segunda-feira, novembro 21, 2011
UM QUARTO EM ROMA (Habitación en Roma)
A apreciação de A PELE QUE HABITO, de Pedro Almodóvar, me atentou para a atriz Elena Anaya, fazendo eu me lembrar de sua participação de corpo inteiro despido em UM QUARTO EM ROMA (2010), de Julio Medem, um cineasta que conheço pouco, mas cujos dois filmes vistos me agradaram muitíssimo. Refiro-me a OS AMANTES DO CÍRCULO POLAR (1998) e LÚCIA E O SEXO (2001). Depois disso, fui relapso e não acompanhei a carreira do diretor, até porque seus filmes seguintes não chegaram aos cinemas locais. Além do mais, ele não dirigiu muito mesmo nesse intervalo de tempo.
Ainda assim, Medem me chamou a atenção com um filme sobre uma noite de amor e sexo entre duas mulheres, que se entregam ao prazer e conversam sobre suas vidas num quarto de hotel em Roma. Claro que o fato de o filme mostrá-las nuas e fazendo sexo já é motivo mais do que suficiente para que a obra seja minimamente interessante. Descartar esse fator seria descartar o potencial e a razão de ser dos sexploitation movies, tão queridos por uma legião de fãs.
E de certa forma, como filme erótico softcore, UM QUARTO EM ROMA até que cumpre bem a sua função, mas incomoda na construção das personagens e dos diálogos, falhas que comprometem um trabalho que se pretende mais do que um mero exercício de olhar corpos nus. Falando neles, que belo corpo tem a russa Natasha Yarovenko. Sem ela, eu diria que o filme não existiria. Quanto a Elena Anaya, ela é a espanhola lésbica que consegue levar para o seu quarto aquele mulherão. A composição da personagem de Elena, com trejeitos másculos, me ajudou a entender o motivo de sua escolha por Almodóvar, muito embora eu possa estar enganado quanto a isso.
No mais, foi uma pena perceber a queda na qualidade do trabalho de Medem, que atingiu momentos de bela poesia nos dois trabalhos citados, mas cujas tentativas de parecer poético no novo filme soam frustradas. De todo modo, não é um filme para ser de todo descartado.
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