segunda-feira, dezembro 20, 2010
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (Alice in Wonderland)
Devo confessor que foi a indicação de ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (2010) à categoria melhor filme (comédia) no Globo de Ouro que fez com que eu finalmente tomasse coragem para ver mais essa obra de Tim Burton contando mais uma vez com o amigo Johnny Depp e a esposa Helena Bonham Carter no elenco. E levando em consideração a cisma que eu venho tendo com os últimos trabalhos de Burton, até que eu gostei dessa sua visão bem própria do clássico de Lewis Carroll. Muito por causa da protagonista, que sempre me desperta interesse e simpatia: Mia Wasikowska.
E eu sou um tarado ou mais alguém achou as sequências de aumentar e diminuir o tamanho, em que a personagem fica sem roupas, de um erotismo ousado para um filme que também se dirige ao público infantil? Vai ver eu precise naturalizar a nudez em vez de erotizá-la, mas quem disse que eu quero isso? No mais, independente desse aspecto, digamos, erótico, também achei muito interessante essa brincadeira de diminuir e aumentar de tamanho e os efeitos que isso gera no quadro geral. Por exemplo, quando ela fica grande, dentro do palácio da Rainha Vermelha (Bonham Carter), não fica aquela impressão de efeito especial mal executado. E menos ainda quando ela está pequenina, a ponto de caber na cartola do Chapeleiro Louco (Depp).
Como eu tenho percebido, nos últimos anos filmes de fantasia têm me provocado sono. ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS não chegou a ser exceção, mas ver em casa me trouxe a vantagem de poder ver em "fascículos" e apreciar de maneira mais racional o filme, que tem uma beleza plástica fantástica, com o seu colorido vibrante e sua direção de arte espetacular. Há um cuidado especial para deixar cada lugar com uma tonalidade própria. Assim, o lugar habitado pelo Chapeleiro Louco tem aquela imagem mais caótica, enquanto que o palácio da Rainha Branca (Anne Hathaway) chega a ser quase monocromático de tão branco que é.
Na trama, Alice é uma moça que já está na idade de casar (para os padrões da sociedade inglesa de sua época) e que no passado costumava sonhar com pessoas e bichos muito estranhos, como um gato que sorri, por exemplo. Ao crescer, continua sendo uma garota que não é igual às outras, mas que esqueceu desse mundo fantasioso que um dia visitou. Até o dia em que ela foge de um pedido de casamento, segue um coelho de jaqueta e cai dentro de um buraco, indo parar novamente nesse mundo fantástico, povoado por criaturas estranhas. Mais tarde ela ainda descobrirá que terá que matar uma espécie de dragão, o Jabberwocky (voz de Christopher Lee). Como fazer isso, nem ela mesmo sabe. Mas até lá, outras aventuras a aguardam.
Se o filme de Tim Burton não chegou a me empolgar de verdade, pelo menos posso dizer que é o trabalho que eu mais gostei do diretor desde PLANETA DOS MACACOS (2001).
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS concorre ao Globo de Ouro nas categorias melhor filme (comédia), melhor ator (Johnny Depp) e melhor trilha sonora (Danny Elfman). Aguardemos as indicações da Academia.
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