segunda-feira, abril 22, 2013
UM PORTO SEGURO (Safe Haven)
Em geral, os filmes adaptados de obras de Nicholas Sparks são bem fáceis de serem esquecidos, mas também são obras cuja boa parte do público já sabe o que esperar quando entra na sala de exibição. No entanto, eu diria que este UM PORTO SEGURO (2013) tem uma carta na manga, que fez com que ele crescesse um pouco no conceito para mim.
Oitavo filme adaptado de um romance de Sparks, UM PORTO SEGURO guarda muitas semelhanças com UM HOMEM DE SORTE (2012): em ambos, o protagonista sai em direção a uma cidadezinha e encontra um amor que coincidentemente perdeu o seu parceiro para a morte. O que há aqui é uma inversão dos gêneros: a moça, vivida por Julianne Hough (de ROCK OF AGES – O FILME), é que vai parar numa cidadezinha costeira. Ela está fugindo da polícia, pega um ônibus com destino a Atlanta e resolve ficar em Southport, na Carolina do Sul.
A trama só revela alguns flashes do que aconteceu na noite em que ela fugiu de casa e nem o espectador sabe direito o que houve. Mas sabemos que há um policial que não cansa de persegui-la. No entanto, o mais importante, embora essa ameaça esteja no ar, é o romance que ela terá com um jovem viúvo (Josh Duhamel, da série LAS VEGAS), dono de uma mercearia e pai de um casal de filhos pequenos, que é o objeto de maior importância da trama.
UM PORTO SEGURO é carregado de uma doçura que pode incomodar quem tem problema com açúcar. Mas é Nicholas Sparks. O que se deveria esperar? Assim, por mais que Hough e Duhamel formem um belo casal, os diálogos são superficiais e as cenas dos dois juntos parecem saídas de algum comercial de televisão. A luz que emana do sol naquela cidade paradisíaca e captada pela cinematografia também contribui para esse embelezamento.
O diretor sueco Lasse Hallström há tempos perdeu a identidade, mas tem se especializado em melodramas. Algumas vezes dá certo, como foi o caso mais recente de SEMPRE AO SEU LADO (2009) e lá atrás, de REGRAS DA VIDA (1999), mas boa parte de seus filmes, especialmente depois que foi para Hollywood, é composta por dramas vazios.
De qualquer maneira, o modo como UM PORTO SEGURO termina não deixa de ser interessante, fugindo das duas vertentes que o filme até então mantinha: a do romance do belo casal e a do thriller, com alguém tentando estragar a festa de paz e amor em família dos dois naquela cidade.
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