quarta-feira, abril 10, 2013

PAID TO LOVE























Não se engane com a boa qualidade da foto acima. A cópia de PAID TO LOVE (1927) está bem sofrível. E acho que foi a primeira vez que vi um filme mudo sem música alguma. Não deixa de ser uma experiência interessante. Até porque, ainda que esteja longe das obras-primas que Howard Hawks viria a dirigir no futuro, PAID TO LOVE é pelo menos mais bem resolvido em termos narrativos do que FIG LEAVES (1927), que tem momentos melhores mas que no todo é um tanto cansativo.

Já PAID TO LOVE, seu quarto longa-metragem, é uma simples história de amor, sem maiores ambições, que o próprio Hawks não gostou nada de ter feito. Só fez para cumprir contrato. Mas, como o diretor comentou em entrevista a Peter Bogdanovich, as inovações técnicas que o filme traz, como mais movimentação de câmera, influenciadas pela chegada de F.W. Murnau em Hollywood, com a obra-prima AURORA, fazem alguma diferença. Agora, claro que nem dá para comparar o pequeno PAID TO LOVE com o grandioso AURORA. (Aliás, já imaginaram o que teria acontecido se Murnau tivesse vivido mais tempo?)

Na trama de PAID TO LOVE, um príncipe de um pequeno reinado não costuma se interessar pelas mulheres do lugar e um negociante americano, conversando com o rei, diz que não é bom para os negócios ter um filho assim. Ele leva o pai do rapaz a Paris, em busca de uma mulher que possa acender a chama do amor no jovem. E, ainda que as coisas não tenham saído como eles programaram, os dois acabam se conhecendo numa noite de chuva. E o amor acontece.

Isso não é o fim da história, mas apenas o começo. PAID TO LOVE, já desde o início, quando vemos o comerciante americano procurando ajuda na estrada com o carro quebrado e sendo ajudado pelo príncipe, em trajes que não denunciam sua realeza, antecipa as ótimas comédias que Hawks faria com a chegada do cinema falado. Enquanto isso não acontece, é aproveitar para ver estes curiosos filmes mudos que sobreviveram ao tempo.

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