quarta-feira, março 02, 2016
ORGULHO E PRECONCEITO E ZUMBIS (Pride and Prejudice and Zombies)
Segundo romance de Seth Grahame-Smith a ser adaptado para o cinema (o primeiro foi ABRAHAM LINCOLN: CAÇADOR DE VAMPIROS, 2012), a brincadeira ORGULHO E PRECONCEITO E ZUMBIS (2016) pareceu desde o início muito mais interessante e simpático do que o filme envolvendo o celebrado Presidente dos Estados Unidos. Pelo visto, Grahame-Smith não tem o menor problema em brincar com certas coisas consideradas quase sagradas.
O mash-up da obra de Jane Austen com o universo moderno dos zumbis criado por George Romero rende bons momentos. Alguns podem reclamar de que há pouco gore, outros, de que há pouco romance, mas percebe-se a intenção de ficar um pouco no meio, agradando a ambos os públicos: os fãs de Jane Austen que não consideram a brincadeira um sacrilégio e os fãs de filmes de zumbis. Não dá para dizer que o filme de Burr Steers (A ESTRANHA FAMÍLIA DE IGBY, 2002) não é divertido. A não ser, claro, as pessoas que não comprem a ideia desde o começo.
Curioso como há uma preocupação em manter alguns acontecimentos da obra de Austen e também muito da personalidade dos personagens na história. Também muito criativo dividirem aquela sociedade em dois grupos: o dos mais abastados, que conseguiram fazer seus treinamentos para combater os zumbis no Japão (caso da família de Mr. Darcy), e aqueles mais pobres, que fizeram seus treinamentos na China (caso da família de Elizabeth Bennet).
Lily James, no papel de Elizabeth, está ótima. Tanto quando mostra o que sente por Mr. Darcy (seja raiva, seja paixão) quanto, principalmente, quando demonstra suas incríveis habilidades com armas e artes marciais naquele mundo em que é necessário saber sobreviver à praga de zumbis. Curiosamente, Lily James está até mais bonita do que quando fez CINDERELA, talvez por combinar mais sendo morena ou porque seu comportamento mais agressivo lhe caia bem.
Tanto que Mr. Darcy (Sam Riley) a esnobara no começo. Ao vê-la em ação, foi quando ele se apaixonou pela moça de família pobre e muita coragem e amor pra dar. Como não poderia faltar, sendo desse universo de Jane Austen, há as questões envolvendo dinheiro, o preconceito com aqueles de famílias menos afortunadas e o orgulho, que é característica tanto da personalidade de Elizabeth quanto de Darcy.
Quanto aos zumbis, o filme começa bem, tanto na sequência que mostra de maneira dinâmica como se deu a epidemia e como se encontra a região da Inglaterra, quanto ao mostrar a primeira aparição de Mr. Darcy, que usa uma técnica toda própria para detectar zumbis que se encontram disfarçados entre os vivos.
No mais, o filme é feliz nas cenas de ação envolvendo os desmortos e também nas cenas em que os sentimentos daqueles jovens falam mais alto. Há momentos bem divertidos nesse aspecto, como quando Elizabeth passa a ser cortejada por outros dois homens. Por outro lado, rola um pouco de decepção quanto ao papel de Lena Headey, que tem forma mas pouca substância. Isso acontece porque esperamos mais da Cersei de GAME OF THRONES. Mas isso não chega a atrapalhar o produto final.
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