terça-feira, setembro 16, 2014

3 DIAS PARA MATAR (3 Days to Kill)























Muito se esperava de McG quando ele surgiu com aqueles deliciosos dois filmes das Panteras, trazendo para o cinema um popular seriado de televisão dos anos 1970 numa linguagem pop bem devedora da década de 1990 (quem não fica animado ao ouvir Prodigy nos filmes?) e do videoclipe, que é de onde o cineasta veio, afinal.

Eis que, depois de alguns filmes interessantes, mas não muito brilhantes, como SOMOS MARSHALL (2006) e O EXTERMINADOR DO FUTURO – A SALVAÇÃO (2009), esse cineasta de nome extremamente curto meio que se apagou. 3 DIAS PARA MATAR (2014) embora lembre um pouco os bons tempos de AS PANTERAS (2000) é bem mais um filme de Luc Besson, o mais americano e mais pop dos cineastas franceses contemporâneos.

Isso porque Besson, além de produtor é também autor do roteiro e da história. E de Besson não dá pra esperar muita sofisticação no texto, nos diálogos e mesmo na ideia. O que se aproveita é, sobretudo, a aura de herói de ação que Kevin Costner possui e que Hollywod tem esnobado nos últimos anos, talvez devido ao fato de o ator estar envelhecendo. A velhice cai bem no personagem e Costner continua mantendo o seu brilho.

Uma coisa que logo se estranha é o prólogo, que em nenhum momento vai nos dizer que o que assistiremos será um filme de ação pendendo para a comédia. Essa decisão pela comédia surge bruscamente, depois de cerca de meia hora, e não surge no prólogo, sério e que funciona muito bem para antecipar os créditos e dar o suposto tom – que não se confirma.

Na trama, Kevin Costner é um agente freelancer que trabalha para a CIA em operações em que precisa matar alguém. Ou várias pessoas. Nisso ele é muito bom. Sua vida vira de cabeça pra baixo quando ele descobre que está com câncer em estágio avançado e resolve sair da vida que leva e voltar a entrar em contato com a ex-esposa (Connie Nielsen) e a filha adolescente que não vê há muito tempo (Hailee Steinfeld, de BRAVURA INDÔMITA). Porém, surge uma agente da CIA (Amber Heard, em um sex appeal um tanto acima do tom) que o chama para um servicinho que poderá lhe trazer mais tempo de vida.

E assim ele entra na velha rotina de novo, sendo desta vez também pai de família dedicado, por mais que a filha seja resistente e a ex-esposa o evite. Essa vida dupla é que acaba deixando o filme mais interessante e traz alguns momentos divertidos, como na relação dele com os homens que ele captura – um deles é italiano e ajuda a filha numa receita de molho para espaguete, enquanto o outro lhe dá conselhos sobre como lidar com filhas adolescentes.

3 DIAS PARA MATAR é um filme que sofre inicialmente de indecisão quanto ao tom. Porém, não deixa de ser uma diversão leve, despretensiosa, com um pouco da sombra do que foi McG nas cenas de ação e um simpático grupo de astros hollywoodianos passeando por terras francesas, uma característica cada vez mais presente hoje em dia, graças às produções pop de Besson.

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