terça-feira, janeiro 31, 2012
THE SINS OF MADAME BOVARY (Die Nackte Bovary / I Peccati di Madame Bovary)
A única coisa que valoriza essa livre adaptação do romance de Gustave Flaubert é a presença exuberante de Edwige Fenech, a deusa dos gialli, os filmes de suspense com assassinos à solta produzidos na Itália. THE SINS OF MADAME BOVARY (1969) é também um produto de seu tempo, e por isso, como filme de época, toma mais liberdades, mostrando uma Emma Bovary muito mais ousada. A cena, por exemplo, em que ela sai de casa quase nua (usando apenas um vestido transparente) para se encontrar com o amante é difícil de esquecer, do ponto de vista erótico.
O começo do filme, mostrando a beleza de Emma misturando-se ao verde do local faz lembrar LADY CHATTERLEY, de Pascale Ferran. Até diria que os produtores do filme se sairiam muito melhor se tentassem adaptar o romance de D.H. Lawrence, que tem tantos elementos mais eróticos a serem explorados. Bem mais fácil do que pegar a difícil obra de Flaubert, por mais que ela já carregue algo de cinematográfico. Mas como já sabemos que THE SINS OF MADAME BOVARY não é bem um filme a se levar a sério, mas uma obra docemente apelativa, muita coisa deve ser relevada.
O que não dá para relevar é o andamento narrativo que faz com que o olhar para o relógio seja constante. THE SINS OF MADAME BOVARY é um filme que se sustenta apenas na nudez e no erotismo, no corpo nu de Fenech. Pelo menos algumas soluções são interessantes, como começar o filme já com Emma casada com Charles, ou livrar-se de vez do farmacêutico, personagem dos mais importantes no romance. A mudança no final também foi prudente, já que o diretor (Hans Schott-Schöbinger, creditado como John Scott) não teria talento suficiente para construir a tragédia da personagem. Em certas horas é bom ser humilde.
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