quarta-feira, junho 30, 2010
5 DOLLS FOR AN AUGUST MOON (5 Bambole per la Luna d'Agosto / Island of Terror)
E depois de nove grandes filmes de Mario Bava vistos por mim, desencantei-me com um trabalho menor do mestre, este 5 DOLLS FOR AN AUGUST MOON (1970), que aparentemente anunciava uma decadência em relação ao seu período glorioso na década de 1960. Alguns até disseram que ele estaria passando o bastão de mestre do horror italiano para o jovem Dario Argento, que no mesmo ano estreava com o clássico giallo O PÁSSARO DAS PLUMAS DE CRISTAL. Mas Bava ainda teria munição. Ainda não vi LISA AND THE DEVIL (1974), que é o trabalho dele que eu mais estou ansioso pra ver, mas ainda tem outros pela frente, já que quero seguir uma ordem cronológica. 5 DOLLS...é provavelmente um dos poucos escorregões em sua carreira.
O filme é uma variação daqueles suspenses de pessoas que ficam presas numa mansão e, aos poucos, cada uma vai sendo assassinada, criando-se um clima de paranoia ao saber que o assassino deve estar entre eles. Como era de se esperar pelo ano em que o filme foi feito, o clima de festa no início tem todo aquele ar libertino que caracterizava o espírito da época. Numa brincadeira do dono da casa, por exemplo, Edwige Fenech é amarrada e a todos na festa é oferecida uma faca numa bandeja. Se não fosse uma pegadinha, o filme poderia seguir um caminho até que bem mais sinistro e interessante. No entanto, Bava opta pelo humor negro, especialmente quando mostra os corpos das vítimas sendo dependurados como animais no frigorífico da casa.
Senti falta do clima fantasmagórico do horror gótico, que é o que mais gosto na obra de Bava, mas não poderia esperar algo do tipo de um filme que tem outra proposta. Se em PERIGO: DIABOLIK (1968), o cineasta já havia demonstrado habilidade com o humor, infelizmente em 5 DOLLS FOR AN AUGUST MOON, o humor (negro) é frustrado por uma trama fraca, pela falta de momentos de real suspense e por personagens rasos e antipáticos. A personagem mais interessante do filme é a loirinha que não faz parte do grupo, a que fica na ilha, matando as pessoas. Quase uma versão crescida da criança-diabo de MATA, BEBÊ, MATA (1966), forçando um pouco a barra.
Edwige Fenech, uma das principais estrelas do filme, foi posta novamente sob os holofotes nos últimos anos, graças à sua aparição/homenagem em O ALBERGUE 2, de Eli Roth.
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