segunda-feira, junho 17, 2013

ALÉM DA ESCURIDÃO – STAR TREK (Star Trek – Into Darkness)























Nadando contra a maré de elogios que ALÉM DA ESCURIDÃO – STAR TREK (2013) está recebendo, procuro expressar minhas insatisfações em relação ao segundo filme dirigido por J.J. Abrams com a nova encarnação da Enterprise. Não nego que foi bom o que o cineasta fez no primeiro filme (2009), e que o segundo tem sacadas muito boas, como o namoro explícito com JORNADA NAS ESTRELAS II – A IRA DE KHAN (1982). Sem falar que também foi sábia a decisão do diretor em resolver logo o impasse da morte de um dos personagens centrais, a fim de que não fique um gancho manjado. Até porque, pelo que tudo indica, esta é a despedida de Abrams da franquia, a julgar pelos desentendimentos que teve com os executivos da Paramount e da CBS.

O problema do novo filme é o excesso de ação. Não há tempo para respirar. E essa movimentação exagerada, de câmeras, de luzes, de cortes, faz com que a experiência de vê-lo em 3D seja um tanto desagradável. Pelo menos para alguns. A dor de cabeça pode ser um efeito colateral e pode ter sido um de meus principais problemas com o filme. Quem sabe se visto em saudável 35 mm, o filme não teria descido melhor.

De todo modo, mesmo pensando em ALÉM DA ESCURIDÃO dias após a sessão, não pude encontrar, de maneira racional, maiores qualidades. Tudo pareceu vazio. E mesmo em uma cena em que os dois grandes protagonistas, Capitão Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto), conversam numa situação dramática, com a música de Michael Giacchino reforçando, fica faltando espaço para que a emoção surja, em meio a tantas explosões e efeitos especiais. A bênção de Leonard Nimoy, que comparece novamente neste segundo filme, não parece ser o suficiente para oferecer à nova franquia uma ligação de proximidade entre os novos personagens e a sua encarnação anterior.

A intenção dos produtores parece ser mesmo tentar esquecer o que se passou, embora isso seja quase impossível, já que não faltam citações à mitologia da antiga série, como os Klingons, o grande vilão Khan e tudo o mais. Ao menos não dá para reclamar do elenco feminino, que já contava com a beleza exuberante de Zoe Saldana e que agora também traz Alice Eve e em trajes íntimos. Não deixa de ser um golpe baixo, mas, pelo menos, não do tipo que se reclame. Além do mais, a personagem de Alice, Carol, parece se integrar bem rapidamente à equipe.

Deste modo, essas personagens, assim como os demais membros da Enterprise, que são muito bem representados por seus intérpretes, escolhidos acertadamente, são engolidos pela rapidez da narrativa, dos cortes, da falta de “peso” e realismo nas sequências de explosões ou choques por causa do excesso de CGI. Esses personagens seriam ótimos em uma série de televisão, lugar, aliás, que parece ser o único que pode se dar ao luxo de trazer momentos de reflexão. E no caso do reboot de STAR TREK há uma incrível falta das questões filosóficas que eram características tanto da série quanto dos filmes para cinema. Mal comparando, é como comprar uma pizza e não vir massa.

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