segunda-feira, outubro 24, 2011

GIGANTES DE AÇO (Real Steel)



Este ano vem trazendo surpresas agradáveis dos lugares e filmes menos imaginados. Caso de GIGANTES DE AÇO (2011), de Shawn Levy, um diretor de que nunca se espera muito, mas que atingiu um grau de excelência impressionante neste drama envolvendo a relação de um pai com seu filho rejeitado. A produção é mais vendida como um filme de lutas de robôs, o que não deixa de ser verdade. Mas o que não é verdade é que não dá para resumí-lo dessa maneira. Eu diria que GIGANTES DE AÇO é uma espécie de ROCKY do século XXI. E afirmo isso com a intenção de elogiá-lo mesmo.

Na trama, Hugh Jackman é Charlie Kenton, um homem que costuma seguir os seus instintos e vive de se arriscar em lutas de robôs gigantes. A bela e encantadora Evangeline Lilly, que me deu muita alegria ao vê-la numa produção classe A e em papel de destaque, é Bailey, uma companheira e especialista em conserto e reparação desses robôs gigantes de um futuro próximo. Charlie é um homem que costuma fazer o que lhe dá na telha, adora o risco e por isso acaba entrando de cabeça e na maioria das vezes perde tudo. Deve a Deus e ao mundo e o filme já começa com um de seus credores lhe cobrando. O que vem abalar, mas principalmente trazer algo de extraordinário para sua vida, é o filho de onze anos, Max (Dakota Goyo). O garoto sente muito pelo fato de ter sido abandonado pelo pai durante todos esses anos e de só ter que encará-lo novamente por causa da morte de sua mãe.

Se não fosse o interesse do garoto por robôs gigantes e por lutas, provavelmente ele não teria entrado tão rapidamente na vida de Charlie. E entrado de maneira intensa, já que ele é responsável pelo maior sucesso da carreira do pai: um robô encontrado num ferro velho e trazido pelo garoto para ganhar alguns trocados, mas que aos poucos vai galgando palcos maiores.

GIGANTES DE AÇO é um filme de muitos closes emocionados, de lágrimas nos olhos – dentro e fora da tela -, de emoções fortes intensificadas pelas lutas, bem coreografadas e reais. GIGANTES DE AÇO supera aquilo que poderia ser um mero filme de lutas de robôs, enfatizando no drama familiar e, assim, dando mais humanidade à obra. A própria figura do robô lutador é humanizada, ainda que os próprios personagens digam o tempo todo no filme que ele é apenas um robô, teleguiado por pessoas. E é impossível não se lembrar de ROCKY, UM LUTADOR ao se assistir a última luta. São emoções difíceis de expressar em palavras, mas conseguidas com inteligência e sensibilidade por Levy.

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