terça-feira, outubro 19, 2010

CHUMBO GROSSO (Hot Fuzz)



Não sou exatamente um fã de TODO MUNDO QUASE MORTO (2004), filme que colocou Edgar Wright no panteão dos cineastas mais queridos da crítica pop. Apesar de achar o filme simpático, não achei assim tão divertido ou "genial", como alguns dizem. Tampouco fiquei impressionado com suas ousadias ao espalhar gore por todo lado. Tanto é que ainda prefiro o ZUMBILÂNDIA. Talvez seja falta de sintonia com o senso de humor do diretor. Por isso que demorei tanto para ver este CHUMBO GROSSO (2007), que estava há um tempão em cima do hack, supostamente entre as prioridades. Mas eu sempre furava a fila e colocava outro na frente, conforme me dava na telha. A forcinha pra ver o filme agora veio do que andam dizendo por aí do mais novo filme do diretor, SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO (2010), previsto para estrear no Brasil ainda neste mês de outubro pela Universal. E como cheguei a ler o volume 1 dos quadrinhos lançados pela Companhia das Letras e gostei bastante, não duvido que seja o melhor trabalho de Wright. Mas falemos de CHUMBO GROSSO.

Gosto muito do começo do filme e do desenvolvimento, mas não gostei muito do final, que me pareceu tão chato quanto a grande maioria dos filmes de ação mais convencionais produzidos em Hollywood. Provavelmente por sua vontade de satirizar os americanos - BAD BOYS 2 e CAÇADORES DE EMOÇÃO são citados explicitamente por um dos personagens. O filme traz a mesma dupla de TODO MUNDO QUASE MORTO: Simon Pegg e Nick Frost. Pegg é um policial que não dá mole para os bandidos em Londres. Ele dá tudo de si pelo seu ofício e até perde a mulher por causa disso. Ele vê o seu trabalho como mais importante do que qualquer coisa. Depois de ter sido esfaqueado por um bandido vestido de Papai Noel, ele recebe a triste notícia de que será transferido para uma cidadezinha pacata do interior. Chegando lá, porém, ele vê que a tranquilidade do lugar, a princípio, se deve à falta de competência das autoridades. Menores de idade bebendo em pub é algo que ele não aceita. E antes mesmo de assumir o posto, ele já está prendendo um sujeito dirigindo embriagado, entre outros contraventores.

Lá pela metade, o filme vai ganhando ares de suspense, quando surge um assassino misterioso. Seus colegas da delegacia não acreditam que exista tal coisa, que tudo não passa de acidente. Enquanto isso, os casos vão se tornando mais e mais sinistros. Algumas coisas só são percebidas por quem entende um pouco de língua inglesa, como os sobrenomes que são quase todos nomes de ocupações ou atividades, como Porter (porteiro), Messenger (mensageiro), Butcher (açougueiro), Shooter (atirador), Merchant (comerciante), Tiller (lavrador) etc. Alguns coadjuvantes se destacam (há vários rostos conhecidos), mas sem dúvida o que mais rouba a cena é Timothy Dalton, o dono do principal supermercado da cidade e principal suspeito dos crimes.

Agradecimentos ao amigo Zezão que me emprestou o dvd e teve a paciência de esperar todo esse tempo.

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