segunda-feira, abril 15, 2013
ANGIE (Open Road)
Não deixa de ser corajosa a atitude de Marcio Garcia de sair do conforto de trabalhar como galã de novela ou apresentador de programa da Rede Globo para buscar o sonho de ser diretor de cinema. E em Hollywood. Não é nada fácil, especialmente para quem não tem um bom trabalho que sirva como cartão de visitas, como foi o caso de cineastas como Walter Salles, José Padilha, Hector Babenco, Fernando Meirelles e, mais recentemente, Afonso Poyart. Garcia, ao contrário, foi com a cara e a coragem, estreou com um longa-metragem que foi malhado pela crítica e ignorado pelo público (AMOR POR ACASO, 2010), mas não desistiu.
ANGIE (2013), seu segundo longa, provavelmente deve ter um resultado similar, embora seja um filme que tem os seus momentos. Principalmente por contar com o esforço da bela e talentosa Camilla Belle, que, embora tendo nascido em Los Angeles, tem fortes laços com o Brasil, já que sua mãe é brasileira e seu português é perfeito. Além da beleza especial que ela possui, a moça tem um histórico interessante: já contracenou com Daniel Day-Lewis (O MUNDO DE JACK E ROSE), já trabalhou com Steven Spielberg (O MUNDO PERDIDO: JURASSIC PARK), já protagonizou um ótimo thriller (QUANDO UM ESTRANHO CHAMA).
Em ANGIE, ela é uma moça que nasceu no Brasil, mas que está nos Estados Unidos à procura de alguém. Aos poucos, vamos sabendo quem é. Enquanto o mistério não é resolvido, ANGIE é um filme até fácil de ser curtido. Pela beleza de Camilla, pelo romance da personagem com o policial da cidadezinha (Colin Egglesfield), pelo relacionamento com o senhor que mora na rua, vivido por Andy Garcia, pelo caráter de road movie que em certo momento o filme parece ensaiar.
Mas ANGIE vai se mostrando cada vez mais frágil em sua construção do enredo. É um tipo de trama que se adequaria bem se bem dirigida por algum cineasta europeu com talento e sensibilidade. E é algo que Garcia ainda não exibiu e não se sabe se um dia exibirá. Talvez com um bom roteiro, quem sabe ele consiga. A roteirista de seu longa, Julia Camara, é uma das responsáveis pelo roteiro de ÁREA Q, outra parceria do Brasil com os Estados Unidos, mas com resultados um pouco melhores.
Outro rosto conhecido do cinema americano que ajuda a compor o elenco é o de Juliette Lewis, que na década de 1990 fez bastante sucesso em inúmeros filmes, mas que aos poucos foi se dedicando cada vez mais à sua banda de rock, Juliette and the Licks. No entanto, a banda saiu de atividade em 2009 e a atriz tem trabalhado principalmente como coadjuvante. John Savage é outro que está em decadência, mas que também teve os seus momentos de glória, nas décadas de 70 e 80. São atores que conferem ao filme de Marcio Garcia um status profissional. Um bom roteiro bem que cairia bem.
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