny. É esperar pra ver.
quinta-feira, dezembro 18, 2003
GOTHIKA
Essa história de pegar filme na internet tá começando a ficar mais constante pra mim. E olha que eu nem uso um desses programas tipo e-mule ou e-donkey. A vantagem é poder ver o filme antes mesmo de ele estrear no cinema, mas é impossível a gente não sentir falta da telona vendo um filme num telinha. Estou dando preferência pra filmes difíceis ou que vão demorar a chegar nos cinemas ou então a filmes que eu não me importaria de ver na telinha por não achá-los tão importantes, mas que mesmo assim gostaria de vê-los. É o caso de GOTHIKA (parece que já arranjaram um título nacional pro filme, mas não me lembro), o terceiro filme da Dark Castle, a produtora de filmes de terror de Robert Zemeckis. Parece que dessa vez eles criaram vergonha e fizeram um filme decente. Os anteriores - 13 FANTASMAS (2001) e NAVIO FANTASMA (2002) - foram decepcionantes.
Para GOTHIKA contaram com um diretor de respeito, o francês Mathieu Kassovitz, diretor de O ÓDIO (1995), ASSASSINO(S)(1997) e RIOS VERMELHOS (2000). Infelizmente não vi nenhum desses filmes, mas eles foram bem elogiados. Acho que no próximo ano, vou tentar conferir o trabalho dele. Portanto, não sei dizer se Hollywood "corrompeu" ou não o diretor, tirando talvez algum traço autoral do diretor.
Nesse filme, Halle Berry é uma psiquiatra de um sanatório para criminosos loucos que, depois de uma estranha, confusa e apavorante noite, acorda presa dentro de uma cela do próprio sanatório onde trabalhava. Sua cabeça dá um nó quando Robert Downey Jr. (em papel discreto) entra na cela e diz que ela está presa por ter matado o próprio marido.
A trama do filme tem um pouco de "whodunit", mas o que pesa mesmo é o lado sobrenatural, já que ela é assombrada por fantasmas. O filme, principalmente na primeira hora, é muito bom e eficiente. Até eu, que vi na telinha, me arrepiei com algumas das cenas mais assustadoras. Uma coisa me passou pela cabeça na cena em que Halle está dirigindo no carro e uma mulher está parada no meio da estrada: é impressão minha ou mulheres misteriosas no meio da estrada são muito mais assustadoras do que homens?? Hehehe..
Achei a participação de Penélope Cruz meio apagada, sem força. Quem brilha mesmo no filme é Halle Berry. Aliás, deve ser mesmo uma honra para os produtores do filme conseguirem uma atriz ao mesmo tempo bonita e talentosa. Não é sempre que filmes de terror tem a chance de trabalhar com atrizes de primeira linha. Halle está maravilhosa e se Hollywood não tivesse preconceito com filme de terror, ia indicá-la ao Oscar de novo por esse filme. A mulher é um espetáculo.
Mesmo decepcionando um pouco no final, GOTHIKA vale ser visto. Deve estrear nas telas brasileiras só em março ou abril de 2004.
Essa história de pegar filme na internet tá começando a ficar mais constante pra mim. E olha que eu nem uso um desses programas tipo e-mule ou e-donkey. A vantagem é poder ver o filme antes mesmo de ele estrear no cinema, mas é impossível a gente não sentir falta da telona vendo um filme num telinha. Estou dando preferência pra filmes difíceis ou que vão demorar a chegar nos cinemas ou então a filmes que eu não me importaria de ver na telinha por não achá-los tão importantes, mas que mesmo assim gostaria de vê-los. É o caso de GOTHIKA (parece que já arranjaram um título nacional pro filme, mas não me lembro), o terceiro filme da Dark Castle, a produtora de filmes de terror de Robert Zemeckis. Parece que dessa vez eles criaram vergonha e fizeram um filme decente. Os anteriores - 13 FANTASMAS (2001) e NAVIO FANTASMA (2002) - foram decepcionantes.
Para GOTHIKA contaram com um diretor de respeito, o francês Mathieu Kassovitz, diretor de O ÓDIO (1995), ASSASSINO(S)(1997) e RIOS VERMELHOS (2000). Infelizmente não vi nenhum desses filmes, mas eles foram bem elogiados. Acho que no próximo ano, vou tentar conferir o trabalho dele. Portanto, não sei dizer se Hollywood "corrompeu" ou não o diretor, tirando talvez algum traço autoral do diretor.
Nesse filme, Halle Berry é uma psiquiatra de um sanatório para criminosos loucos que, depois de uma estranha, confusa e apavorante noite, acorda presa dentro de uma cela do próprio sanatório onde trabalhava. Sua cabeça dá um nó quando Robert Downey Jr. (em papel discreto) entra na cela e diz que ela está presa por ter matado o próprio marido.
A trama do filme tem um pouco de "whodunit", mas o que pesa mesmo é o lado sobrenatural, já que ela é assombrada por fantasmas. O filme, principalmente na primeira hora, é muito bom e eficiente. Até eu, que vi na telinha, me arrepiei com algumas das cenas mais assustadoras. Uma coisa me passou pela cabeça na cena em que Halle está dirigindo no carro e uma mulher está parada no meio da estrada: é impressão minha ou mulheres misteriosas no meio da estrada são muito mais assustadoras do que homens?? Hehehe..
Achei a participação de Penélope Cruz meio apagada, sem força. Quem brilha mesmo no filme é Halle Berry. Aliás, deve ser mesmo uma honra para os produtores do filme conseguirem uma atriz ao mesmo tempo bonita e talentosa. Não é sempre que filmes de terror tem a chance de trabalhar com atrizes de primeira linha. Halle está maravilhosa e se Hollywood não tivesse preconceito com filme de terror, ia indicá-la ao Oscar de novo por esse filme. A mulher é um espetáculo.
Mesmo decepcionando um pouco no final, GOTHIKA vale ser visto. Deve estrear nas telas brasileiras só em março ou abril de 2004.
terça-feira, dezembro 16, 2003
LUXÚRIA DE VAMPIROS (Lust for a Vampire)
Até que pra um filme que simboliza o início da decadência da Hammer, LUXÚRIA DE VAMPIROS (1971) é legal. Ele é o segundo filme da "trilogia Karnstein". Os outros são CARMILLA - A VAMPIRA DE KARSTEIN (1970) e AS FILHAS DE DRÁCULA (1971), conforme informações obtidas na revista que vem encartada com o DVD do filme. A qualidade do dvd está bem boa, como se o filme fosse novo, e em widescreen.
É o mais sensual filme de vampiro da Hammer que eu vi. Só não é o mais sensual filme de vampiro que eu vi, porque eu tive a sorte de ver VAMPYROS LESBOS(1971), de Jesus Franco. Dizem que o terceiro da trilogia é ainda mais erótico, com duas gêmeas fazendo o papel de vampiras lésbicas. Inclusive, elas foram as primeiras gêmeas a posar para a Playboy. Outra informação obtida na revista.
Na história, rapaz a fim de se dar bem, entra como professor numa escola de moças que fica próximo ao sinistro castelo dos Karnstein, famosos e temidos pela comunidade local. Ele fica particularmente interessado em Micarla - na verdade, a vampira Carmila recém-reencarnada. A moça que interpreta Carmila é uma mulher de beleza nórdica notável - ela é a dinamarquesa modelo Yutte Stensgaard.
O diretor Jimmy Sangster consegue trabalhar os vários personagens dando o devido destaque a cada um, deixando a trama bem amarrada. Sem falar no erotismo light que é um atrativo à parte. Quanto ao sangue mostrado na tela, até que é bem discreto se comparado a O CONDE DRÁCULA (1970). Sangster foi roteirista de diversos filmes célebres da produtora inglesa, entre eles: A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN(1957), O VAMPIRO DA NOITE (1958), A MÚMIA (1959), AS NOIVAS DO VAMPIRO (1960) e DRÁCULA: PRÍNCIPE DAS TREVAS (1965).
Na verdade, não é um filme imperdível como os dirigidos por Terence Fisher ou Roy Ward Baker, mas é bem agradável de se ver. Por mais que a Hammer tenha explorado até não poder mais o filão dos filmes de vampiros é sempre um prazer assistí-los.
Pra quem está interessado, os cinco primeiros DVDs lançados pela Dark Side estão sendo relançados nas bancas mais baratos, ao preço de R$ 11,90. A revista vem sempre com informações interessantes. Mas acho que os filmes também podem ser encontrados em locadoras.
Até que pra um filme que simboliza o início da decadência da Hammer, LUXÚRIA DE VAMPIROS (1971) é legal. Ele é o segundo filme da "trilogia Karnstein". Os outros são CARMILLA - A VAMPIRA DE KARSTEIN (1970) e AS FILHAS DE DRÁCULA (1971), conforme informações obtidas na revista que vem encartada com o DVD do filme. A qualidade do dvd está bem boa, como se o filme fosse novo, e em widescreen.
