quinta-feira, maio 05, 2011
INCÊNDIOS (Incendies)
Representante canadense na corrida ao Oscar de filme em língua estrangeira deste ano, INCÊNDIOS (2010), de Denis Villeneuve, foi um filme que me pegou de surpresa e, mesmo reconhecendo suas falhas e sua intenção de surpreender o espectador com um final chocante – e ainda assim, em certo ponto, já é possível adivinhar a tal surpresa -, mesmo reconhecendo essas falhas, não vou negar que me deixei levar, quase fascinado, por sua narrativa.
O fato de ser confuso, curiosamente, não atrapalhou. Ao contrário, era algo que me deixava ligado. Terá sido culpa do café expresso que tomei entre uma sessão e outra para espantar o sono? Digo isso porque já havia passado alguns anos sem provar café, pois da última vez havia me causado taquicardia e acho que pressão baixa. Resolvi arriscar o cafezinho – na verdade, não sou fã do sabor, mas com um quiche, vai que é uma beleza. E funcionou. Porém, em certo momento do filme, na tal cena da revelação chocante, quando os dois irmãos estão sentados na cama, eu tive um susto tal que desde CIDADE DOS SONHOS não sentia. Meu coração foi a mil, fiquei branco como gelo no Alasca.
A trama de INCÊNDIOS gira em torno da morte de uma mulher e uma série de cartas que ela deixou para seus filhos. As cartas, porém, não poderiam ser abertas até que fosse encontrado o filho desaparecido dela. A partir daí, o filme segue como um misto de thriller com drama familiar, com uma série de idas e vindas no tempo para mostrar também o passado dessa mulher misteriosa, enquanto acompanhamos as investigações em torno do paradeiro do "filho perdido".
A jornada envolve as complicadas questões envolvendo a Guerra do Líbano nos anos 70 e 80, o que tornou a parte política um pouco difícil de ser assimilada com clareza por mim. Mas vejo isso como um dos charmes do filme. O fato é que, entre INCÊNDIOS e o vencedor do Oscar, o dinamarquês EM UM MUNDO MELHOR, nado contra a maré e fico com o impacto das imagens e a fluidez narrativa do filme de Villeneuve.
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