terça-feira, agosto 26, 2014

TRUE BLOOD – A SÉTIMA TEMPORADA COMPLETA (True Blood – The Complete Seventh Season)



Sentirei saudade dos créditos de abertura, ao som de "Bad Things", de Jace Everett. As imagens, junto com a bela canção, sintetiza muito bem o que há de belo e o que de feio naquela região dos Estados Unidos, no estado da Louisiana. Os pântanos, as igrejas protestantes negras, o passado (e o presente) de repressão racial, a figura do caipira e imagens da Ku Klux Klan, a noite suja e cheia de mistérios e desejos carnais. A edição dessas imagens constitui uma das mais felizes sequências de abertura de uma série de televisão. Só por isso TRUE BLOOD já merece crédito. Não apenas por sua primeira temporada brilhante.

Quanto ao trabalho de encerramento de uma história que durou sete temporadas, foi preciso sacrificar alguns personagens para que esta última temporada de TRUE BLOOD (2014) terminasse com dignidade. A mesma dignidade que a série tinha no início e que foi se perdendo ao longo dos anos, com a entrada de lobisomens, bruxas, fadas e mais um sem número de criaturas e principalmente de roteiros que levaram a série ao território do trash. Mas foi justamente assim que ela continuou a ser vista por seus fieis espectadores. Aquele samba do crioulo doido com história ruim, mas com personagens de que a gente gosta.

O foco inicial da série, a relação dos homens com os vampiros, e em especial o relacionamento do vampiro Bill (Stephen Moyer) com a humana (ainda que meia-fada e telepata) Sookie (Anna Paquin), pôde ser trazido novamente. Assim, chegou uma hora que não havia mais espaço mesmo para um personagem tão importante quanto Sam (Sam Trammel), o transmorfo, ou para Tara (Rutina Wesley), a melhor amiga de Sookie, que já havia deixado de ser relevante, que é descartada praticamente logo no primeiro episódio, sem dó nem piedade.

Tudo isso foi necessário para que o final da série fosse emocionante, com uma pitada de tragédia, mas com algo também de alegre, como em um final de telenovela. E é como esse tipo de show que essa sétima temporada leva muitos espectadores às lágrimas, em especial na cena do casamento de Jessica (Deborah Ann Woll) e Hoyt (Jim Parrack). Aliás, que bom terem trazido o Hoyt de volta. E Jessica se firmou como a personagem mais linda e adorável da série, desde sua primeira aparição, num dos últimos episódios da primeira temporada. Parabéns para essa ruiva linda que agora já está com os cabelos loiros para viver a namorada de Matt Murdock na série do Demolidor, que será disponibilizada via Netflix em 2015.

Felizmente, dois outros vampiros igualmente amados pela audiência, Eric (Alexander Skarsgård) e Pam (Kristin Bauer Van Straten), tiveram uma participação importante nesta temporada, com a trama envolvendo o antídoto New Blood e a caça a Sarah Newlin (Anna Camp), que acabou sendo a grande vilã da série, embora seja mais uma personagem digna de pena do que de raiva. Dos personagens humanos, quem mais ganhou o carinho da audiência graças a sua ingenuidade foi Jason (Kwanten), que até ganhou um novo interesse amoroso.

O último episódio reserva alguns momentos bem emocionantes. Além do casamento de Jessica e Hoyt, o ápice de toda a série talvez seja a cena de Bill e Sookie no cemitério, com uma dramaticidade exacerbada bela de se ver. O criador, Alan Ball (de A SETE PALMOS), ainda que tenha abandonado sua criação para se dedicar a outros projetos, talvez tenha ficado feliz com a conclusão.

Quanto ao elenco, conta-se que as últimas gravações foram de uma tristeza enorme para todos. Abandonar uma família assim depois de sete anos não deve ser fácil. Até porque, muitas vezes, durante os altos e baixos da série, eles se divertiam muito mais do que a gente.

Aliás, se alguém me dissesse dois anos atrás que eu ficaria com saudade de TRUE BLOOD eu não acreditaria. Mas o fim veio e foi justamente isso que aconteceu. E que título bonito que deram ao último episódio, hein? "Thank you". Serve tanto para a história em si quanto é uma forma de a série agradecer aos seus fieis espectadores. E ainda por cima termina com a linda canção homônima do Led Zeppelin. Arrepiei.

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