sábado, julho 18, 2015

HOMEM-FORMIGA (Ant-Man)



A satisfação que HOMEM-FORMIGA (2015) causa no espectador é tanta que não seria exagero vê-lo como um dos cinco melhores filmes de super-heróis da Marvel e talvez até mesmo o melhor do estúdio. Se a intenção, desde o primeiro HOMEM DE FERRO (2008) era criar um perfeito equilíbrio entre humor e aventura e raramente os realizadores eram bem-sucedidos nesse casamento (por esse motivo, os filmes do Capitão América, por optarem por um registro mais sério, acabavam se destacando dos demais), finalmente eles encontraram o ponto certo neste trabalho do especialista em comédias Peyton Reed.

Reed é o homem por trás de filmes bacanas como TEENAGERS – AS APIMENTADAS (2000), ABAIXO O AMOR (2003), SEPARADOS PELO CASAMENTO (2006) e SIM SENHOR (2008), mas que estava se perdendo trabalhando como operário padrão para a televisão americana. Como o tom de HOMEM-FORMIGA era também de comédia, embora houvesse interessantes elementos dramáticos, como duas questões envolvendo pai e filha, não seria de todo mal a escolha do diretor. Até porque ele teria que se adequar ao padrão Marvel.

Percebe-se que a Marvel não escolhe seus diretores à toa, embora não se caracterize por trazer autores que possam atrapalhar o plano de unidade entre os filmes. Mas HOMEM-FORMIGA chega a ofuscar boa parte dos demais trabalhos do estúdio por suas qualidades. Do começo ao fim, trata-se de uma obra agradável de ver, sem nenhum momento que possamos dizer que seja ruim ou chato. Pode-se reclamar dos diálogos excessivamente rápidos em alguns momentos, mas isso faz parte da dinâmica, não chega a ser um defeito.

Uma sacada muito boa dos roteiristas (Edgar Wright, Joe Cornish, Adam McKay e Paul Rudd) é terem colocado um velho Hank Pym, o primeiro Homem-Formiga nos quadrinhos. Aqui ele é interpretado por Michael Douglas, passando o cetro para o ex-presidiário e especialista em roubos Scott Lang para que ele seja o novo herói capaz de diminuir ao tamanho de um inseto e trabalhar em uma missão de combate contra o vilanesco Darren Cross (Corey Stoll), que está prestes a descobrir o segredo de Pym.

Antes disso, somos apresentados ao simpático personagem de Rudd, em um ritual de despedida da prisão, e tentando ver a filha pequena em seu aniversário. A essa altura, ele é persona non grata em sua casa por causa de seus antecedentes criminais, e, mesmo tentando viver honestamente, acaba tentando muita dificuldade de conseguir um emprego.

Paralelamente, somos apresentados a uma trama de espionagem, envolvendo Pym, seu maior inimigo, Cross, e sua filha que age como agente dupla, Hope (Evangeline Lilly). Ela trabalha para o pai como espiã, mas não concorda com a ideia de trazer um ladrão para sua casa e fazer um trabalho que ela faria melhor. O pai, porém, não quer perder a filha em uma missão tão perigosa.

A cena envolvendo a primeira vez que Lang fica minúsculo, dentro de uma banheira, é fantástica. Faz lembrar o quão divertidos eram os filmes que lidavam com pessoas em tamanho de miniatura, mas com uma tecnologia de efeitos especiais tão admirável que nos faz crer que o cinema não tem mais limites de criação nos aspectos técnicos. Com um orçamento de 100 milhões, aproximadamente, HOMEM-FORMIGA usa efeitos de ponta e os usa a favor da história.

No mais, temos também uma excelente escolha de elenco, com Paul Rudd se saindo muito bem como um super-herói, uma participação pra lá de divertida do Falcão (Anthony Mackie), momentos de dar boas gargalhadas ao longo de todo o filme (com um humor que dessa vez não soa deslocado, como ocorre horrivelmente em outros filmes da companhia), boas cenas de luta, e coadjuvantes carismáticos como Michael Peña e Bobby Cannavale.

E é sempre bom avisar: não deixe de ficar até o final dos créditos. Há duas cenas muito boas e importantes para o futuro do Universo Marvel no cinema.

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