segunda-feira, agosto 25, 2003

AMENÁBAR E MACKENDRICK



Salvaram o fim de semana (além dos filmes do Miike que comento depois) dois filmaços que vi em vídeo, gravados pelos chapas Fab Rib e Renato Doho. São dois filmes que quase nada têm em comum entre si, a não ser o fato de serem bons pra cacete.

MORTE AO VIVO (Tesis)

Eu já virei fã de Alejandro Amenábar logo nos primeiros minutos de OS OUTROS - na minha opinião, o melhor filme exibido em 2001. OS OUTROS é um filme de terror à moda antiga que assusta de verdade. TESIS (1996) é uma ótima estréia em longa do diretor. O filme mantém o interesse até o final, cheio de suspense. Tá certo que o tema ajuda, né? "Snuff movies" são sempre objeto de interesse pra quase todo mundo. A história: uma estudante de cinema prepara uma tese sobre a violência nos filmes. A coisa esquenta de verdade quando uma fita que mostra uma morte real de uma ex-estudante da faculdade vai parar em suas mãos. Os clichês são bem trabalhados e ora a gente acredita que fulano é culpado, ora outro. Ótimo suspense, excelente timing. Esse filme é melhor que o seguinte de Amenábar, o ABRE LOS OJOS (1997). Inclusive um dos atores do filme - Eduardo Noriega - está nos dois filmes. E considero um ponto positivo o filme não mostrar as cenas de tortura e morte que os personagens vêem na tela da tv. Já bastava eu ter visto ICHI THE KILLER um dia antes. Hehehe. Comparando com outro cineasta latino especialista no gênero fantástico - Guilhermo Del Toro - Amenábar é muito melhor.

EMBRIAGUEZ DO SUCESSO (Sweet Smell of Success)

Que filmão esse, hein! Certo dia estava folheando umas revistas de cinema antigas e numa delas tinha votações da crítica dos melhores filmes de todos os tempos. EMBRIAGUEZ DO SUCESSO (1957), de Alexander Mackendrick estava lá entre os cinqüenta, se eu não me engano. E talvez seja merecido. É um exemplo de contar uma história de uma maneira moderna. Não há um narrador contando desde o início a história pra você. È pegar o bonde andando, com muitos eventos já acontecendo e as coisas se explicando aos poucos. Aliás, ninguém explica nada. Você é que vai entendendo a trama aos pouquinhos. Isso é instigante, excitante. Os dois atores principais são dois filhos da puta, que gostam de dominar os outros em benefício próprio. Tony Curtis é o assessor de imprensa do poderoso colunista Burt Lancaster. E não vou dizer mais nada porque bom mesmo é ver o filme sem saber de nada, como eu vi. A fotografia do lendário James Wong Howe é de primeira. A música do filme é dez. Dá vontade da gente ir pra um desses clubes de jazz esfumaçados e encher a cara. Seria o caso de conhecer mais filmes de Mackendrick??

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