É o mais sensual filme de vampiro da Hammer que eu vi. Só não é o mais sensual filme de vampiro que eu vi, porque eu tive a sorte de ver VAMPYROS LESBOS(1971), de Jesus Franco. Dizem que o terceiro da trilogia é ainda mais erótico, com duas gêmeas fazendo o papel de vampiras lésbicas. Inclusive, elas foram as primeiras gêmeas a posar para a Playboy. Outra informação obtida na revista.
Na história, rapaz a fim de se dar bem, entra como professor numa escola de moças que fica próximo ao sinistro castelo dos Karnstein, famosos e temidos pela comunidade local. Ele fica particularmente interessado em Micarla - na verdade, a vampira Carmila recém-reencarnada. A moça que interpreta Carmila é uma mulher de beleza nórdica notável - ela é a dinamarquesa modelo Yutte Stensgaard.
O diretor Jimmy Sangster consegue trabalhar os vários personagens dando o devido destaque a cada um, deixando a trama bem amarrada. Sem falar no erotismo light que é um atrativo à parte. Quanto ao sangue mostrado na tela, até que é bem discreto se comparado a O CONDE DRÁCULA (1970). Sangster foi roteirista de diversos filmes célebres da produtora inglesa, entre eles: A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN(1957), O VAMPIRO DA NOITE (1958), A MÚMIA (1959), AS NOIVAS DO VAMPIRO (1960) e DRÁCULA: PRÍNCIPE DAS TREVAS (1965).
Na verdade, não é um filme imperdível como os dirigidos por Terence Fisher ou Roy Ward Baker, mas é bem agradável de se ver. Por mais que a Hammer tenha explorado até não poder mais o filão dos filmes de vampiros é sempre um prazer assistí-los.
Pra quem está interessado, os cinco primeiros DVDs lançados pela Dark Side estão sendo relançados nas bancas mais baratos, ao preço de R$ 11,90. A revista vem sempre com informações interessantes. Mas acho que os filmes também podem ser encontrados em locadoras.
segunda-feira, dezembro 15, 2003
ONLY YESTERDAY (Omohide poro poro)
No fim de semana, o melhor filme que eu vi foi esse delicado anime dos estúdios Ghibli. O diretor é Isao Takahata, mesmo diretor da obra-prima CEMITÉRIO DE VAGALUMES (1988). Ele parece ser o segundo diretor mais aclamado dos estúdios Ghibli, perdendo só para Hayao Miyazaki em popularidade.
Ao contrário de Miyazaki, que entra mais pro terreno da fantasia e da ficção, Tahakata prefere o realismo. ONLY YESTERDAY (1991) é ainda mais realista que o seu longa anterior, que tinha sutis elementos sobrenaturais. Outra diferença básica também é que, diferente de mostrar uma história trágica e lacrimosa (no bom sentido), ele prefere aqui falar de recordações da infância, de solidão, de pequenas coisas que parecem pouco importantes, mas que ficam na memória da gente.
Por exemplo, um belo exemplo pra ilustrar isso é a cena do abacaxi. O abacaxi não é uma fruta popular no Japão. Um dia, a mãe de Taeko traz pra casa a fruta, estranha pra eles. Engraçado ver a primeira vez que eles experimentam e estranham o sabor.
A história do filme é simples: Taeko é uma moça de 27 anos cuja família fica insistindo pra ela arranjar um marido. Ela decide tirar férias do trabalho em Tóquio e viajar para o campo, onde entra em contato com a natureza e arranja belas amizades. Enquanto isso, memórias de quando ela tinha 10 anos vêm à tona.
Inclusive, eu costume comparar esse filme a MORANGOS SILVESTRES (1950), de Ingmar Bergman, por causa do passado que a protagonista relembra. A partir dessas memórias, ela passa a questionar a sua vida e os seus valores.
A cena que eu achei mais bonita no filme é a que Taeko viaja de carro com Toshio para a casa de campo dele. As imagens e os diálogos são tão bem lapidados que é impossível ficar indiferente. A aparência dos personagens não tem aquela coisa dos olhos grandões da maioria dos animes, exceto nas cenas passadas nos anos 60, em que Taeko é uma garotinha de 10 anos. Vi no IMDB que isso é uma homenagem aos animes dos anos 60.
ONLY YESTERDAY é um anime que está longe de ser infantil. Deve até aborrecer um pouco as crianças. E mesmo para os adultos, o andamento lento é meio que um obstáculo, sendo interessante pra quem está acostumado a um cinema mais de contemplação. Por isso, eu achei mais interessante vê-lo em duas partes. Se fosse visto no cinema, com certeza seria muuuito mais melhor.
Ver filmes na telinha do computador tem se tornado um hábito pra mim e eu já estou me acostumando a puxar a cama pra mais perto do pc quando eu canso de ficar sentado. Hehehe..
Vi o filme graças ao Marcelo Reis, do site Animehaus. Aliás, o site tá com uma promoção boa. Vale dar uma espiada e fazer uns pedidos em divx ou vcd. Fica aqui a dica.
No fim de semana, o melhor filme que eu vi foi esse delicado anime dos estúdios Ghibli. O diretor é Isao Takahata, mesmo diretor da obra-prima CEMITÉRIO DE VAGALUMES (1988). Ele parece ser o segundo diretor mais aclamado dos estúdios Ghibli, perdendo só para Hayao Miyazaki em popularidade.
Ao contrário de Miyazaki, que entra mais pro terreno da fantasia e da ficção, Tahakata prefere o realismo. ONLY YESTERDAY (1991) é ainda mais realista que o seu longa anterior, que tinha sutis elementos sobrenaturais. Outra diferença básica também é que, diferente de mostrar uma história trágica e lacrimosa (no bom sentido), ele prefere aqui falar de recordações da infância, de solidão, de pequenas coisas que parecem pouco importantes, mas que ficam na memória da gente.
Por exemplo, um belo exemplo pra ilustrar isso é a cena do abacaxi. O abacaxi não é uma fruta popular no Japão. Um dia, a mãe de Taeko traz pra casa a fruta, estranha pra eles. Engraçado ver a primeira vez que eles experimentam e estranham o sabor.
A história do filme é simples: Taeko é uma moça de 27 anos cuja família fica insistindo pra ela arranjar um marido. Ela decide tirar férias do trabalho em Tóquio e viajar para o campo, onde entra em contato com a natureza e arranja belas amizades. Enquanto isso, memórias de quando ela tinha 10 anos vêm à tona.
Inclusive, eu costume comparar esse filme a MORANGOS SILVESTRES (1950), de Ingmar Bergman, por causa do passado que a protagonista relembra. A partir dessas memórias, ela passa a questionar a sua vida e os seus valores.
A cena que eu achei mais bonita no filme é a que Taeko viaja de carro com Toshio para a casa de campo dele. As imagens e os diálogos são tão bem lapidados que é impossível ficar indiferente. A aparência dos personagens não tem aquela coisa dos olhos grandões da maioria dos animes, exceto nas cenas passadas nos anos 60, em que Taeko é uma garotinha de 10 anos. Vi no IMDB que isso é uma homenagem aos animes dos anos 60.
ONLY YESTERDAY é um anime que está longe de ser infantil. Deve até aborrecer um pouco as crianças. E mesmo para os adultos, o andamento lento é meio que um obstáculo, sendo interessante pra quem está acostumado a um cinema mais de contemplação. Por isso, eu achei mais interessante vê-lo em duas partes. Se fosse visto no cinema, com certeza seria muuuito mais melhor.
Ver filmes na telinha do computador tem se tornado um hábito pra mim e eu já estou me acostumando a puxar a cama pra mais perto do pc quando eu canso de ficar sentado. Hehehe..
Vi o filme graças ao Marcelo Reis, do site Animehaus. Aliás, o site tá com uma promoção boa. Vale dar uma espiada e fazer uns pedidos em divx ou vcd. Fica aqui a dica.
ATÉ QUE NÃO SÃO TÃO RUINS....
No fim de semana eu assisti filmes mais importantes que esses, mas resolvi começar pelos menos importantes pra comentar. Depois com mais calma falo dos melhores. Coincidentemente os três filmes são de 2000 e todos foram bem massacrados pela crítica. Não são pérolas da cinematografia mundial, mas também não são tão ruins quanto a fama que levaram. Comento rapidamente cada um deles.
JOGO DURO (Reindeer Games)
O diretor é fodão: John Frankenheimer. Infelizmente o roteiro é uma bobagem, os atores estão péssimos - especialmente Gary Sinise de vilão -, mas não é que é divertido pra caramba!! Frankenheimer não ficou com a sua filmografia denegrida por causa desse filme. Na história, Ben Affleck é um ex-presidiário que se faz passar por seu amigo pra ficar com a namorada (Charlize Theron) dele. O plano dá em merda, quando o irmão da moça aparece pra obrigá-lo a elaborar um assalto num cassino. A Charlize de malvada fica muito mais sexy do que boazinha, hein?? E o filme mantém um ritmo bom até o final, ridículo de tantas reviravoltas que tem. É quase ruim, mas eu gostei. Gravado da Globo.
