sexta-feira, janeiro 31, 2014

AJUSTE DE CONTAS (Grudge Match)























Sylvester Stallone está cada vez mais à sombra de si mesmo, de seus sucessos do passado. Não deixa de ser uma escolha inteligente, mercadologicamente falando, e que rendeu pelo menos um excelente filme: ROCKY BALBOA. Já não sou muito apreciador da franquia OS MERCENÁRIOS e nem de RAMBO IV. AJUSTE DE CONTAS (2013) é outra dessas brincadeiras com o passado. Tão em tom de brincadeira quanto OS MERCENÁRIOS. E quase tão chato quanto.

A ideia, a princípio, me pareceu bem divertida: Rocky Balboa versus Jake LaMotta. Sim, Robert De Niro, cada vez gostando mais de comédias, topou, na boa. ROCKY, UM LUTADOR e TOURO INDOMÁVEL são dois dos mais importantes e melhores filmes de boxe produzidos pela nova Hollywood. Até porque, acima de tudo, são dramas muito bem construídos, não apenas têm a luta final como grande justificativa.

Infelizmente a ideia boa ficou só no papel e talvez por causa de dois roteiristas fracos e de um diretor pouco inspirado o resultado ficou bem aquém do desejado. Além do mais, aquela divertida piada do açougue, que consta no trailer, com Stallone socando um grande pedaço de carne, acabou ficando de fora do corte final. Mas Alan Arkin acaba contribuindo para alguns dos melhores momentos do filme. Eis um ator ótimo e que tem ficado relegado a participações como coadjuvante. Mesmo que roube as cenas. A piada do mijo de cavalo ainda é um dos momentos mais legais deste AJUSTE DE CONTAS.

Até dá para gostar do filme, não levando muito a sério as coisas, e achando divertidas principalmente as paródias em torno dos treinamentos dos velhos boxeadores. As imagens em arquivo dos filmes também são um belo trunfo. Mas aí no fim das contas AJUSTE DE CONTAS é só uma frouxa história de família e velhos amores, envolvendo um filho rejeitado pelo pai (Jon Bernthal, de THE WALKING DEAD) e uma mulher que foi pivô da briga dos dois protagonistas (vivida por Kim Basinger).

O diretor Peter Segal tem em seu currículo uma bela comédia romântica, COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ (2004), mas, ao que parece, esse foi apenas um acidente de percurso em uma carreira medíocre.

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