E contrariando todas as expectativas, até mesmo daqueles que viram os dois primeiros episódios com um pé atrás e não se empolgaram tanto assim, 24 HORAS – VIVA UM NOVO DIA (2014) acabou sendo um sucesso. Claro que não dá para comparar com o que é realizado em algumas das melhores séries de canais como HBO e AMC em se tratando de sofisticação, mas a minissérie faz jus aos melhores momentos de 24 HORAS (2001-2010), que rendeu oito temporadas e um telefilme com dignidade e muita adrenalina.
A minissérie marca o retorno do invencível Jack Bauer, a principal figura heróica da televisão nos anos 2000, que volta da clandestinidade para salvar novamente o Presidente dos Estados Unidos e milhares de pessoas em Londres, que é onde se passa a história desta vez. Isso porque o presidente americano está na Inglaterra para fazer um acordo com o primeiro-ministro britânico vivido por Stephen Fry.
Aliás, um dos acertos da série é também o belo elenco, a começar pela presença brilhante e de encher os olhos de Yvonne Strahovski, que aqui faz o papel de Kate Morgan, uma agente da CIA que está se despedindo de seu emprego, mas que acaba estendendo bastante sua participação depois que percebe que Bauer não é nenhum terrorista como as autoridades acreditam, mas um homem que está ali para evitar uma catástrofe.
E assim como aconteceu em outras temporadas, em que Bauer se juntou a outra bela agente, 24 HORAS – VIVA UM NOVO DIA só tem a ganhar com a presença da lindíssima Yvonne, que curiosamente tem o sobrenome Morgan, que deve ter sido escolhido de brincadeira, pensando em sua participação marcante nas temporadas finais de DEXTER.
Assim, depois de nos tranquilizarmos com a qualidade do show, que com 12 episódios fica mais dinâmica do que com os tradicionais 24, é só correr para o abraço a cada novo capítulo, esperando sempre uma nova sensação de excitação, dessas de perder o sono mesmo. Além do mais, há uma ousadia que havia sido perdida desde a segunda e mais violenta temporada, que é mostrar uma violência gráfica e um Jack Bauer capaz de matar impiedosamente seus inimigos. Em tempos de casamento vermelho e popularização de GAME OF THRONES, o público já está mais do que preparado para esse tipo de coisa. Michelle Fairley, aliás, está no elenco como o maior vilão da temporada.
Bauer continua sendo aquele agente abnegado capaz de doar a própria vida para salvar a dos outros e essa característica importante desse homem que dessa vez sai um pouco da marginalidade para ganhar a confiança do Presidente dos Estados Unidos (William Devane) e mexer de novo com o coração de sua ex, Audrey (Kim Raver). Outra personagem importante e que também não pode deixar de estar presente é Chloe (Mary Lynn Rajskub), a especialista em informática que sempre o auxilia e que pode ser chamada de melhor amiga.
No mais, não faltam situações que já conhecemos de outras temporadas, como traidores dentro do Governo e de órgãos de segurança, bem como inimigos vindos de países do Oriente Médio e também da Rússia e da China. Pode ser uma visão simplista, mas tanto a Rússia como a China têm um histórico com Bauer que acaba justificando sua entrada também na trama.
No final, fica a saudade de Bauer e a torcida para que outra minissérie seja produzida com o herói. Ou a volta definitiva da série (o gancho no final pede isso). Não faltará o apoio dos fãs, que tiveram sua chama novamente acesa com a volta do cara mais invocado da televisão no século XXI. O rosto mais envelhecido de Kiefer Sutherland, inclusive, contribui ainda mais para a figura de um homem sofrido, mas plenamente capaz de enfrentar seus demônios interiores e ainda cuidar dos interesses de seu país e do mundo.
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