O OBSERVADOR (The Watcher)
Esse filme foi muito pouco elogiado pela crítica e meio que esnobado pelo público. Poucas pessoas gostaram e o problema dele está principalmente no papel de Keanu Reeves, que não convence de jeito nenhum como serial killer. Mas tirando esse pequeno incômodo, é um filme interessante, bem longe de ser chato. James Spader é o problemático ex-agente do FBI que retorna ao trabalho por causa do sujeito que matou sua namorada. Ele agora está de volta. E seu "método de trabalho" é mandar uma foto pra polícia de uma futura vítima, dando um prazo de 24 horas para que a polícia localize a moça e a salve. É um bom jogo de gato e rato, que tem um climax muito superior ao de outros thrillers mais badalados que têm por aí. O diretor Joe Charbanic é estreante. Não tem mais nada no currículo.Visto na Globo.
LITTLE NICKY - UM DIABO DIFERENTE (Little Nicky)
Pra quem curte Adam Sandler, o filme é até interessante, mas pra quem não gosta ou é indiferente ao humor dele, não vai gostar nenhum pouco. É uma comédia bem louca, sobre o filho (Sandler) do capeta (Harvey Keitel) que é enviado para a Terra para capturar seus dois irmãos malvados. Caso não consiga, o seu pai será desintegrado. Na Terra, ele se apaixona por Patricia Arquette. Destaque para Reese Whiterspoon no papel de uma anjo e para as participações especiais de Quentin Tarantino e Ozzy Osbourne. O problema do fime é que só estando com muito bom humor pra você rir das piadas sem graça. A única vez que eu ri foi no final, com o casamento do cachorro. Hehehe. O diretor Steven Brill errou nesse filme, mas depois fez um filme até bacana com A HERANÇA DE MR. DEEDS (2002), também com o Sandler.
No fim de semana eu assisti filmes mais importantes que esses, mas resolvi começar pelos menos importantes pra comentar. Depois com mais calma falo dos melhores. Coincidentemente os três filmes são de 2000 e todos foram bem massacrados pela crítica. Não são pérolas da cinematografia mundial, mas também não são tão ruins quanto a fama que levaram. Comento rapidamente cada um deles.
JOGO DURO (Reindeer Games)
O diretor é fodão: John Frankenheimer. Infelizmente o roteiro é uma bobagem, os atores estão péssimos - especialmente Gary Sinise de vilão -, mas não é que é divertido pra caramba!! Frankenheimer não ficou com a sua filmografia denegrida por causa desse filme. Na história, Ben Affleck é um ex-presidiário que se faz passar por seu amigo pra ficar com a namorada (Charlize Theron) dele. O plano dá em merda, quando o irmão da moça aparece pra obrigá-lo a elaborar um assalto num cassino. A Charlize de malvada fica muito mais sexy do que boazinha, hein?? E o filme mantém um ritmo bom até o final, ridículo de tantas reviravoltas que tem. É quase ruim, mas eu gostei. Gravado da Globo.
O OBSERVADOR (The Watcher)
Esse filme foi muito pouco elogiado pela crítica e meio que esnobado pelo público. Poucas pessoas gostaram e o problema dele está principalmente no papel de Keanu Reeves, que não convence de jeito nenhum como serial killer. Mas tirando esse pequeno incômodo, é um filme interessante, bem longe de ser chato. James Spader é o problemático ex-agente do FBI que retorna ao trabalho por causa do sujeito que matou sua namorada. Ele agora está de volta. E seu "método de trabalho" é mandar uma foto pra polícia de uma futura vítima, dando um prazo de 24 horas para que a polícia localize a moça e a salve. É um bom jogo de gato e rato, que tem um climax muito superior ao de outros thrillers mais badalados que têm por aí. O diretor Joe Charbanic é estreante. Não tem mais nada no currículo.Visto na Globo.
LITTLE NICKY - UM DIABO DIFERENTE (Little Nicky)
Pra quem curte Adam Sandler, o filme é até interessante, mas pra quem não gosta ou é indiferente ao humor dele, não vai gostar nenhum pouco. É uma comédia bem louca, sobre o filho (Sandler) do capeta (Harvey Keitel) que é enviado para a Terra para capturar seus dois irmãos malvados. Caso não consiga, o seu pai será desintegrado. Na Terra, ele se apaixona por Patricia Arquette. Destaque para Reese Whiterspoon no papel de uma anjo e para as participações especiais de Quentin Tarantino e Ozzy Osbourne. O problema do fime é que só estando com muito bom humor pra você rir das piadas sem graça. A única vez que eu ri foi no final, com o casamento do cachorro. Hehehe. O diretor Steven Brill errou nesse filme, mas depois fez um filme até bacana com A HERANÇA DE MR. DEEDS (2002), também com o Sandler.
sábado, dezembro 13, 2003
AS INVASÕES BÁRBARAS (Les Invasions Barbares)
Woody Allen começa ANNIE HALL contando a seguinte piada:
Duas mulheres estão num restaurante e uma diz para a outra:
- A comida desse restaurante é horrível, não?
- Sim, e as porções são tão pequenas.
Segundo ele, é assim que é a vida: não é lá essas coisas, mas nós achamos pouco o tempo que vivemos aqui. Queremos viver mais por mais doloroso que isso possa ser.
AS INVASÕES BÁRBARAS, o novo filme de Denys Arcand, é até um pouco mais otimista com relação à vida. E sair do cinema depois de ver esse filme serve justamente pra gente pensar e acreditar o quanto é bom viver. Tem tanta coisa boa aqui no mundo. A comida, o cinema, as mulheres, os livros, a música, os lugares. E ainda tem quem não consiga se divertir no mundo, quem não consiga encontrar caminhos para o seu prazer e alegria.
No final do ano passado, por exemplo, dois filmes me deram uma sensação maravilhosa de estar vivo pra ter podido assistí-los: os espanhóis FALE COM ELA, de Pedro Almodóvar, e LÚCIA E O SEXO, de Julio Medem. Talvez o filme de Arcand não chegue a tanto em termos de carinho que eu sinto por filmes, mas ele faz a gente pensar justamente nisso: na vida, no prazer que é vivenciá-la e que ela é quase sempre imprevisível.
Porém Arcand não faz um simples melodrama sobre um homem (Rémy Girard) que está com câncer. Ele faz questão de alfinetar a Igreja Católica, expor suas ideologias, mostrar a crescente morte da especial geração que passou a juventude nos anos 60, além de mostrar um belo quadro de família e amigos.
No começo do filme, Arcand mostra cenas curtinhas, um cinema minimalista que me fez lembrar de ESTRANHOS NO PARAÍSO (1983), de Jim Jarmusch, cheio de “fades in black” ligando uma cena à outra. Mas depois o filme ganha cenas um pouquinho mais longas. Assim, fica mais fácil a gente simpatizar mais com os personagens e derramar lágrimas nos momentos mais bonitos. Entre os meus personagens favoritos destaco a bela junkie interpretada lindamente por Marie-Josée Croze. Aliás, ela levou o prêmio de melhor atriz em Cannes e o filme levou o prêmio de melhor roteiro. Legal.
Em 1993, Arcand fez AMOR E RESTOS HUMANOS, um filme que trata de relacionamentos tanto hetero como homossexuais. No meio de tudo, ele jogou uma trama de suspense envolvendo um serial killer. Teve quem não gostou do mix. Eu achei excelente. Em AS INVASÕES BÁRBARAS ele fez novamente uma mistura: melodrama + filme de ideologias. É um filme que valoriza a intelectualidade. Não é difícil como um Godard (que é citado no filme); é um filme mais acessível ao grande público. O que eu considero de certa forma uma qualidade. Taí um filme que vai estar no meu Top 10 de 2003. Ah, e o que é aquela canção que toca no final do filme, hein?? Puxa....
Agora eu quero ver o filme O DECLÍNIO DO IMPÉRIO AMERICANO, que tem os mesmo personagens desse filme 15 anos atrás.
Woody Allen começa ANNIE HALL contando a seguinte piada:
Duas mulheres estão num restaurante e uma diz para a outra:
- A comida desse restaurante é horrível, não?
- Sim, e as porções são tão pequenas.
Segundo ele, é assim que é a vida: não é lá essas coisas, mas nós achamos pouco o tempo que vivemos aqui. Queremos viver mais por mais doloroso que isso possa ser.
AS INVASÕES BÁRBARAS, o novo filme de Denys Arcand, é até um pouco mais otimista com relação à vida. E sair do cinema depois de ver esse filme serve justamente pra gente pensar e acreditar o quanto é bom viver. Tem tanta coisa boa aqui no mundo. A comida, o cinema, as mulheres, os livros, a música, os lugares. E ainda tem quem não consiga se divertir no mundo, quem não consiga encontrar caminhos para o seu prazer e alegria.
