segunda-feira, abril 02, 2012
RED, WHITE & BLUE
O cinema underground americano produz algumas pequenas pérolas que não chegam sequer às nossas videolocadoras. Aí é que entram em cena os blogs de cinéfilos, que divulgam esses filmes e o burburinho gerado cria um pequeno hype que faz com que muitos queiram conhecer essas obras. É o caso de RED, WHITE & BLUE (2010), filme independente dirigido pelo cineasta inglês Simon Rumley. Pesquisando sobre o cineasta no IMDB, dá para ver que os trabalhos que ele realizou anteriormente em sua terra natal foram quase todos de horror ou afins.
RED, WHITE & BLUE cruza o gênero horror para depois abraçá-lo com força em seus momentos finais. A construção narrativa já merece elogio a partir dos primeiros minutos, que contam a história sem auxílio de diálogos, que só surgem alguns minutos depois, quando somos apresentados a Erica (Amanda Fuller), uma garota que gosta de transar com pessoas desconhecidas e depois não ter mais nenhuma ligação com elas. O estranho é que aparentemente ela não sente prazer durante o ato sexual. A princípio, parece apenas uma espécie de sentimento autodestrutivo, de falta de amor próprio.
Contar mais pode estragar as surpresas desse belo filme. Não dá para dizer que se trata de um dos filmes mais violentos dos últimos anos, pois temos visto cada vez mais filmes violentos. Eu, pelo menos, depois de MÁRTIRES, acho que estou preparado para tudo. E hoje em dia sabe-se que o mérito desses filmes mais pesados não vem de sua violência, que muitas vezes pode provocar apenas asco e desprezo no espectador. O filme deve transcender essa violência e mostrá-la como peça indispensável para a construção do filme. E é assim que eu a vejo em RED, WHITE & BLUE: cruzando o terreno da poesia.
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