sexta-feira, novembro 01, 2013

THOR – O MUNDO SOMBRIO (Thor – The Dark World)























Tempos atrás se sonhava com várias adaptações de aventuras dos heróis Marvel para o cinema e eis que finalmente o sonho se torna realidade. E em um universo único, com heróis participando em outros filmes, que por sua vez seguem uma cronologia. Mais ou menos como nos quadrinhos. Até um filme dos Vingadores foi realizado, veja só. A criação dos Estúdios Marvel se tornou uma realidade e fatura milhões para seus produtores e para a Disney, que comprou os direitos da "Casa de Ideias" para o cinema alguns anos atrás.

Porém, nem tudo é um mar de rosas. Apesar de ainda serem aguardados por muitos e de estarem faturando alto nas bilheterias (HOMEM DE FERRO 3 ainda é o campeão de 2013), esses filmes acabam deixando uma sensação ruim no ar, por não saírem da mediocridade. Principalmente os produzidos pelos estúdios Marvel. Os personagens que ainda estão sob a mão da Fox (X-Men) ou da Sony (Homem-Aranha) até que têm conseguido trazer melhores resultados.

Quer dizer, há uma boa vontade, mas não há um capricho artístico na construção de roteiros e os diretores contratados acabam ficando numa espécie de camisa de força, sem poder deixar rastros de sua autoria, ainda que seja possível verificar um pouco disso no esquizofrênico HOMEM DE FERRO 3.

Para não dizer que eles não se importam com quem dirige os filmes, para o primeiro THOR (2011), pensaram em Kenneth Branagh, cineasta cujas glórias estão já no passado, quando dirigia ótimas adaptações de Shakespeare, como HENRIQUE V e HAMLET. Seguindo mais ou menos o mesmo raciocínio, para o segundo filme, THOR – O MUNDO SOMBRIO (2013), foi escalado um diretor de televisão, Alan Taylor, mais conhecido por sua frequência na ótima série GAME OF THRONES. Porém, a única coisa no segundo filme solo de Thor que lembra a ousada série da HBO é a cena de um funeral viking. E só.

Tudo o mais é apenas uma história boba e cansativa envolvendo um velho inimigo dos tempos do pai de Odin (Anthony Hopkins) como o vilão da vez. Trata-se de Malekith, conhecido de quem acompanhou a fase do Thor nos quadrinhos quando os roteiros eram escritos por Walt Simonson. Se o vilão é interessante nos quadrinhos, no cinema se torna mais um desses malvadões genéricos e chatos, sem a graça do ardiloso Loki (Tom Hiddleston), que aqui retorna como prisioneiro, depois do que ele fez em OS VINGADORES – THE AVENGERS (2012). Logo em seguida, porém, o meio-irmão de Thor é recrutado para enfrentar Malekith pelo próprio deus do trovão.

No mais, as sequências de luta são enfadonhas, o papel de Natalie Portman é extremamente bobo e o romance de sua personagem com Thor é quase nulo em química ou qualquer coisa parecida. Um total desperdício de uma atriz tão bonita e talentosa. E nem dá pra botar a culpa no ator que faz o Thor, Chris Hemsworth, que já provou seu talento em RUSH – NO LIMITE DA EMOÇÃO, de Ron Howard.

Outro problema do filme está na trama, que parece ter sido feita de qualquer jeito, sem nada que faça o espectador ficar minimamente intrigado. Como se houvesse uma necessidade de fazer um novo filme com o herói, mas sem saber direito o que fazer com ele. A não ser estabelecer uma ligação com o filme dos Vingadores e o que virá a seguir.

Sendo esperançoso, é possível imaginar um trabalho bem melhor no próximo ano, com CAPITÃO AMÉRICA 2 – O SOLDADO INVERNAL, que contará com a direção de dois especialistas em séries cômicas no comando. Pode ser o filme que salvará a chamada "fase 2" da Marvel, que até o momento tem deixado a desejar, ainda que o dinheiro que esteja entrando no caixa diga justamente o contrário.

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