No final do ano passado, por exemplo, dois filmes me deram uma sensação maravilhosa de estar vivo pra ter podido assistí-los: os espanhóis FALE COM ELA, de Pedro Almodóvar, e LÚCIA E O SEXO, de Julio Medem. Talvez o filme de Arcand não chegue a tanto em termos de carinho que eu sinto por filmes, mas ele faz a gente pensar justamente nisso: na vida, no prazer que é vivenciá-la e que ela é quase sempre imprevisível.
Porém Arcand não faz um simples melodrama sobre um homem (Rémy Girard) que está com câncer. Ele faz questão de alfinetar a Igreja Católica, expor suas ideologias, mostrar a crescente morte da especial geração que passou a juventude nos anos 60, além de mostrar um belo quadro de família e amigos.
No começo do filme, Arcand mostra cenas curtinhas, um cinema minimalista que me fez lembrar de ESTRANHOS NO PARAÍSO (1983), de Jim Jarmusch, cheio de “fades in black” ligando uma cena à outra. Mas depois o filme ganha cenas um pouquinho mais longas. Assim, fica mais fácil a gente simpatizar mais com os personagens e derramar lágrimas nos momentos mais bonitos. Entre os meus personagens favoritos destaco a bela junkie interpretada lindamente por Marie-Josée Croze. Aliás, ela levou o prêmio de melhor atriz em Cannes e o filme levou o prêmio de melhor roteiro. Legal.
Em 1993, Arcand fez AMOR E RESTOS HUMANOS, um filme que trata de relacionamentos tanto hetero como homossexuais. No meio de tudo, ele jogou uma trama de suspense envolvendo um serial killer. Teve quem não gostou do mix. Eu achei excelente. Em AS INVASÕES BÁRBARAS ele fez novamente uma mistura: melodrama + filme de ideologias. É um filme que valoriza a intelectualidade. Não é difícil como um Godard (que é citado no filme); é um filme mais acessível ao grande público. O que eu considero de certa forma uma qualidade. Taí um filme que vai estar no meu Top 10 de 2003. Ah, e o que é aquela canção que toca no final do filme, hein?? Puxa....
Agora eu quero ver o filme O DECLÍNIO DO IMPÉRIO AMERICANO, que tem os mesmo personagens desse filme 15 anos atrás.
sexta-feira, dezembro 12, 2003
MADE FOR TV
Recentemente vi dois filmes produzidos para a tv. São duas produções da HBO. Essa tv por assinatura costuma produzir ótimas séries (SIX FEET UNDER, SEX AND THE CITY, THE SOPRANOS, BAND OF BROTHERS, CURB YOUR ENTHUSIASM) e também ótimos longas (UMA LIÇÃO DE VIDA, GIA, DON KING).
Entre esse ótimos longas, tive a sorte de ver DESEJO PROIBIDO (2000) e VIAGEM MORTAL (1996), gravados da BAND e da TNT respectivamente. Comentários rápidos dos dois filmes abaixo.
DESEJO PROIBIDO (If These Walls Could Talk 2)
O primeiro IF THESE WALLS COULD TALK é de 1996 e abordou a temática do aborto. O resultado final foi muito bom. Essa "continuação" aborda o tema do lesbianismo, mostrando três segmentos dirigidos por três diretoras diferentes e com as histórias se passando em três décadas distintas.
O primeiro segmento ("1961") é o mais triste dos três. Mostra Vanessa Redgrave como uma senhora que perdeu sua companheira e depois sofre a humilhação de ver os familiares da falecida quererem tirar a casa e os móveis dela. Ver esse filme ajuda a entender porque é importante hoje em dia a união civil entre homossexuais para se evitar esse tipo de injustiça. Dirigido por Jane Anderson.
O segundo segmento ("1972") traz Michelle Williams (de DAWSON'S CREEK) e Chlöe Sevigny, que já fez uma cena de lesbianismo em MENINOS NÃO CHORAM (1999). Esse segmento é um tesão, com ótimas cenas de sexo entre as duas meninas. Chlöe recentemente foi notícia por causa da cena de sexo oral explícita no ainda inédito no circuito comercial THE BROWN BUNNY. A moça começou a carreira fazendo um filme polêmico - KIDS (1995), de Larry Clark. Parece que ela gosta de aparecer. Ela não é bonita mais tem sex appeal. Esse segmento discute a necessidade de ser você mesmo e do preconceito existente dentro do próprio grupo de homossexuais. Dirigido por Martha Coolidge.
Anne Heche dirige sua então namorada Elle DeGeneres fazendo par romântico com Sharon Stone. O segmento ("2000") discute a possibilidade de casais de lésbicas terem filhos. Hoje em dia com a facilidade dos bancos de esperma é bem mais fácil. Esse é o segmento mais leve do filme e as cenas de DeGeneres com Sharon Stone são bem discretas. Vai ver a diretora ficou com ciúme. Hehehhe. As duas mulheres (DeGeneres e Heche) formaram durante o tempo em que estiveram juntas o casal de lésbicas mais famoso do mundo.
VIAGEM MORTAL (Deadly Voyage)
VIAGEM MORTAL, dirigido por John Mackenzie, fala da dramática história de grupo de africanos que entra clandestinamente num navio para tentar a sorte nos EUA e são vítimas de uma chacina. As seqüências de fuga do protagonista são cheias de tensão e suspense. Saber que isso foi uma história real torna a coisa muito mais chocante.
Fiquei mais interessado agora em conhecer outros trabalhos do diretor. A primeira vez que ouvi falar de Mackenzie foi através da saudosa coluna do Reichenbach, onde ele o destacava entre os grandes diretores americanos mais subestimados da atualidade, ao lado de John Herzfeld. Mackenzie dirigiu vários filmes pra tv e dirigiu também RUBY (1992), sobre o cara que matou Lee Oswald, e o drama ALTO RISCO (2001), que passou nos cinemas no ano passado.
Recentemente vi dois filmes produzidos para a tv. São duas produções da HBO. Essa tv por assinatura costuma produzir ótimas séries (SIX FEET UNDER, SEX AND THE CITY, THE SOPRANOS, BAND OF BROTHERS, CURB YOUR ENTHUSIASM) e também ótimos longas (UMA LIÇÃO DE VIDA, GIA, DON KING).
Entre esse ótimos longas, tive a sorte de ver DESEJO PROIBIDO (2000) e VIAGEM MORTAL (1996), gravados da BAND e da TNT respectivamente. Comentários rápidos dos dois filmes abaixo.
DESEJO PROIBIDO (If These Walls Could Talk 2)
O primeiro IF THESE WALLS COULD TALK é de 1996 e abordou a temática do aborto. O resultado final foi muito bom. Essa "continuação" aborda o tema do lesbianismo, mostrando três segmentos dirigidos por três diretoras diferentes e com as histórias se passando em três décadas distintas.
O primeiro segmento ("1961") é o mais triste dos três. Mostra Vanessa Redgrave como uma senhora que perdeu sua companheira e depois sofre a humilhação de ver os familiares da falecida quererem tirar a casa e os móveis dela. Ver esse filme ajuda a entender porque é importante hoje em dia a união civil entre homossexuais para se evitar esse tipo de injustiça. Dirigido por Jane Anderson.
O segundo segmento ("1972") traz Michelle Williams (de DAWSON'S CREEK) e Chlöe Sevigny, que já fez uma cena de lesbianismo em MENINOS NÃO CHORAM (1999). Esse segmento é um tesão, com ótimas cenas de sexo entre as duas meninas. Chlöe recentemente foi notícia por causa da cena de sexo oral explícita no ainda inédito no circuito comercial THE BROWN BUNNY. A moça começou a carreira fazendo um filme polêmico - KIDS (1995), de Larry Clark. Parece que ela gosta de aparecer. Ela não é bonita mais tem sex appeal. Esse segmento discute a necessidade de ser você mesmo e do preconceito existente dentro do próprio grupo de homossexuais. Dirigido por Martha Coolidge.
Anne Heche dirige sua então namorada Elle DeGeneres fazendo par romântico com Sharon Stone. O segmento ("2000") discute a possibilidade de casais de lésbicas terem filhos. Hoje em dia com a facilidade dos bancos de esperma é bem mais fácil. Esse é o segmento mais leve do filme e as cenas de DeGeneres com Sharon Stone são bem discretas. Vai ver a diretora ficou com ciúme. Hehehhe. As duas mulheres (DeGeneres e Heche) formaram durante o tempo em que estiveram juntas o casal de lésbicas mais famoso do mundo.
VIAGEM MORTAL (Deadly Voyage)
VIAGEM MORTAL, dirigido por John Mackenzie, fala da dramática história de grupo de africanos que entra clandestinamente num navio para tentar a sorte nos EUA e são vítimas de uma chacina. As seqüências de fuga do protagonista são cheias de tensão e suspense. Saber que isso foi uma história real torna a coisa muito mais chocante.
