quarta-feira, janeiro 29, 2014

TRÊS TELEFILMES



Três filmes que têm vários pontos em comum: foram feitos para a televisão (todos são produções da HBO), foram dirigidos por cineastas conceituados, mas que aparentemente estão em fim de carreira, e são baseados em histórias reais. Falemos um pouco sobre cada um dele, de maneira rasteira, mas que pelo menos sirva para deixar registradas minhas impressões sobre eles. Os motivos de eu tê-los visto foi, principalmente, a visibilidade que tiveram em premiações como o Globo de Ouro e o Emmy.

MINHA VIDA COM LIBERACE (Behind the Candelabra) 

Essa história de Steven Soderbergh declarar sua aposentadoria todos os anos já estava dando no saco. Mas, até o momento, depois deste MINHA VIDA COM LIBERACE (2013), ele só está agendado no IMDB como diretor de episódio de série de TV (THE KNICK, 2014). De todo modo, seu último longa-metragem é um trabalho interessante sobre o relacionamento entre um velho músico gay e um jovem que se sente atraído por ele e também por sua riqueza. Michael Douglas e Matt Damon se dão muito neste filme. E não falo isso do ponto de vista sexual, mas no que se refere aos seus desempenhos como atores mesmo. Tanto que ambos foram indicados ao Globo de Ouro. Douglas acabou ficando com o prêmio, o que não deixa de ser justo, pois seu personagem é mais complexo. Há momentos bem bizarros, como quando Liberace pede para que o seu amante, mas que ele também quer tratar como filho, faça um cirurgia plástica para ficar parecido com ele. E o sujeito faz! Aumenta o nariz e tal. O filme utiliza muito maquiagem e efeitos especiais para mostrar a passagem de tempo e o resultado das cirurgias que ambos fazem. É também um retrato decadente sobre a vida de um homem que faz o possível para manter-se sempre no glamour. Embora o ponto de vista seja do personagem de Damon, é o Liberace de Douglas que rouba sempre a cena.

PHIL SPECTOR 

Sabe aquele filme que você tenta ver várias vezes e não consegue seguir adiante, de tão tedioso? É o caso de PHIL SPECTOR (2013), do dramaturgo, roteirista, escritor e diretor David Mamet. Para um filme que tem Al Pacino e Helen Mirren e que lida com um momento conturbado na vida do produtor musical Phil Spector, o filme é tudo que menos se espera. Só melhora um pouco quando se aproxima do julgamento de Spector, que é acusado de ter assassinado uma garota em seu apartamento. Ele nega e diz que foi ela mesma que se matou. Helen Mirren, muito boa, aparece como advogada de defesa de Spector, um sujeito esquisito com seu modo de falar, suas perucas, seus pontos de vista. Pena que Pacino está bem ruinzinho. O ator não anda numa fase muito boa.

HEMINGWAY & MARTHA (Hemingway & Gellhorn) 

Confesso que só decidi ver este HEMINGWAY & MARTHA (2012, foto) a fim de completar uma trinca de telefilmes para o post. Acabou sendo o meu preferido dos três. O filme acompanha um momento bem interessante da vida do escritor americano Ernest Hemingway (Clive Owen), que é o tempo em que ele passou com uma outra escritora, Martha Gellhorn (Nicole Kidman). Ambos os astros estão muito bem nos papéis, por mais que se veja sempre as personificações de Hemingway quase sempre como um machão. Mas vai ver ele era assim mesmo. Ele começa o filme pegando um peixe enorme. Ele mata o bicho sem dó nem piedade. Sua então esposa, Pauline (Molly Parker), diz que ele mata todos esses bichos para não matar a si mesmo. Uma citação que já prevê o seu triste fim. Mas até lá ainda há muito chão pela frente, já que o foco do filme é a relação entre ele e a correspondente de guerra que fez a sua cabeça a ponto de ele abandonar Pauline para ficar com ela. O problema é que, assim como ele, Gellhorn era também viciada em adrenalina e adorava fazer cobertura de guerra, talvez para se sentir mais viva, em meio a tantas guerras. A guerra que é mais explorada no filme é a Guerra Civil Espanhola, que foi quando eles começaram pra valer o relacionamento. Philip Kaufman, diretor de filmes tão aclamados no passado, anda sumido, mas não perdeu a mão neste telefilme, que mistura imagens em cores e em preto e branco ou envelhecidas, a fim de dar um ar de documentário a determinadas cenas. O elenco de apoio é estelar e conta com David Strathairn, Rodrigo Santoro, Parker Posey, Tony Shalhoub, Peter Coyote, Joan Chen e até o baterista do Metallica, Lars Ulrich.

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