segunda-feira, maio 25, 2015
POLTERGEIST – O FENÔMENO (Poltergeist)
O filme não é tão feio quanto andam pintando por aí, mas a pergunta continua no ar: onde estão os bons filmes de horror do ano? Até agora o cenário está tenebroso. Não no sentido aterrorizante ou fantasmagórico do termo, já que nem mesmo histórias de maldição ou de mortes misteriosas nos bastidores, como as dos filmes de horror de outrora esses novos, há mais. Perdeu-se a magia, perdeu-se também a criatividade, afinal, estamos falando aqui de mais um remake de outro clássico do gênero, POLTERGEIST – O FENÔMENO (1982), de Tobe Hooper (e Steven Spielberg).
O novo POLTERGEIST – O FENÔMENO (2015) é produzido por Sam Raimi (A MORTE DO DEMÔNIO, 1981) e dirigido por Gil Kenan (da animação A CASA MONSTRO, 2006). E trazer alguém da animação para dirigir um filme de horror sério, mas com uma dinâmica própria dos desenhos animados, como eram também os filmes da trilogia EVIL DEAD, de Raimi, talvez fosse uma ideia interessante. Poderia surgir algo bom daí.
Mas não é só entregar um roteiro mequetrefe com uma simples e pouco inventiva atualização da história original de Spielberg para Kenan fazer milagre. E curiosamente, nos dias atuais, a semelhança que o filme cria é com SOBRENATURAL, de James Wan, muito provavelmente o maior nome do terror de casa assombrada da atualidade, afinal, a busca por uma criança desaparecida é o mote. Com sorte, o dinamismo da segunda metade do filme acaba fazendo com que nos esqueçamos por alguns minutos que estamos diante de uma obra fácil de esquecer.
Se antes a tecnologia já era um elemento forte na trama, no novo filme ela se tornou ainda mais importante. Agora temos aparelhos celulares, GPS e um avião de brinquedo que funciona como um drone. Além do mais, o aparelho de televisão que servirá como elo de comunicação com a garotinha agora é maior. Mas o elemento humano continua, embora pouco nos importemos com o destino dos personagens, o que é um mau sinal.
Pelo menos, a partir do momento em que a menina desaparece, a sucessão de clichês baratos da casa assombrando os novos moradores passa a ser substituída pela divertida e interessante busca pela garota raptada pelos espíritos dispostos a virar a casa do avesso para conseguir o que desejam.
No novo filme, quase não temos atuações marcantes. Sam Rockwell como o pai de família desempregado está ok. Rosemarie DeWitt, como a esposa, está bem apagada. As crianças têm os seus momentos. Mas é Jared Harris, como o especialista em limpar casas assombradas que representa o melhor personagem deste filme que só existe porque a vontade de lucrar é maior do que a vergonha na cara de fazer algo um pouquinho mais original.
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