Fiquei mais interessado agora em conhecer outros trabalhos do diretor. A primeira vez que ouvi falar de Mackenzie foi através da saudosa coluna do Reichenbach, onde ele o destacava entre os grandes diretores americanos mais subestimados da atualidade, ao lado de John Herzfeld. Mackenzie dirigiu vários filmes pra tv e dirigiu também RUBY (1992), sobre o cara que matou Lee Oswald, e o drama ALTO RISCO (2001), que passou nos cinemas no ano passado.
quinta-feira, dezembro 11, 2003
LOONEY TUNES - DE VOLTA À AÇÃO (Looney Tunes: Back in Action)
Na última segunda-feira foi feriado aqui na cidade e eu fui com o meu sobrinho ver LOONEY TUNES. Bom, pra começo de conversa, não gostei do filme não. Achei uma comédia um pouco cansativa e excessivamente rápida sem conseguir empolgar. Nem dá pra criar um certo envolvimento. Não é melhor que Rogger Rabbit como muita gente andou noticiando por aí.
A história meio absurda: Steve Martin é o super-vilão que quer transformar seres humanos em macacos. O agente secreto encarregado do caso (Timothy Dalton) foi capturado. O seu filho (Brendan Fraser) vai, então, junto com Pernalonga, Patolino e Jenna Elfman ajudar a salvar o seu pai e a humanidade.
O filme é recheado de referências e citações que até para a maioria dos adultos vão passar batido. Imagine pras crianças. E eu ainda falei pro meu sobrinho: "olha o Roger Corman!". Como se adiantasse. Mas ele conheceu o Batman e os outros personagens dos desenhos da Warner. Hehehhe. Há também uma crítica ao merchandising dos filmes, que vale por ser ácida, mas que não tem muita graça.
Steve Martin está bem, fazendo um vilão caricato e usando uma maquiagem um pouco pesada. Interessante ver o Timothy Dalton como uma espécie de James Bond, já que ele já foi um 007. De qualquer maneira, não vou muito com a cara dele, não.
O melhor momento do filme é a cena do museu de arte, com o coelho e o pato andando de quadro em quadro. Essa cena é genial, mas o restante do filme não me agradou. De qualquer maneira, quem gostou de GREMLINS 2 (não foi o meu caso) pode adorar esse filme. Ah, o Lucas, o meu sobrinho, disse que gostou do filme.
Na última segunda-feira foi feriado aqui na cidade e eu fui com o meu sobrinho ver LOONEY TUNES. Bom, pra começo de conversa, não gostei do filme não. Achei uma comédia um pouco cansativa e excessivamente rápida sem conseguir empolgar. Nem dá pra criar um certo envolvimento. Não é melhor que Rogger Rabbit como muita gente andou noticiando por aí.
A história meio absurda: Steve Martin é o super-vilão que quer transformar seres humanos em macacos. O agente secreto encarregado do caso (Timothy Dalton) foi capturado. O seu filho (Brendan Fraser) vai, então, junto com Pernalonga, Patolino e Jenna Elfman ajudar a salvar o seu pai e a humanidade.
O filme é recheado de referências e citações que até para a maioria dos adultos vão passar batido. Imagine pras crianças. E eu ainda falei pro meu sobrinho: "olha o Roger Corman!". Como se adiantasse. Mas ele conheceu o Batman e os outros personagens dos desenhos da Warner. Hehehhe. Há também uma crítica ao merchandising dos filmes, que vale por ser ácida, mas que não tem muita graça.
Steve Martin está bem, fazendo um vilão caricato e usando uma maquiagem um pouco pesada. Interessante ver o Timothy Dalton como uma espécie de James Bond, já que ele já foi um 007. De qualquer maneira, não vou muito com a cara dele, não.
O melhor momento do filme é a cena do museu de arte, com o coelho e o pato andando de quadro em quadro. Essa cena é genial, mas o restante do filme não me agradou. De qualquer maneira, quem gostou de GREMLINS 2 (não foi o meu caso) pode adorar esse filme. Ah, o Lucas, o meu sobrinho, disse que gostou do filme.
quarta-feira, dezembro 10, 2003
PI
Taí uma tarefa difícil escrever sobre PI. Primeiro porque eu não consegui absorver tudo o que o filme tentou dizer. Vai ver precisaria ter mais noções de matemática avançada. O fato é que já faz tempo que os números deixaram de me despertar tanto interesse. (Na verdade, eu não gosto deles porque eles me lembram as minhas dívidas.) As letras acabaram me puxando com mais força. Até fiz Faculdade de Letras. Hehehe. O meu interesse pelos números hoje em dia passa mais pela numerologia do que pela ciência matemática. No domingo mesmo minha irmã veio me perguntar porque 666 era o número da besta. Ela estava lendo o Apocalipse de São João. Aí fui explicar pra ela, de acordo com os meus parcos conhecimentos na área. Acho interessante o simbolismo de cada número. Até parei de estudar astrologia quando me deparei com cálculos chatos de ângulos entre as casas zodiacais e os aspectos entre os planetas. Deixei pra lá. Essa tarefa fica para os astrólogos mesmo. Prefiro me ater à parte da psicologia e da mitologia.
PI (1998), de Darren Anonofsky, é um filme que mostra um matemático chamado Max Cohen que procura o sentido da existência através de um padrão. Assim como o "pi" é um padrão dentro da circunferência, Cohen procura um padrão para o mundo. Quando o filme fala das espirais como presentes em tudo, não tive como não me lembrar de UZUMAKI (2000), de Higuchinsky, que fala da obsessão pelos espirais. Só que em vez de o filme descambar para o horror irracional puro e simples, a trama vai ficando complicada, com o protagonista se envolvendo com um grupo de judeus que quer achar o verdadeiro nome de Deus e um grupo de pessoas a fim de prever o que pode rolar na bolsa de valores. Uma confusão dos diabos.
O filme, esteticamente, parece muito com a obra seguinte de Aronofsky, RÉQUIEM PARA UM SONHO (2000). Ambos mostram pessoas tomando drogas químicas e entrando numa bad trip. Os tiques nervosos, os ângulos de câmera, os closes, a música eletrônica techno, tudo muito parecido, como se fosse uma marca registrada do diretor.
Por causa disso, quando estava surgindo um boato que Aronofsky seria o diretor de BATMAN: ANO UM, começaram a correr rumores de que ele ia mostrar o morcegão tomando pico na veia, viciado em heroína. Terminou que ele acabou saindo desse projeto, que foi engavetado pelo pessoal da Warner. Seus próximos projetos são LONE WOLF AND CUB, uma adaptação em live action de um mangá, e FLICKER, uma adaptação de um romance. Pode ser que, no fim das contas, ele não pegue nenhum desses projetos.
Filme visto em divx, graças ao Herbert, que me forneceu a cópia.
Taí uma tarefa difícil escrever sobre PI. Primeiro porque eu não consegui absorver tudo o que o filme tentou dizer. Vai ver precisaria ter mais noções de matemática avançada. O fato é que já faz tempo que os números deixaram de me despertar tanto interesse. (Na verdade, eu não gosto deles porque eles me lembram as minhas dívidas.) As letras acabaram me puxando com mais força. Até fiz Faculdade de Letras. Hehehe. O meu interesse pelos números hoje em dia passa mais pela numerologia do que pela ciência matemática. No domingo mesmo minha irmã veio me perguntar porque 666 era o número da besta. Ela estava lendo o Apocalipse de São João. Aí fui explicar pra ela, de acordo com os meus parcos conhecimentos na área. Acho interessante o simbolismo de cada número. Até parei de estudar astrologia quando me deparei com cálculos chatos de ângulos entre as casas zodiacais e os aspectos entre os planetas. Deixei pra lá. Essa tarefa fica para os astrólogos mesmo. Prefiro me ater à parte da psicologia e da mitologia.
PI (1998), de Darren Anonofsky, é um filme que mostra um matemático chamado Max Cohen que procura o sentido da existência através de um padrão. Assim como o "pi" é um padrão dentro da circunferência, Cohen procura um padrão para o mundo. Quando o filme fala das espirais como presentes em tudo, não tive como não me lembrar de UZUMAKI (2000), de Higuchinsky, que fala da obsessão pelos espirais. Só que em vez de o filme descambar para o horror irracional puro e simples, a trama vai ficando complicada, com o protagonista se envolvendo com um grupo de judeus que quer achar o verdadeiro nome de Deus e um grupo de pessoas a fim de prever o que pode rolar na bolsa de valores. Uma confusão dos diabos.
O filme, esteticamente, parece muito com a obra seguinte de Aronofsky, RÉQUIEM PARA UM SONHO (2000). Ambos mostram pessoas tomando drogas químicas e entrando numa bad trip. Os tiques nervosos, os ângulos de câmera, os closes, a música eletrônica techno, tudo muito parecido, como se fosse uma marca registrada do diretor.
