quarta-feira, outubro 21, 2015

ESCUDERIA DO PODER (Fast Company)



Dentre todos os longas-metragens de David Cronenberg, só faltava ESCUDERIA DO PODER (1979) para eu ver. O filme feito após o ótimo ENRAIVECIDA – NA FÚRIA DO SEXO (1977) e um pouco antes da realização do sensacional THE BROOD – OS FILHOS DO MEDO (1979). Acontece que é um filme que foge bastante dos temas recorrentes do cineasta. E talvez por isso seja tão rejeitado. Mas não apenas por isso, na verdade: é porque se trata de um filme ruim mesmo, tão chato de acompanhar que nem mesmo encarando como um filme B despretensioso de corrida de carros dá pra encarar. A não ser que você seja um aficionado por carros de corridas.

E Cronenberg era. Ele pôde mostrar isso de maneira muito mais interessante em CRASH – ESTRANHOS PRAZERES (1996), que uniu o prazer por carros e batidas violentas com sexo e pessoas estranhas. Lendo o livro de entrevistas Cronenberg on Cronenberg, fiquei sabendo que o que o diretor queria fazer mesmo era um filme protagonizado por uma mulher dirigindo carros. Mas o que disseram para eles é que não existia tal coisa, que as mulheres daquele universo eram as que usavam camisetas molhadas para chamar a atenção da turma que já chegava com a testosterona a mil nesse tipo de evento.

Depois ele soube que havia sim algo do tipo e até fizeram um filme chamado HEART LIKE A WHEEL (1983), que conta com uma mulher à frente de um dragster, um desses compridos e barulhentos e de arrancada, mostrados em ESCUDERIA DO PODER. Cronenberg realmente perdeu a chance de fazer algo mais interessante.

Mas será que teria sido tão interessante assim? Pergunto isso, tendo em vista que não se tratava de um projeto seu, mas um filme de encomenda, feito num momento em que ele estava disponível, no começo da carreira e que havia uma lei de incentivos fiscais que priorizavam canadenses nativos. E era impressionante como na época quase não havia cineastas canadenses ou mesmo atores canadenses famosos que estivessem disponíveis para estrear esses filmes.

Na trama de vingança de ESCUDERIA DO PODER, veterano de corridas (William Smith) é demitido por falar mal dos patrocinadores de sua companhia em uma entrevista para a televisão. Isso porque ele já havia perdido a paciência com os modos inescrupulosos de seu patrão (John Saxon), que só pensa mesmo em lucrar e não dá a mínima para a sua equipe, que é composta por pessoas que têm um elo de amizade muito forte. Junta-se ao grupo a bela Claudia Jennings, uma coelhinha da Playboy conhecida na época. Curiosamente (e morbidamente), a moça morreria no mesmo ano em um acidente de carro. Justo ela, que tinha uma filmografia com vários filmes B de carros de corrida.

Confira AQUI uma famosa e bela capa da Playboy com Claudia Jennings.

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