terça-feira, outubro 05, 2010

O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN (The Miracle Worker)



O ano de 2010 está sendo cruel para o cinema. Já perdemos Eric Rohmer, Claude Chabrol, Satoshi Kon e agora Arthur Penn, falecido na última quarta-feira, dia 28, aos 88 anos. Tudo bem que ele já estava praticamente aposentado, mas a notícia da morte de um diretor importante acaba por abalar os cinéfilos. No meu caso, eu conheço muito pouco de seu trabalho. Mais conhecido como o diretor do clássico BONNIE E CLYDE - UMA RAJADA DE BALAS (1967), filme considerado divisor de águas entre a velha e a nova Hollywood, Penn não era exatamente da nova Hollywood. Antes de seu famoso filme do casal de gângsters, ele já havia ganhado reconhecimento da indústria cinematográfica com o seu segundo longa para o cinema, O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN (1962), que deu o Oscar de melhor atriz para Anne Bancroft. A garotinha Patty Duke também ganhou prêmio da academia: melhor atriz coadjuvante.

O filme trata da difícil tarefa de Anne Sullivan (Bancrof) de fazer com que uma garota surda, muda e cega (Patty Duke) consiga aprender a se adaptar ao mundo ao seu redor. Segundo Sullivan, a menina foi prejudicada por excesso de pena por parte da família. Assim, ela não tinha nenhum senso de disciplina, como acontece com qualquer criança mimada. A tarefa de Sullivan é difícil e o filme é muito físico, ao mostrar a dura luta da professora querendo ganhar a confiança e talvez o amor da garotinha, tirando dela todos os mimos e ensinando a linguagem de surdos para comunicar coisas básicas. Há uma sequência de cerca de dez minutos só da "luta" entre as duas.

O filme teve duas refilmagens para a televisão, uma em 1979, outra em 2000, sendo que na primeira delas, foi Patty Duke quem intepretou Anne Sullivan. Anne Bancroft já havia interpretado o mesmo papel na peça teatral na qual o filme é baseado. Ao contrário de outros filmes baseados em peças, até que O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN disfarça bem suas origens, tendo vários momentos com poucos diálogos, além de algumas sequências em exteriores. No fundo, eu fiquei um pouco desapontado, por esperar mais cargas melodramáticas, mas ainda assim o final é bem terno e bonito.

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