Por causa disso, quando estava surgindo um boato que Aronofsky seria o diretor de BATMAN: ANO UM, começaram a correr rumores de que ele ia mostrar o morcegão tomando pico na veia, viciado em heroína. Terminou que ele acabou saindo desse projeto, que foi engavetado pelo pessoal da Warner. Seus próximos projetos são LONE WOLF AND CUB, uma adaptação em live action de um mangá, e FLICKER, uma adaptação de um romance. Pode ser que, no fim das contas, ele não pegue nenhum desses projetos.
Filme visto em divx, graças ao Herbert, que me forneceu a cópia.
terça-feira, dezembro 09, 2003
SIMPLESMENTE AMOR (Love Actually)
A estréia na direção de Richard Curtis, o roteirista de QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL (1994), NOTTING HILL (1999) e O DIÁRIO DE BRIDGET JONES (2001), todos com Hugh Grant, foi bem sucedida. O filme é uma delícia de se ver. Nem dá pra reclamar dos clichês do gênero sempre presentes, porque nesse tipo de filme, isso é inevitável. Além do mais, o filme tem várias cenas que o diferencia de outras comédias românticas. A começar pelo conteúdo sensual e pela nudez. Aquelas cenas quase surrealistas envolvendo Martin Freeman e Joanna Page num set de filmagem são surpreendentes, por exemplo.
Só achei que o par romântico de Hugh Grant não se compara a outras moças bem mais atraentes e bonitas de outros filmes, como Julia Roberts (NOTTING HILL) ou Rachel Weisz (UM GRANDE GAROTO). Uma pena que o personagem dele não seja tão interessante e destacado. Na verdade, o filme não aprofunda nenhuma das várias histórias. É tudo bem superficial, uma colagem de vários retratos. Há o amor platônico de Andrew Lincoln por Keira Knightley que eu acho que foi o que mais me tocou. Uma cena de deixar os olhos marejados. Outra cena que eu achei especial - na verdade, a primeira grande cena do filme - é aquela em que "All You Need Is Love" toca num casamento. Que arranjo magnífico!! Tiraram um pouco daquela coisa psicodélica da gravação original dos Beatles e o resultado ficou lindo. E ouvir no cinema com som dolby, então...
Por falar em casamento, no filme há duas citações ao primeiro sucesso de Curtis. Além das cenas de um casamento e de um funeral, há a canção tema de QUATRO CASAMENTOS E O FUNERAL com letra modificada. Outra canção bem conhecida, mas que ficou excelente no filme, foi "Here with me" da Dido.
Interessante o filme dialogar bem com o público brasileiro, não apenas por causa da participação de Rodrigo Santoro, mas porque o português é falado (com sotaque de Portugal) por causa da atriz portuguesa Lúcia Moniz, o par romântico de Colin Firth. Santoro está bem e a cena entre ele e Laura Linney é antológica e o cinema meio que pára de respirar pra ver o seu desempenho.
Uma coisa que me incomoda um pouco nesse tipo de comédia é o fato de os personagens terem que pagar mico na frente de um monte de gente. Talvez por eu ser tímido e me colocar um pouco no lugar dos personagens, acho a situação um pouco incômoda. Por isso, adorei a declaração de amor calada de Andrew Lincoln.
Entre as surpresas das participações especiais há a bela Elisha Cuthbert, estrela da série 24 HORAS, Billy Bob Thorton e Denise Richards. A única cena de destaque de Rowan Atkinson também é bem engraçada.
São tantos personagens que fica difícil de comentar tudo aqui e ainda nem falei de Emma Thompson, Liam Neeson, Bill Nighy, Alan Rickman e de outros menos conhecidos, mas importantes no conjunto do filme. No geral, SIMPLESMENTE AMOR é um filme alto astral, mas que de repente pode lembrar aos membros do clube dos corações solitários ou do bloco do eu sozinho (como este que vos escreve) que alguém está faltando na sua vida.
A estréia na direção de Richard Curtis, o roteirista de QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL (1994), NOTTING HILL (1999) e O DIÁRIO DE BRIDGET JONES (2001), todos com Hugh Grant, foi bem sucedida. O filme é uma delícia de se ver. Nem dá pra reclamar dos clichês do gênero sempre presentes, porque nesse tipo de filme, isso é inevitável. Além do mais, o filme tem várias cenas que o diferencia de outras comédias românticas. A começar pelo conteúdo sensual e pela nudez. Aquelas cenas quase surrealistas envolvendo Martin Freeman e Joanna Page num set de filmagem são surpreendentes, por exemplo.
Só achei que o par romântico de Hugh Grant não se compara a outras moças bem mais atraentes e bonitas de outros filmes, como Julia Roberts (NOTTING HILL) ou Rachel Weisz (UM GRANDE GAROTO). Uma pena que o personagem dele não seja tão interessante e destacado. Na verdade, o filme não aprofunda nenhuma das várias histórias. É tudo bem superficial, uma colagem de vários retratos. Há o amor platônico de Andrew Lincoln por Keira Knightley que eu acho que foi o que mais me tocou. Uma cena de deixar os olhos marejados. Outra cena que eu achei especial - na verdade, a primeira grande cena do filme - é aquela em que "All You Need Is Love" toca num casamento. Que arranjo magnífico!! Tiraram um pouco daquela coisa psicodélica da gravação original dos Beatles e o resultado ficou lindo. E ouvir no cinema com som dolby, então...
Por falar em casamento, no filme há duas citações ao primeiro sucesso de Curtis. Além das cenas de um casamento e de um funeral, há a canção tema de QUATRO CASAMENTOS E O FUNERAL com letra modificada. Outra canção bem conhecida, mas que ficou excelente no filme, foi "Here with me" da Dido.
Interessante o filme dialogar bem com o público brasileiro, não apenas por causa da participação de Rodrigo Santoro, mas porque o português é falado (com sotaque de Portugal) por causa da atriz portuguesa Lúcia Moniz, o par romântico de Colin Firth. Santoro está bem e a cena entre ele e Laura Linney é antológica e o cinema meio que pára de respirar pra ver o seu desempenho.
Uma coisa que me incomoda um pouco nesse tipo de comédia é o fato de os personagens terem que pagar mico na frente de um monte de gente. Talvez por eu ser tímido e me colocar um pouco no lugar dos personagens, acho a situação um pouco incômoda. Por isso, adorei a declaração de amor calada de Andrew Lincoln.
Entre as surpresas das participações especiais há a bela Elisha Cuthbert, estrela da série 24 HORAS, Billy Bob Thorton e Denise Richards. A única cena de destaque de Rowan Atkinson também é bem engraçada.
São tantos personagens que fica difícil de comentar tudo aqui e ainda nem falei de Emma Thompson, Liam Neeson, Bill Nighy, Alan Rickman e de outros menos conhecidos, mas importantes no conjunto do filme. No geral, SIMPLESMENTE AMOR é um filme alto astral, mas que de repente pode lembrar aos membros do clube dos corações solitários ou do bloco do eu sozinho (como este que vos escreve) que alguém está faltando na sua vida.
domingo, dezembro 07, 2003
SOBRE MENINOS E LOBOS (Mystic River)
As crises de ansiedade e angústia, misturadas com o incômodo calor de Fortaleza estão me impedindo um pouco de escrever sobre os filmes que tenho visto. Como está quase sempre difícil eu me concentrar, a melhor maneira de ver um filme pra mim é no cinema. Sempre foi, na verdade, mas é só lá que minha mente não fica tão dispersa.
Vamos começar tirando o atraso dos comentários com o filme que vi ontem: SOBRE MENINOS E LOBOS, de Clint Eastwood. O filme já está em várias listas de melhores de 2003 de diversas associações de críticos americanos e europeus. E olhe que o ano nem terminou ainda.
Sem dúvida é um ótimo filme. Um dos melhores da bela filmografia de Eastwood, ainda que o meu preferido continue sendo UM MUNDO PERFEITO (1993). O andamento é lento, não há pressa para a apresentação e desenvolvimento dos personagens. Esse deve ser o mais complexo de seus filmes, tanto pelo grande número de personagens pra dar conta, quanto pela abordagem mais psicológica.
A história é longa e intrincada, mas resumido é o destino tortuoso de três garotos depois de um trauma de infância. Quando eles crescem, os três garotos são Sean Penn, ex-presidiário e dono de uma mercearia; Tim Robbins, um perturbado pai de família; e Kevin Bacon, policial investigador. O destino faz com que eles se encontrem novamente quando acontece o assassinato da filha de Penn.
As interpretações de Penn e Robbins - também ótimos diretores - são destaque no filme. Já se fala da forte possibilidade de os dois serem indicados ao Oscar 2004. Também engrossando o ótimo elenco: Laurence Fishburne, Marcia Gay Harden e Laura Linney. (Curiosamente, hoje eu vi Laura Linney no cinema de novo, em SIMPLESMENTE AMOR.) A trilha sonora original foi feita pelo próprio Clint. Homem forte, esse aí.
Talvez tenha ficado um pouco desapontado porque estava esperando um impacto maior do filme em mim. Mas talvez tenha sido por causa da grande expectativa que estava alimentando desde a primeira notícia que li sobre o filme, quando da estréia no Festival de Cannes desse ano.
