sexta-feira, agosto 23, 2013

OS INSTRUMENTOS MORTAIS – CIDADE DOS OSSOS (The Mortal Instruments – City of Bones)























Está complicado acompanhar esta atual safra de filmes juvenis de fantasia. São raros os casos bem-sucedidos e OS INSTRUMENTOS MORTAIS – CIDADE DOS OSSOS (2013) não é exceção. Há, claro, quem vá fazer vista grossa para o filme, principalmente os fãs da coleção de livros de Cassandra Clare, que traz uma salada de elementos fantásticos para compor sua obra e disfarçar a falta de inventividade.

Estão lá bruxas, bruxos (warlocks), lobisomens, vampiros e demônios no mesmo mundo em que habitamos, mas apenas visualizados por quem possui certas marcas e atributos. É o caso de Clary, a personagem de Lily Collins. No início do filme, que é até bem interessante, remetendo a alguns filmes de horror tradicionais, a garota passa a desenhar um estranho símbolo e a vê-lo em determinados lugares.

A mãe (Lena Headey, não tão à vontade quanto em GAME OF THRONES) começa a perceber que é hora de contar certas coisas para a filha, mas o relacionamento entre as duas não é tão bom: há a natural distância entre os adolescentes, que querem descobrir o mundo sozinhos ou com seus amigos, e os adultos, que tentam ajudar, mas nem sempre conseguem.

Aliás, o filme até tem pano para manga para trazer discussões sobre a adolescência, com temas como o escapismo (representado pelas figuras fantásticas), a rebeldia com um desejo de transgredir (ao procurar coisas proibidas ou perigosas), além das primeiras descobertas e tensões amorosas, representadas no filme pelo triângulo amoroso entre Clary, seu amigo Simon (Robert Sheehan) e o novo amigo, vindo do universo oculto, Jace (Jamie Campbell Bower).

Além da beleza ascendente da jovem Lily, há pouco a louvar em relação ao filme. As aventuras leves em tom, mas rápidas em ritmo, não causam agitação a nosso espírito. Ao contrário, as várias cenas envolvendo seres fantásticos (cerca de 95% da duração) acabam por cansar ou aborrecer o espectador. Às vezes dinamismo em excesso torna o filme um sonífero para determinadas audiências. Bem mais do que ver trabalhos mais lentos.

E no aspecto mais humano, como na relação de Clary com Jace, por exemplo, a química é próxima do zero entre os dois. A cena do beijo e o momento que a precede, então, só devem fazer emocionar garotinhas muito jovens mesmo. Mas, não sei, posso estar errado e o filme de Harald Zwart, quem sabe, tem mais defensores do que imagino.

Se eu já entrei na sala pra ver este filme porque a cópia de SEM DOR, SEM GANHO não havia chegado, já estou devidamente preparado para não ver as sequências. 

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