quarta-feira, maio 15, 2013
RENOIR
Assistir RENOIR (2012), filme de estreia de Gilles Bourdos, é aproveitar a oportunidade para saber um pouco mais sobre dois grandes artistas do século XX, o pintor Pierre-Auguste Renoir, nos momentos finais de sua vida, e o cineasta Jean Renoir, seu filho, ainda jovem e sem saber o que fazer da vida, logo depois de ter voltado ferido da Primeira Guerra Mundial. O filme começa sua narrativa no ano de 1915, quando a França sofria bastante com a guerra. O velho pintor Auguste Renoir, logo no começo do filme, solta uma frase mais ou menos assim: deveriam mandar os velhos para a guerra e poupar os jovens. Por mais cruel que seja, tem uma certa lógica o que ele diz.
Não importando a artrose violenta que aflige o seu corpo, a valorização que o velho Renoir dá à juventude também se reflete no prazer que ele sente em ver e pintar quadros dos corpos nus de moças bonitas como Andrée Heuschling, vivida por Christa Theret, que também pode ser vista em papel de destaque em O HOMEM QUE RI, outro filme exibido no Festival Varilux de Cinema Francês. Christa, aliás, nem tem o rosto tão bonito assim, mas seu corpo é deslumbrante. Representa o viço da juventude em flor.
E quando se pensa em pintores e mulheres nuas, difícil não lembrar de A BELA INTRIGANTE, de Jacques Rivette. Mas é melhor não ir com muita sede ao pote, pois o trabalho de Bourdos passa muito longe da obra-prima de Rivette. Além do mais, não é um filme que se centra tanto na produção do pintor, mas usa uma narrativa bem tradicional e uns diálogos um tanto fracos para compor a história dos dois célebres Renoirs.
E, nesse sentido, pode-se dizer que ele cumpre a sua tarefa. Para quem é interessado na vida desses dois artistas, é bom conhecer o filme. E depois ver que Andrée é importante demais para a vida de Jean Renoir também. Aliás, o filme cresce em interesse quando Jean retorna para sua casa. Há também cenas bonitas das paisagens campestres, que até são bastante comuns em produções francesas e um elemento que de certa forma faz bem ao nosso espírito. Assim, eu diria que quem não esperar muito de RENOIR como obra de arte até pode curtir o filme.
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