As minhas cenas favoritas são duas cenas em que Sean Penn e Tim Robbins contracenam sozinhos. A primeira é ótima. Penn está sentado na cadeira. Robbins vem fumar um cigarro. E os dois falam sobre a vida que eles levam e sobre a perda da filha de Penn. Falar mais pode estragar. Na hora me lembrei de uma cena de GANGUES DE NOVA YORK, aquela em que Daniel Day Lewis aparece no quarto de DiCaprio quando ele está na cama com Cameron Diaz. Com certeza, duas grandes cenas de dois grandes filmes do ano.
Legal que assim que eu entrei no cinema, alguém me chamou na cadeira de trás. Era Márcio do blog Cinema, Então. Ele me reconheceu pelas fotos que postei no blog. (Estou ficando famoso. Hehhehe). Aí quando terminou o filme ainda conversamos sobre cinema por uma meia-hora, eu, ele e o amigo dele, lá no café da Livraria Siciliano. Gente boa ele.
As crises de ansiedade e angústia, misturadas com o incômodo calor de Fortaleza estão me impedindo um pouco de escrever sobre os filmes que tenho visto. Como está quase sempre difícil eu me concentrar, a melhor maneira de ver um filme pra mim é no cinema. Sempre foi, na verdade, mas é só lá que minha mente não fica tão dispersa.
Vamos começar tirando o atraso dos comentários com o filme que vi ontem: SOBRE MENINOS E LOBOS, de Clint Eastwood. O filme já está em várias listas de melhores de 2003 de diversas associações de críticos americanos e europeus. E olhe que o ano nem terminou ainda.
Sem dúvida é um ótimo filme. Um dos melhores da bela filmografia de Eastwood, ainda que o meu preferido continue sendo UM MUNDO PERFEITO (1993). O andamento é lento, não há pressa para a apresentação e desenvolvimento dos personagens. Esse deve ser o mais complexo de seus filmes, tanto pelo grande número de personagens pra dar conta, quanto pela abordagem mais psicológica.
A história é longa e intrincada, mas resumido é o destino tortuoso de três garotos depois de um trauma de infância. Quando eles crescem, os três garotos são Sean Penn, ex-presidiário e dono de uma mercearia; Tim Robbins, um perturbado pai de família; e Kevin Bacon, policial investigador. O destino faz com que eles se encontrem novamente quando acontece o assassinato da filha de Penn.
As interpretações de Penn e Robbins - também ótimos diretores - são destaque no filme. Já se fala da forte possibilidade de os dois serem indicados ao Oscar 2004. Também engrossando o ótimo elenco: Laurence Fishburne, Marcia Gay Harden e Laura Linney. (Curiosamente, hoje eu vi Laura Linney no cinema de novo, em SIMPLESMENTE AMOR.) A trilha sonora original foi feita pelo próprio Clint. Homem forte, esse aí.
Talvez tenha ficado um pouco desapontado porque estava esperando um impacto maior do filme em mim. Mas talvez tenha sido por causa da grande expectativa que estava alimentando desde a primeira notícia que li sobre o filme, quando da estréia no Festival de Cannes desse ano.
As minhas cenas favoritas são duas cenas em que Sean Penn e Tim Robbins contracenam sozinhos. A primeira é ótima. Penn está sentado na cadeira. Robbins vem fumar um cigarro. E os dois falam sobre a vida que eles levam e sobre a perda da filha de Penn. Falar mais pode estragar. Na hora me lembrei de uma cena de GANGUES DE NOVA YORK, aquela em que Daniel Day Lewis aparece no quarto de DiCaprio quando ele está na cama com Cameron Diaz. Com certeza, duas grandes cenas de dois grandes filmes do ano.
Legal que assim que eu entrei no cinema, alguém me chamou na cadeira de trás. Era Márcio do blog Cinema, Então. Ele me reconheceu pelas fotos que postei no blog. (Estou ficando famoso. Hehhehe). Aí quando terminou o filme ainda conversamos sobre cinema por uma meia-hora, eu, ele e o amigo dele, lá no café da Livraria Siciliano. Gente boa ele.
quinta-feira, dezembro 04, 2003
MAMET, RAMIS E PALHAÇADA
Comento rapidamente três filmes que vi recentemente, mas que eu não tenho muito o que falar a respeito deles.
A TRAPAÇA (The Spanish Prisoner)
Mais um bom filme de David Mamet, um cara que é craque em criar tramas intrincadas sem deixar o espectador perdido. Os diálogos são ótimos, as situações são bem inteligentes. Coisa fina. Todos os filmes dele merecem atenção. A TRAPAÇA (1997) traz Campbell Scott como um homem de negócios que acaba entrando numa enrascada ao conhecer um homem que se diz milionário (Steve Martin). Acho que até já falei demais da história. Bom mesmo é ver o filme sem saber nada da trama. Steve Martin está ótimo nesse papel dramático. Bem que podiam dar mais chance pra ele fugir um pouco das comédias. Também no elenco Rebecca Pidgeon e Ben Gazzara. Gravado da Globo.
A MÁFIA NO DIVÃ (Analyse This)
Um filme da série "todo mundo viu menos eu". Harold Ramis é o diretor de um dos meus filmes preferidos dos anos 90: FEITIÇO DO TEMPO (1993). Esse filme é uma das comédias que eu posso dar o adjetivo "maravilhoso". Ramis é um diretor subestimado, já que as pessoas falam mais dos astros de seus filmes do que do seu trabalho. Em A MÁFIA NO DIVÃ (1999) não podia ser diferente, afinal, estamos falando de Robert DeNiro e Billy Crystal. Com esse filme, DeNiro mostra a sua veia cômica, que iria repetir com sucesso em ENTRANDO NUMA FRIA (2000). E o legal é que ele tira um sarro com o próprio tipo de personagem que ele faz costumeiramente nos filmes de gângster, principalmente os do Scorsese. Billy Crystal é um grande comediante. Estou até feliz que no próximo ano ele vai voltar a apresentar a festa do Oscar!!! É como a Fer falou: quando ele apresenta a festa, até os filmes que concorrem ao prêmio são melhores. Viva!! Gravado da TNT.
JACKASS CARA DE PAU - O FILME (Jackass - The Movie)
Não sei se porque eu estava de mau humor ou porque eu vi esse filme pela manhã, ou sei lá o que, mas eu achei uma grande porcaria. E não estou falando das cenas de cocô e vômito, não. Eu tô falando do filme mesmo. Quer dizer, nem é bem um filme. É uma versão de uma hora e meia do programa de tv. Achei que ia me divertir, já que vi partes do programa na MTV e até me diverti com algumas das situações absurdas. Mas 80 minutos de idiotice é dose. Há desde a cena em que o cara entrar numa loja de material hidráulico e caga numa das privadas até uma em que o doido do Knoxville deixa um filhote de jacaré morder um de seus mamilos. É cocô, vômito, bundas de homem, carros quebrados e brincadeiras de mal gosto. Tem quem goste. Vi o filme em divx, num pacote de cd-r's enviado pelo Renato.
Comento rapidamente três filmes que vi recentemente, mas que eu não tenho muito o que falar a respeito deles.
A TRAPAÇA (The Spanish Prisoner)
Mais um bom filme de David Mamet, um cara que é craque em criar tramas intrincadas sem deixar o espectador perdido. Os diálogos são ótimos, as situações são bem inteligentes. Coisa fina. Todos os filmes dele merecem atenção. A TRAPAÇA (1997) traz Campbell Scott como um homem de negócios que acaba entrando numa enrascada ao conhecer um homem que se diz milionário (Steve Martin). Acho que até já falei demais da história. Bom mesmo é ver o filme sem saber nada da trama. Steve Martin está ótimo nesse papel dramático. Bem que podiam dar mais chance pra ele fugir um pouco das comédias. Também no elenco Rebecca Pidgeon e Ben Gazzara. Gravado da Globo.
A MÁFIA NO DIVÃ (Analyse This)
Um filme da série "todo mundo viu menos eu". Harold Ramis é o diretor de um dos meus filmes preferidos dos anos 90: FEITIÇO DO TEMPO (1993). Esse filme é uma das comédias que eu posso dar o adjetivo "maravilhoso". Ramis é um diretor subestimado, já que as pessoas falam mais dos astros de seus filmes do que do seu trabalho. Em A MÁFIA NO DIVÃ (1999) não podia ser diferente, afinal, estamos falando de Robert DeNiro e Billy Crystal. Com esse filme, DeNiro mostra a sua veia cômica, que iria repetir com sucesso em ENTRANDO NUMA FRIA (2000). E o legal é que ele tira um sarro com o próprio tipo de personagem que ele faz costumeiramente nos filmes de gângster, principalmente os do Scorsese. Billy Crystal é um grande comediante. Estou até feliz que no próximo ano ele vai voltar a apresentar a festa do Oscar!!! É como a Fer falou: quando ele apresenta a festa, até os filmes que concorrem ao prêmio são melhores. Viva!! Gravado da TNT.
