terça-feira, maio 01, 2018

HOMELAND - A SÉTIMA TEMPORADA COMPLETA (Homeland - The Complete Seventh Season)

HOMELAND está para os anos 2010 como 24 HORAS esteve para os anos 2000. São duas séries que lidam com um herói (agora uma heroína) que enfrentam algo relacionado a terrorismo. No caso desta terceira temporada de HOMELAND (2018), Carrie Mathison (Claire Danes) se aproximou mais ainda de Jack Bauer, pelo seu sacrifício em prol daquilo em que acredita. Se bem que não é tão simples assim. A personagem é um tanto viciada em adrenalina e não tem muita paciência de ficar em casa cuidando da filha. Por mais que queira pensar o contrário.

O grande trunfo desta sétima temporada é que ela é uma continuação direta da sexta, mas consegue ser muito mais eficiente nas subtramas, na criação de momentos memoráveis e também na maior valorização da protagonista. Há um segundo episódio fantástico, "Rebel Rebel", em que Carrie enfrenta um hacker que invade seu computador e faz chantagem. A temporada não consegue superar o grau de impacto, de suspense e de empolgação que este episódio traz.

No geral, a trama principal gira em torno das dificuldades da presidenta Keane (Elizabeth Marvel) de se mostrar forte diante de tantos inimigos. Ela chega ao ponto de prender centenas de pessoas que ela acredita serem inimigos potenciais. Entre eles Saul Berenson (Mandy Patinkin), o segundo personagem mais importante da série, amigo pessoal de Carrie e com uma experiência invejável no campo da espionagem dentro da CIA. Sua mudança para o time da Presidente Keane é um tanto rápida demais, mas serve também para trazer dúvida com relação à sanidade mental de Carrie, que está enfrentando uma dificuldade grande em lidar com sua família - a filha pequena, a irmã e o cunhado.

Sim, a questão da doença de Carrie é mais uma vez explorada com força nesta temporada. Trata-se de algo importante demais para a constituição da personagem para que seja ignorado. Desta vez, ela começa a acreditar que o lítio, que ela toma há vários anos, pode não mais estar surtindo o efeito desejado, que ela poderia estar perdendo a noção da realidade. E isso a incomoda bastante. Mas não faz com que ela pare com as aventuras, principalmente quando é encorajada pelo agente do FBI Dante Allen (Morgan Spector). A função de Dante será de vital importância para uma outra subtrama envolvendo traição envolvendo espiões russos.

A entrada dos russos na história até parece um pouco manjada, levando em consideração tantas tramas feitas durante o longo período da Guerra Fria, mas o fato é que os russos voltaram a ter atrito com os Estados Unidos recentemente, devido à situação na Síria, e HOMELAND sempre está em sintonia com o que está acontecendo no plano político mundial. Bom para a série, que dará adeus aos fãs na oitava e última temporada no próximo ano. Espero muito que eles encerrem tão bem quanto começaram.

+ DUAS SÉRIES

THE SINNER

Bela minissérie que conta com ganchos bem bons, que convidam a gente a querer ver com avidez cada próximo episódio. E a entrar cada vez mais nos mistérios do passado da protagonista (Jessica Biel), que comete um crime bárbaro e não se sabe o motivo. Muito bom o aspecto amoroso e obstinado do policial vivido por Bill Pullman. Pena que as questões dele na minissérie não ganhem muita força. Até porque o interesse maior mesmo é pela Biel. No final, que eu achei que ia me decepcionar, acabei me emocionando e achando bem catártico, apesar de ter algo de anti-clímax mesmo. Mas não vejo isso como um problema. Até porque a própria minissérie tem um ritmo meio irregular. Criador: Derek Simon.

O MECANISMO

A primeira impressão, do piloto, é de que é uma série muito ruim, no sentido de texto, de dramaturgia etc. mesmo. Depois do segundo episódio, a impressão melhora, até porque a Caroline Abras assume o protagonismo e essa menina é fantástica. É muito mais fácil comprar o papel dela de delegada do que o papel do Selton Mello, que além de tudo parece que fala com um ovo na boca. O personagem dele lembra o de Carrie Mathison, de HOMELAND, tanto pela doença quanto pela obsessão e inteligência. Mas está longe de ser tão bom e quando ele sai de cena a série só melhora. A brincadeira em torno dos nomes muitas vezes óbvios das pessoas públicas envolvidas na Lava Jato até que é divertida, mesmo a série às vezes agindo meio que de forma irresponsável, mas é bem melhor que o filme POLÍCIA FEDERAL. Criadores: José Padilha e Elena Soárez.

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