domingo, novembro 18, 2012

A TEMPESTADE (The Tempest)



A peça A Tempestade, de William Shakespeare, é considerada a sua última. E ela guarda umas características bem peculiares, não se enquadrando bem nem na comédia nem na tragédia. É um objeto estranho na obra do dramaturgo inglês. Para o cinema e principalmente para a televisão, a peça foi adaptada inúmeras vezes, sendo as versões mais conhecidas as de Derek Jarman (A TEMPESTADE, 1979), Paul Mazursky (TEMPESTADE, 1982) e Peter Greenaway (A ÚLTIMA TEMPESTADE, 1991).

Esta versão de A TEMPESTADE (2010) é bem próxima do texto shakespeariano, mas tem a vantagem que o cinema proporciona, que são os efeitos especiais, que ajudam na apreciação da obra. Julie Taymor, a diretora, é mais conhecida por títulos que ganharam maior repercussão no cinema: FRIDA (2002) e ACROSS THE UNIVERSE (2007). Sua versão da peça de Shakespeare, creio eu, não chegou a ser lançada nos cinemas.

Confesso que achei o filme maçante. Parei diversas vezes para retomar depois. Aí voltava para a peça, lia, parava e me cansava. Enfim, foi aos poucos que eu terminei de ver o filme e de ler o pequeno livro. Uma das coisas que chamam a atenção nesta versão é o fato de o personagem de Prospero ser interpretado por uma mulher, Helen Mirren. No caso, seu nome é Prospera.

Os efeitos especiais se devem principalmente ao contato de Prospera com seu elfo Ariel, que possui diversos poderes, mas que deve à sua dona por ela tê-lo libertado da maldição de estar preso em uma árvore. Prospera diz a ele que um dia o libertará, mas que por enquanto ela precisa de seus favores.

Vivendo num ilha semideserta com a jovem Miranda (Felicity Jones, de LOUCAMENTE APAIXONADOS), sua filha, e um escravo deformado, Calibã (Djimon Hounsou, de DIAMANTE DE SANGUE), chamado várias vezes de monstro ao longo do filme, Prospera prepara sua vingança àqueles que tiraram sua coroa anos atrás.

No fim, parece uma morna história de vingança, por mais que possa ter significados enigmáticos nas entrelinhas. Mas o curioso é o personagem Calibã, que não é muito diferente de tantas pessoas que foram subjugadas pelos colonizadores e que agora precisam da língua de seus dominadores para conquistar sua liberdade. Pelo menos foi essa a visão que foi destacada no grupo de estudos culturais do qual participo.

O filme ainda tem no elenco vários nomes de prestígio, como David Strathairn, Chris Cooper, Alfred Molina, Ben Wishaw e Russell Brand. Se bem que este último não é lá tão prestigiado assim.

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