domingo, abril 23, 2017

TRÊS SUPERPRODUÇÕES RUINS























Hollywood é famosa por gastar dinheiro à toa. Quantas vezes não saímos do cinema admirados com o tanto que foi gasto em uma grande produção ruim cujo dinheiro gasto faria a alegria de dezenas de cineastas brasileiros talentosos? Ou cineastas americanos mesmo. Enfim, mas isso já faz parte do jogo e os próprios executivos, tendo a batata quente na mão, precisam vender o produto, a fim de não ter prejuízo. E aí soltam a bomba mundo afora. Hoje em dia um mercado como a China tem salvado do vermelho algumas dessas produções. Do ano passado para cá podemos listar pelo menos três desses filmes inacreditáveis de tão ruins. Vamos a eles.

INDEPENDENCE DAY - O RESSURGIMENTO (Independence Day – Ressurgence)

Nem sei se ainda há algum fã do primeiro INDEPENDENCE DAY (1996) por aí. Mas o fato é que alguém (talvez o próprio Roland Emmerich) achou que estava na hora de comemorar os 20 anos do filme original, que rendeu muito bem nas bilheterias e foi um sucesso popular considerável. Emmerich, que veio dos filmes B, tinha chegado ao primeiro escalão de Hollywood, mas apenas no que se refere a grandes orçamentos. Com o tempo, acabou ficando famoso como diretor bom para filmar disaster movies. INDEPENDENCE DAY – O RESSURGIMENTO (2016) traz uma trama que acontece 20 anos após os eventos do primeiro filme e alguns poucos personagens de volta também, como os vividos por Jeff Goldblum e Bill Pullman. Will Smith pediu muito dinheiro para retornar à franquia e a Fox desistiu de contratá-lo. Seria, aliás, mais um filme ruim na carreira recente de Smith. Quanto ao filme, confesso que me esforcei para ficar acordado. É do tipo ruim e chato. Ou seja, o pior tipo. Até tentei acompanhar comprando um saco de pipoca, mas, mesmo assim, não deu.

INFERNO - O FILME (Inferno)

O terceiro filme de Ron Howard baseado em um livro de Dan Brown consegue ser muito pior do que os outros dois – O CÓDIGO DA VINCI (2006) e ANJOS E DEMÔNIOS (2009). Aliás, a falta de qualquer coisa memorável no segundo filme talvez tenha sido um dos motivos de demorarem tanto a fazer um terceiro. E o curioso é que Howard é até um diretor bom, dependendo do projeto. Como não é esse o caso, não se pode esperar muita coisa mesmo. Porém, curiosamente, o começo de INFERNO – O FILME (2016) tem algo de atraente. Robert Langdon (Tom Hanks) se encontra desmemoriado e conhece uma jovem mulher que tenta ajudá-lo (Felicity Jones). O diretor consegue manter o interesse nesse início mais dinâmico. Infelizmente não se pode dizer o mesmo do resto do filme, principalmente quando os mistérios vão deixando de ser mistérios e as cenas de ação vão se tornando cada vez mais maçantes e convencionais. Trata-se de outro filme duro na queda para se manter acordado até o final.

A GRANDE MURALHA (The Great Wall)

Muito ruim quando a gente vê um cineasta de nome respeitável como o chinês Zhang Yimou envolvido numa roubada como A GRANDE MURALHA (2016). Se bem que fazia tempo que uma de suas produções chinesas não chegava ao nosso circuito. Então, talvez ele já estivesse mesmo em decadência. Seria, portanto, uma chance de ganhar novamente a visibilidade que obteve nos bons tempos de O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS (2005) em um filme falado, em sua maior parte, em inglês. Ou seja, é uma produção pensada para faturar alto tanto no mercado internacional quanto na própria China. Ao contrário do que muita gente pensou, o filme não conta uma história real sobre a Grande Muralha, mas uma história fantasiosa envolvendo dois mercenários ocidentais (Matt Damon e Pedro Pascal) em busca de pólvora na China do século XV. Depois de escaparem de uma grande e misteriosa criatura, eles são capturados por um grupo de guerreiros chineses, que sabem da existência dessas criaturas. A muralha foi feita para protegê-los delas, inclusive. Eis mais um filme digno de cochilos épicos. Não lembro se foi no Oscar ou no Globo de Ouro (ou em ambos) que Damon foi ridicularizado por ter deixado de fazer MANCHESTER À BEIRA-MAR para fazer este A GRANDE MURALHA. Mas certamente mereceu o bullying dos colegas.

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