segunda-feira, agosto 22, 2011

LANTERNA VERDE (Green Lantern)



Infelizmente não será com LANTERNA VERDE (2011) que a DC Comics conseguirá se equiparar ao sucesso de sua principal concorrente, a Marvel, que desde 2000 vem se saindo bem nas bilheterias com suas adaptações de seus super-heróis para o cinema. Na verdade, isso também é um reflexo do que a DC vem enfrentando no mercado de quadrinhos atual: para ter que chamar a atenção de novos clientes, tomou a atitude de zerar seus números e mudar várias coisas da cronologia clássica de seus heróis, o que foi motivo de indignação para muitos fãs.

A possibilidade que LANTERNA VERDE tinha de dar certo no cinema estava nas mãos do habilidoso Martin Campbell, que já havia feito dois bons filmes de James Bond – 007 CONTRA GOLDENEYE (1995) e 007 – CASSINO ROYALE (2006) - e dois bons filmes da série Zorro – A MÁSCARA DO ZORRO (1998) e A LENDA DO ZORRO (2005). Isso, só para citar exemplos de filmes que se aproximam do universo dos super-heróis. Além do mais, Campbell mostrou competência em vários outros filmes de ação. Seu LANTERNA VERDE não é de todo ruim e é fiel ao universo do herói.

Então, o que faltou para o filme não ter decolado, mesmo com todo o cuidado em agradar aos fãs e trazendo uma mocinha pra lá de bela (Blake Lively)? Para começar, os diálogos são muito ruins. Parecem retirados de teatrinhos infantis amadores. Talvez tenha-se perdido tanto tempo caprichando no visual do planeta Oa que esqueceram desse "pequeno detalhe", que pode parecer irrelevante para um filme de ação ou de super-heróis, mas não é quando eles passam a se tornar evidentes.

O filme ficou mais tempo do que se esperava na sala de edição, mas já se imagina o porquê: estavam tentando salvá-lo, procurando um meio de fazê-lo funcionar, dar ritmo e não deixar com que, a meia-hora de duração, o espectador já estivesse aborrecido. A escolha de Ryan Reynolds não foi das melhores, mas acredito que isso não seja o principal problema. Ele teria dado certo, já que é um ator versátil. Faz bem tanto comédia quanto drama. Talvez a própria natureza do herói, que possui poderes bem pouco "realistas", é que tenha deixado os roteiristas e produtores na dúvida sobre que tom adotar para o filme, não acreditando no tom solene que o personagem recebe nos quadrinhos.

Essa série de fatores pode ter contribuído para que o filme de um dos super-heróis mais queridos do universo DC tenha diminuído ainda mais a chance de as produtoras de Hollywood apostarem em outros heróis menos conhecidos do mundo de Superman e Batman.

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