sexta-feira, janeiro 02, 2015
A ENTREVISTA (The Interview)
É uma baita bobagem, é verdade, mas quem gostou das demais parcerias de Seth Rogen com James Franco certamente vai comprar a brincadeira, que pode de fato deixar um ditador de ego inflado irado, mas que é quase inofensivo para o espectador comum. A não ser que esse espectador se incomode muito com piadas envolvendo genitálias e ânus, coisa que não falta em A ENTREVISTA (2014).
Repetindo a mesma parceria com Evan Peters na direção, como no bem-sucedido e bem mais louco É O FIM (2013), Seth Rogen é Aaron Rapaport, um produtor de um programa de televisão que ganha a audiência falando de futilidades. Numa das primeiras cenas, vemos o cantor Eminem saindo do armário em uma entrevista. Aquele furo já foi uma baita vitória do produtor e principalmente do apresentador do programa, Dave Skylark, vivido por James Franco.
Mas o que viraria a vida dos dois do avesso seria a chance de entrevistar o ditador da Coreia do Norte Kim Jong-un, que se revela um fã confesso do programa. Sabendo dessa entrevista, a CIA trata de contratá-los para aproveitar a viagem e assassinar o presidente. Chegando lá, porém, as coisas ficam um pouco complicadas, quando Dave passa a simpatizar com o carismático ditador.
Interessante como Franco aproveitou a brincadeira que fizeram com ele em É O FIM, que falava de supostas tendências homossexuais, para criar um personagem que brinca com o ser efeminado e que curte o bromance com o amigo do peito vivido por Rogen, que nunca vai aprender a interpretar nenhum outro personagem a não ser ele mesmo, pelo visto. De todo modo, ele é pura simpatia. Não dá pra reclamar.
No fim das contas, a comédia cheia de escatologia, explosões, piadas infames e até mesmo gore que tanto repercutiu mundo afora por causa da invasão de hackers que tinham supostamente ligação com o governo da Coreia do Norte funciona se ninguém estiver esperando algo muito especial. Trata-se apenas de mais uma presepada de Rogen e Franco, que serve para divertir principalmente quem já é fã do trabalho da dupla.
Porém, certamente, chamará muita atenção por ter sido um filme proibido durante alguns dias. Além do mais, não tem aquela cacetada de referências pop que É O FIM exige do espectador, sendo, portanto, acessível a uma plateia muito maior.
P.S.: Veja no site Cinema e Artes meus 10 filmes de horror favoritos de 2014. AQUI.
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