domingo, fevereiro 26, 2012

MARGIN CALL – O DIA ANTES DO FIM (Margin Call)



Em setembro de 2007, aconteceu uma demissão massiva na empresa em que eu trabalhava. (Para uma empresa de vinte e poucos funcionários, demitir sete pode ser considerado uma demissão massiva.) As demissões foram anunciadas em uma tensa reunião no dia anterior, mas ninguém sabia ainda quais seriam os escolhidos. Muita gente ficou apreensiva, gente que estava lá há mais de vinte anos. No dia seguinte, os diretores começaram a chamar um a um pelo telefone esses funcionários. Foi uma das manhãs mais tensas que já vivi. Depois que esse fatídico dia passou e eu inclusive chorei pela saída de um dos melhores amigos, vi que estava dramatizando demais a situação e que hoje sei que depois daquele dia tornei-me mais forte para enfrentar os desafios da vida profissional, mas ainda vendo esse tipo de corte como bastante cruel. Hoje já não trabalho mais lá nessa empresa, pedi para sair em 2011, mas lembrei desse dia ao ver MARGIN CALL – O DIA ANTES DO FIM (2011).

No começo do filme, que se passa um dia antes de declarada a grande quebra financeira de 2008, um grupo de executivos chega a uma grande companhia pronto para cortar muitas cabeças. Inclusive, um dos chefes também é demitido, o personagem de Stanley Tucci. E é a partir dele que a trama vai se desenvolver, quando ele entrega um pen drive para seu ex-subordinado (Zachary Quinto) para que ele continue o serviço e que tenha cuidado. E o que ele encontra nos dados é pura dinamite. A empresa estava prestes a explodir e era preciso fazer algo para que o seu patrimônio não virasse pó e todos os acionistas não perdessem seus milhões. Nem que para isso eles usassem de má fé, vendendo ações que não valeriam nada para os compradores.

MARGIN CALL – O DIA ANTES DO FIM faria uma ótima dobradinha com TOO BIG TO FAIL, com a diferença que o primeiro é mais acessível para as audiências por não complicar muito a situação, nem requerer muitos conhecimentos da história econômica daquele período ou mesmo de Economia em si e também toma a liberdade de não dar os nomes reais dos envolvidos, como faz o telefilme. As soluções foram acertadas para o bem da narrativa. E com um elenco daqueles, um texto muito bom e uma direção bem conduzida, o resultado foi mais do que satisfatório. O elenco inclui Kevin Spacey, Zachary Quinto, Paul Bettany, Jeremy Irons, Demi Moore e Stanley Tucci, só para citar os nomes mais conhecidos.

MARGIN CALL – O DIA ANTES DO FIM recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de roteiro original.

P.S.: Finalmente está no ar a edição nº 52 da Revista Zingu! A nova edição está recheada de textos especiais. Há o Dossiê Ewerton de Castro, com entrevista com o ator e críticas de vários filmes em que ele atuou; o Especial John Herbert; além das já tradicionais colunas. Falando nas colunas, tive o prazer de rever EROS – O DEUS DO AMOR (1981), de Walter Hugo Khouri, para fazer um texto para a coluna Filme Farol, dedicada ao filme brasileiro favorito do redator. Também contribuí com textos sobre KUARUP (1989), de Ruy Guerra; CLEO E DANIEL (1970), de Roberto Freire; e A HORA MÁGICA (1998), de Guilherme de Almeida Prado. Meu recorde de contribuição para a revista. Destaque também para o texto-poesia "O que é cinema brasileiro", de Marcelo Miranda; e o conto/crônica sensacional de Matheus Trunk para homenagear Neide Ribeiro. Além do mais, a musa da boca escolhida para a edição foi a Monique Lafond. Resumindo: delícia de edição!

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