JACKASS CARA DE PAU - O FILME (Jackass - The Movie)
Não sei se porque eu estava de mau humor ou porque eu vi esse filme pela manhã, ou sei lá o que, mas eu achei uma grande porcaria. E não estou falando das cenas de cocô e vômito, não. Eu tô falando do filme mesmo. Quer dizer, nem é bem um filme. É uma versão de uma hora e meia do programa de tv. Achei que ia me divertir, já que vi partes do programa na MTV e até me diverti com algumas das situações absurdas. Mas 80 minutos de idiotice é dose. Há desde a cena em que o cara entrar numa loja de material hidráulico e caga numa das privadas até uma em que o doido do Knoxville deixa um filhote de jacaré morder um de seus mamilos. É cocô, vômito, bundas de homem, carros quebrados e brincadeiras de mal gosto. Tem quem goste. Vi o filme em divx, num pacote de cd-r's enviado pelo Renato.
terça-feira, dezembro 02, 2003
HOUSE OF 1000 CORPSES
Ontem não foi dia de eu dar aula à noite e resolvi escolher um filminho leve pra ver entre os vários que eu tenho em casa. Aí escolhi HOUSE OF 1000 CORPSES, a estréia na direção de Rob Zombie, hoje em carreira solo, mas que foi mais ou menos popular aqui quando veio pro Brasil com a sua ex-banda White Zombie pro festival Hollywood Rock. Eu me lembro de ter gostado do show deles. Muito louco. "More human than human" era o hit deles. Como ele é bem respeitado pelos fãs de rock underground, havia grande expectativa com esse seu debut no cinema. Mas o resultado foi aquém do esperado.
Pra começo de conversa, apesar de o filme ser bem sádico, não é tão barra-pesada quanto eu imaginava que fosse. Estava esperando litros de sangue jorrando e membros decapitados. Mas não. O filme evita mostrar cenas chocantes, ou mostra rapidamente. É um bom filme, principalmente na primeira meia hora. Na última meia-hora, Zombie se perde um pouco e a trama deixa de provocar maior interesse.
A história não é das mais originais: é mais uma variação de O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA e QUADRILHA DE SÁDICOS. É a história de quatro jovens que atolam o carro na lama e são convidados por uma família de perturbados a entrar em sua casa para jantar com eles.
O grande destaque do elenco é a presença da super-sexy Sheri Moon, que faz parte da família de pirados. Soube no IMDB que ela é mulher do Rob Zombie. Eles se casaram depois das filmagens desse longa. Ela vai estar em THE TOOLBOX MURDERS, o aguardado novo filme de George Romero, mas num papel pequeno. Ela também é vista em vários videoclipes do Rob Zombie. Muito bonita a moça. Também no elenco a veterana Karen Black, que já fez muito filme B e de terror.
Ontem não foi dia de eu dar aula à noite e resolvi escolher um filminho leve pra ver entre os vários que eu tenho em casa. Aí escolhi HOUSE OF 1000 CORPSES, a estréia na direção de Rob Zombie, hoje em carreira solo, mas que foi mais ou menos popular aqui quando veio pro Brasil com a sua ex-banda White Zombie pro festival Hollywood Rock. Eu me lembro de ter gostado do show deles. Muito louco. "More human than human" era o hit deles. Como ele é bem respeitado pelos fãs de rock underground, havia grande expectativa com esse seu debut no cinema. Mas o resultado foi aquém do esperado.
Pra começo de conversa, apesar de o filme ser bem sádico, não é tão barra-pesada quanto eu imaginava que fosse. Estava esperando litros de sangue jorrando e membros decapitados. Mas não. O filme evita mostrar cenas chocantes, ou mostra rapidamente. É um bom filme, principalmente na primeira meia hora. Na última meia-hora, Zombie se perde um pouco e a trama deixa de provocar maior interesse.
A história não é das mais originais: é mais uma variação de O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA e QUADRILHA DE SÁDICOS. É a história de quatro jovens que atolam o carro na lama e são convidados por uma família de perturbados a entrar em sua casa para jantar com eles.
O grande destaque do elenco é a presença da super-sexy Sheri Moon, que faz parte da família de pirados. Soube no IMDB que ela é mulher do Rob Zombie. Eles se casaram depois das filmagens desse longa. Ela vai estar em THE TOOLBOX MURDERS, o aguardado novo filme de George Romero, mas num papel pequeno. Ela também é vista em vários videoclipes do Rob Zombie. Muito bonita a moça. Também no elenco a veterana Karen Black, que já fez muito filme B e de terror.
S.W.A.T. - COMANDO ESPECIAL (S.W.A.T.)
Eu esperava pelo menos um filme um pouquinho empolgante. Mas S.W.A.T é só mais um filme policial que se faz como enlatadados nos EUA. Com a diferença que tem mais dinheiro envolvido. Não é que eu não goste de filmes policiais, mas é que os melhores exemplares do gênero nos últimos anos são 15 MINUTOS, DIA DE TREINAMENTO e DÍVIDA DE SANGUE. Dá pra contar nos dedos de uma mão. Os outros, dá pra esquecer fácil, já que UMA SAÍDA DE MESTRE não é filme policial, é um "filme-bandido". E NARC, que até hoje eu não vi, mas que é muito elogiado, foi lançado aqui direto em DVD/VHS. Quer dizer, é muito melhor você ver um episódio de 24 HORAS ou THE SHIELD, que tem mais vitalidade, mais poder de mexer com o espectador, do que ver grande parte desses policiais que estão sendo feitos ultimamente.
A trama do filme mostra Samuel L. Jackson recrutando policiais para o seu grupo de elite na S.W.A.T. Ele simpatiza com o rebaixado e Colin Farrel e chama uma mulher (Michelle Rodriguez) e L.L. Cool J para fazer parte do grupo. No elenco também Josh Charles (de TRÊS FORMAS DE AMAR e SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS). A parte em que ele recruta o pessoal não convence. O vilão é um clichezão: Olivier Martinez (de INFIDELIDADE), um carinha que é fácil fácil não gostar dele. Mas até aí tudo bem. Com tudo isso ainda daria pra se fazer um bom filme de ação, injetando cenas empolgantes. Mas cadê elas??
Não é que o filme seja ruim, ele dá uma boa sessão da tarde, o tempo passa e a gente não fica querendo sair no meio do filme não. Mas o vazio que a gente sente ao sair da sessão traz um arrependimento de ter pago o ingresso.
Bom mesmo foram os trailers que rolaram antes do filme. Fiquei especialmente impressionado com DESAPARECIDAS, um mix de western com filme de terror/suspense dirigido por Ron Howard e com a Cate Blanchet como protagonista. Vi também o trailer de SOBRE MENINOS E LOBOS do Eastwood. De arrepiar, hein. Clint Eastwood é o cara.
Eu esperava pelo menos um filme um pouquinho empolgante. Mas S.W.A.T é só mais um filme policial que se faz como enlatadados nos EUA. Com a diferença que tem mais dinheiro envolvido. Não é que eu não goste de filmes policiais, mas é que os melhores exemplares do gênero nos últimos anos são 15 MINUTOS, DIA DE TREINAMENTO e DÍVIDA DE SANGUE. Dá pra contar nos dedos de uma mão. Os outros, dá pra esquecer fácil, já que UMA SAÍDA DE MESTRE não é filme policial, é um "filme-bandido". E NARC, que até hoje eu não vi, mas que é muito elogiado, foi lançado aqui direto em DVD/VHS. Quer dizer, é muito melhor você ver um episódio de 24 HORAS ou THE SHIELD, que tem mais vitalidade, mais poder de mexer com o espectador, do que ver grande parte desses policiais que estão sendo feitos ultimamente.
A trama do filme mostra Samuel L. Jackson recrutando policiais para o seu grupo de elite na S.W.A.T. Ele simpatiza com o rebaixado e Colin Farrel e chama uma mulher (Michelle Rodriguez) e L.L. Cool J para fazer parte do grupo. No elenco também Josh Charles (de TRÊS FORMAS DE AMAR e SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS). A parte em que ele recruta o pessoal não convence. O vilão é um clichezão: Olivier Martinez (de INFIDELIDADE), um carinha que é fácil fácil não gostar dele. Mas até aí tudo bem. Com tudo isso ainda daria pra se fazer um bom filme de ação, injetando cenas empolgantes. Mas cadê elas??
Não é que o filme seja ruim, ele dá uma boa sessão da tarde, o tempo passa e a gente não fica querendo sair no meio do filme não. Mas o vazio que a gente sente ao sair da sessão traz um arrependimento de ter pago o ingresso.
Bom mesmo foram os trailers que rolaram antes do filme. Fiquei especialmente impressionado com DESAPARECIDAS, um mix de western com filme de terror/suspense dirigido por Ron Howard e com a Cate Blanchet como protagonista. Vi também o trailer de SOBRE MENINOS E LOBOS do Eastwood. De arrepiar, hein. Clint Eastwood é o cara.