domingo, julho 28, 2013
WOLVERINE – IMORTAL (The Wolverine)
É tudo muito bonito quando está no papel, quando se tem boas intenções etc. A ideia de fazer um filme bem melhor que X-MEN ORIGENS – WOLVERINE, de Gavin Hood, era louvável. Afinal, com um resultado tão ruim no gosto dos fãs e dos críticos, aquele filme não fazia jus a um dos heróis mais populares e queridos do universo Marvel. Assim, criou-se um roteiro melhor e convidou-se um diretor que já transitou por diversos gêneros com habilidade. De dramas intimistas como COP LAND (1997) e GAROTA, INTERROMPIDA (1999) ao terror IDENTIDADE (2003); da cinebiografia JOHNNY E JUNE (2005) ao western OS INDOMÁVEIS (2007), passando pela aventura ENCONTRO EXPLOSIVO (2010), James Mangold parecia uma escolha de certa forma razoável para o que seria considerado o filme "definitivo" do herói mutante.
Havia também que se estabelecer um vínculo com o último filme da trilogia dos mutantes – X-MEN – O CONFRONTO FINAL e o próximo em que Logan estará presente, X-MEN – DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO, baseado no consagrado arco de Chris Claremont e John Byrne, e juntando o elenco de X-MEN – PRIMEIRA CLASSE com o da primeira trilogia. No mais, haveria certa liberdade para que os roteiristas e o diretor desenvolvessem uma boa e eletrizante aventura passada no Japão.
WOLVERINE – IMORTAL (2013) começa bem, com a participação de Logan (Hugh Jackman) como um prisioneiro de guerra dos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial em Nagazaki, momentos antes de a cidade ser atingida pela bomba atômica. De alguma forma ele sabe dos aviões com a bomba (como?, eu não sei) e salva um dos soldados japoneses da morte. Seus companheiros já estavam dando cabo de seus corpos praticando o seppuku, o suicídio sagrado e honroso. Provavelmente, para os japoneses mais tradicionais que viram o filme, a atitude do soldado que aceita a ajuda de Wolverine não deve ter sido muito bem vista.
O salto no tempo para os dias de hoje, quando Logan se esconde de tudo e de todos por causa dos eventos ocorridos em X-MEN – O CONFRONTO FINAL, mais exatamente a morte de Jean Grey (Famke Janssen, que aparece de vez em quando como fantasma/consciência do herói), é a prévia da aventura, que começa de verdade quando ele conhece a jovem Yukio (Rila Fukushima), que diz que o amigo que ele salvou na Segunda Guerra está prestes a morrer e quer se despedir do homem que o salvou da morte. Chegando lá, ele vê que as coisas não são bem assim.
Impressionante como há sequências que tinham tudo para ser eletrizantes e emocionantes, como a luta em cima do trem-bala, o relacionamento de Logan com a linda Mariko (Tao Okamoto), as lutas contra os ninjas levando em consideração o fato de ele ter perdido o fator de cura, e finalmente a luta contra um samurai gigante feito de adamantium, o mesmo material usado para constituir o seu esqueleto e suas garras. Infelizmente, tudo isso ficou apenas na boa vontade e em nenhum momento empolga. Ao contrário: ao optar por uma aventura de ação convencional, com trilha sonora genérica, o filme é capaz de dar sono a quem já viu algo parecido centenas de vezes.
WOLVERINE – IMORTAL tem sim os seus méritos. O visual é um deles, principalmente com a entrada em cena dos ninjas mostrados de maneira inteligente pela câmera de Mangold. Mas o essencial, que é empolgar como um bom filme de super-heróis, isso não acontece. Infelizmente está sendo cada vez mais raro ver nos cinemas filmes de super-heróis com resultado realmente animador, por mais que a demanda por esse tipo de produção seja crescente e gere cada vez mais lucros.
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