sexta-feira, maio 27, 2011
OS AGENTES DO DESTINO (The Adjustment Bureau)
Percebe-se de cara que OS AGENTES DO DESTINO (2011) tinha uma pretensão maior. O tema em si já é pretensioso: o do livre arbítrio, do destino, tema tão discutido e debatido por filósofos, teólogos e em conversas de botequim. Um tema que sempre rendeu muita discussão e que faz a alegria de muitos filmes que tratam de viagens no tempo. Não é o caso da estreia na direção de George Nolfi, roteirista de O ULTIMATO BOURNE (2007), que não traz tanta alegria assim, embora o resultado final seja o de um filme pelo menos simpático.
Afinal, Matt Damon e Emily Blunt formam um belo casal e o espectador torce por eles. Não é todo dia também que temos um filme baseado em Philip K. Dick que fala de amor. Se bem que BLADE RUNNER já tinha a relação de amor entre Deckard e Rachael. Mas não era algo que figurava em primeiro plano, como acontece em OS AGENTES DO DESTINO. O mais importante do filme é a luta do herói para ter aquilo que mais deseja: a mulher de sua vida. Os homens de chapéu, que são como anjos que governam o destino das pessoas mais importantes do planeta, querem impedi-lo, a fim de que aquilo que está escrito no "livro da vida" siga o rumo certo, previsto.
Assim, segundo tal livro, não era para o personagem de Damon ter encontrado pela segunda vez aquela mulher encantadora que ele conheceu (não por acaso) em um banheiro masculino, enquanto treinava um discurso para uma grande multidão. O interessante do filme é lidar com o preenchimento que um amor pode gerar na vida de alguém, a ponto de ele não se interessar por coisas "grandes", como ter um elevado cargo político. Existe mesmo esse amor que torna tudo o mais pequeno e desprezível? É esse tipo de questão transcendental que faz com que o filme seja pequeno demais para um assunto tão grande. Ainda assim, é um belo trabalho. Destaque para a sequência da fuga através das portas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário