segunda-feira, março 31, 2014
THE WALKING DEAD – 4ª TEMPORADA COMPLETA (The Walking Dead – The Complete Fourth Season)
A quarta temporada de THE WALKING DEAD (2013-2014) começou ainda com um pé na terceira, que foi marcada pela presença do Governador (David Morrissey), até o momento o grande vilão da série, cuja turma certamente sofrerá uma nova reviravolta ocasionada por outro grupo de antagonistas nessa mudança da quarta para a quinta temporadas. Antes de continuar a leitura, deixo um aviso para o leitor de que o texto contém spoilers.
Pode-se dividir claramente a quarta temporada entre dois momentos distintos, como dois lados de um disco, isto é, o período que se passa antes do hiato (lado A, 2013) e depois do hiato (lado B, 2014). São momentos totalmente distintos em tom e em andamento narrativo.
A primeira parte da temporada ainda tem os dois pés na prisão que se tornou o lar para Rick, seu filho Carl, Glenn, Daryl, Carol, Maggie, Beth e Hershel, uma espécie de pai de todos e cuja presença é sentida. Sua morte, ocorrida no fim da primeira parte da temporada, sinaliza não só a separação do grupo, mas também a ideia de que aquela fase de quase paz e estabilidade havia acabado.
Essa primeira parte da temporada tem poucos momentos realmente marcantes. Talvez os melhores momentos sejam os episódios que mostram o Governador como protagonista. No primeiro desses episódios, a série chega a humanizá-lo mais. Porém, isso dura pouco, já que sua faceta de vilão se mostraria com força até o seu encontro final com o grupo de Rick, na sangrenta batalha na prisão. Outro destaque dessa primeira parte é um surto de doença que ataca os moradores da prisão. Alguns morrem, outros sobrevivem depois de terem sido tratados com antibióticos.
Mas esta temporada passaria quase em branco se não fosse o lado B, pontuado por episódios que muitas vezes beiram à poesia. Como esquecer "The Grove" (foto), estrelado por Carol (Melissa McBride, em seu melhor momento da série) e Tyrese (Chad L. Coleman, também em momento tocante)? Neste episódio, os dois amigos, separados por um segredo que perturba principalmente o coração de Carol, cuidam da bebê, filha de Rick, e de duas crianças, uma delas, com sérias dificuldades de aceitar que um zumbi é uma criatura perigosa e não um animal de estimação ou algo parecido. O final de "The Grove" é devastador.
Esses episódios que mostram os personagens coadjuvantes como protagonistas elevaram a qualidade da série. Chega a ser comovente, por exemplo, a busca do casal mais bonito da série, Maggie (Lauren Cohan) e Glenn (Steven Yeun), um ao outro, sempre na esperança de que o outro não morreu. Com essa separação, houve um maior cuidado com o desenvolvimento desses personagens.
Tanto que os zumbis deixaram de ser tão perigosos assim. Os vivos é que merecem ser temidos. Já era mais ou menos assim, mas isso se torna mais forte no episódio final da temporada, representado pela letra "A", título que só ganha sentido no final. Não chega a ter um grande gancho, mas promete uma quinta temporada cheia de aventuras e muito churrasco. Se os roteiristas, produtores e diretores fizerem direitinho, poderão manter o interesse do público pela série aceso.
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