segunda-feira, novembro 21, 2016
MIKE FLANAGAN EM TRÊS FILMES
Em um cenário com poucos nomes de destaque do cinema de horror, eis que desponta e se destaca cada vez mais o nome de Mike Flanagan. Quem teve o prazer de ver a sua, por enquanto, obra máxima O ESPELHO (2013) sabe o quanto o cineasta se destaca, o quanto suas ideias são boas e seu domínio da linguagem cinematográfica funciona com elegância de dar inveja até mesmo a um James Wan, para citar o nome mais quente do gênero horror atualmente. Depois de ver OUIJA – ORIGEM DO MAL (2016), tive que ver outros trabalhos dele, e ao ver estes três filmes abaixo minha admiração pelo cineasta só aumentou.
HUSH – A MORTE OUVE (Hush)
Neste ano, tivemos simplesmente três filmes muito bons de Mike Flanagan. HUSH – A MORTE OUVE (2016) foi um que não chegou a passar nos cinemas, indo direto para o VOD. Mas vê-lo na telinha não diminui o seu impacto, especialmente se o virmos na calada da noite. Ele foge um pouco à tendência sobrenatural dos demais trabalhos de Flanagan. Trata-se de um thriller de intoxicar o sangue, um jogo de gato e rato muito bem executado entre uma jovem mulher surda-murda (Kate Siegel, ótima) que mora sozinha em uma casa e um psicopata que planeja matá-la, mas antes disso tem a intenção de levá-la à loucura. É desses filmes que te pegam pelo braço e não largam até terminar.
ABSENTIA
Uma amostra de que Flanagan não é um sujeito que dirige filmes de horror convencionais é este ABSENTIA (2011), que se destaca mais pelo drama do que pelas sequências de susto, embora esse aspecto vá crescendo ao longo da trama. Mas o importante é que o cineasta dá importância à história das duas irmãs: uma delas procura por sete anos o marido desaparecido e atualmente está grávida; a outra, mais jovem, acabou de retornar de uma temporada longe de tudo e de todos. A tensão e o amor entre as duas moças é muito bem dosado e o filme ainda cresce quando o mistério em torno do desaparecimento do marido ganha contornos bem bizarros. O brilhante roteiro é também cortesia de Flanagan.
O SONO DA MORTE (Before I Wake)
Mais um caso de história que se destaca mais pelo drama do que pelo horror, o que pra mim acaba contando ainda mais pontos para Flanagan. Mas talvez justamente por isso O SONO DA MORTE (2016, foto) não tenha ido tão bem nos cinemas, já que ele se vende como um filme puramente de horror. Sem falar que andou circulando um trailer dublado horroroso, o que ajudou muita gente a antipatizar o filme e não dar a chance que ele merece. É mais um trabalho que lida com a perda, dessa vez a de um casal (Kate Bosworth e Thomas Jane) que resolve adotar uma criança depois do trauma de ter perdido o filho pequeno. Acontece que o garotinho adotado (Jacob Trembley, de O QUARTO DE JACK) tem um dom: o de trazer para a realidade seus sonhos mas também seus pesadelos mais horríveis. Um dos maiores méritos do filme está em saber lidar tanto com a questão da perda quanto com o abuso infantil, ainda que de forma tangencial. Pode não ser o melhor de Flanagan, mas soma pontos à sua já brilhante carreira.
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